O fenómeno do envelhecimento demográfico é uma realidade inexorável que nos está a entrar, cada vez mais, pela casa dentro. Este fenómeno caracteriza-se, por um lado, pela baixa da natalidade e, por outro lado, pelo aumento da esperança de vida. Viver mais tempo é motivo para nos deixar mais felizes, o que nos deveria obrigar a pensar e a actuar no sentido de criarmos condições para que esta boa notícia possa ser vivida com bem estar, com qualidade de vida.
Trata-se, no entanto, de uma realidade para a qual Portugal ainda não se preparou e de grande complexidade, com reflexos, entre outros, na economia, nos hábitos de poupança, nos cuidados de saúde e no regime de pensões e respectiva sustentabilidade financeira, na organização do trabalho e da sociedade, no emprego e no entretenimento, nas redes familiares e sociais, nas respostas do Estado e da sociedade civil aos desafios e aos problemas que se colocam.
Entre nós não aconteceu ainda uma discussão alargada e plural da problemática do envelhecimento, assim como não dispomos de uma política integrada para lidar com o fenómeno e prepararmos activamente o futuro.
Trata-se, no entanto, de uma realidade para a qual Portugal ainda não se preparou e de grande complexidade, com reflexos, entre outros, na economia, nos hábitos de poupança, nos cuidados de saúde e no regime de pensões e respectiva sustentabilidade financeira, na organização do trabalho e da sociedade, no emprego e no entretenimento, nas redes familiares e sociais, nas respostas do Estado e da sociedade civil aos desafios e aos problemas que se colocam.
Entre nós não aconteceu ainda uma discussão alargada e plural da problemática do envelhecimento, assim como não dispomos de uma política integrada para lidar com o fenómeno e prepararmos activamente o futuro.
Este é um campo de mudança anunciada que se não tratarmos com antecedência provocará graves problemas sociais e económicos para os quais teremos dificuldades acrescidas em resolver correctivamente. Uma actuação preventiva recomenda-se.
Vejo, por isso, com bons olhos a iniciativa conjunta da Fundação Calouste Gulbenkian e da Universidade de Lisboa de criação do Instituto de Estudos sobre o Envelhecimento. Este Instituto terá como objectivos avaliar a nova “curva da velhice” e compreender os seus efeitos e contribuir para a formulação de políticas públicas. Que bem precisamos!
Vejo, por isso, com bons olhos a iniciativa conjunta da Fundação Calouste Gulbenkian e da Universidade de Lisboa de criação do Instituto de Estudos sobre o Envelhecimento. Este Instituto terá como objectivos avaliar a nova “curva da velhice” e compreender os seus efeitos e contribuir para a formulação de políticas públicas. Que bem precisamos!
3 comentários:
Nesta época difícil que vivemos, precisamos de tudo, cara Drª. Margarida. Precisamos, além de iníciativas como esta que nos anuncia, do empenho e comprometimento da população em geral, para que os nossos idosos actuais e os que lhe sucederão, finalizem o seu tempo de existência nas melhores condições possíveis.
Ouvi numa dessas reportágens televisivas,avulso, uma idos referir que desde que não lhe faltasse um pratinho de sopa e um tecto, já se sentia abençoada.
É pouco, cara Drª. Margarida é irrisório, perante a dívida imensa que a sociedade tem para com aqueles que nesta época, são os nossos velhos. Eles ajudaram, cada um na sua dimensão e à custa do seu suor, a construir aquilo que os nossos governantes têm desbaratado e mal-gerido. Aquilo que é o nosso património. Devemos-lhe o carinho e o merecido conforto e aconchego e, se não formos capazes de perceber este simples reconhecimento, estaremos certamente a construir um terrível "entardecer" para nós mesmo.
Este é sem dúvida uma discussão urgente e não só por causa dos problemas actuais mas a médio prazo.
Porém, é preciso não esquecer que o índice de esperança de vida é uma previsão feita com os dados do momento sem ter conta situações abruptas não mensuráveis. E podemos vir a ter várias destas nas próximas décadas. Prevejo mesmo (infelizmente), que daqui a 10 anos, a curva de crescimento da esperança de vida atinja o seu máximo...
Caro Bartolomeu
A nossa obrigação, que não fosse por interesse próprio pois se não ficarmos pelo caminho também lá chegaremos, é ajudar a criar uma sociedade capaz de nela incluir as pessoas idosas, a pensar no presente mas a preparar o futuro. Esta preparação constrói-se, não poderá ser apenas o resultado de um ir acontecendo.
Caro jasl
Pois seja muito bem vindo! A propósito da sua nota sobre a curva de crescimento da esperança de vida, acrescento que os ganhos de esperança de vida vão continuar. Em Portugal estes ganhos ainda estão longe dos níveis já atingidos nos países que registam maior longevidade.
Portanto, temos que trabalhar para garantir que a felicidade de vivermos mais tempo não se transforma num pesadelo.
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