Número total de visualizações de páginas

domingo, 27 de setembro de 2009

Lembrar pelas piores razões...

Volta e meia temos notícia de mais um reencontro de famílias divididas pelo regime autoritário da Coreia do Norte. De novo aconteceu com noventa e sete sul-coreanos - de entre milhares que se encontram inscritos num programa humanitário que está em curso desde 2000, interrompido em 2007, e recentemente retomado - que atravessaram a fronteira com o Norte para reencontrar filhos e irmãos de quem foram obrigados a separar-se, há mais de meio século, em fuga à ditadura comunista que já leva 61 anos de existência. Estima-se que na Coreia do Sul vivam 600 mil pessoas com familiares na Coreia do Norte de quem foram separados e que nunca mais viram.
Sempre que leio estas notícias penso no horror deste regime autoritário em que uma classe dirigente comunista impede os cidadãos do uso das liberdades mais elementares que conhecemos no mundo ocidental, em particular a liberdade política e a liberdade religiosa, tratando-os como mercadoria e exercendo sobre eles uma disponibilidade patrimonial monstruosa. Com que direito se decapitam famílias, se esmagam afectos e se faz do sofrimento humano uma bandeira de regime? Tudo em nome de um poder totalitário que mantém uma população inteira à margem de uma vida decente, longe do mundo.
E penso também na dolorosa felicidade desses reencontros, simultaneamente efémeros e eternos, e na trágica separação a que estes familiares estão condenados.
É o mesmo regime que executou publicamente uma jovem mulher cristã, em Junho passado, por ter alegadamente distribuído a Bíblia. Melhor sorte tiveram os seus pais, o marido e três filhos que foram mandados, um dia depois da execução, para um campo-prisão para políticos numa cidade no nordeste do país!

3 comentários:

O Reformista disse...

Caros Amigos da IV República
Parabéns pelo lançamento do livro e obrgado pelo jantar

O Reformista voltou a acordar

António Alvim

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro O Reformista
Pois seja muito bem "acordado", gostamos muito de o ter por cá!

Suzana Toscano disse...

Apoiado!
Margarida, o seu post ilustra bem como é possível atingir-se um grau de terror que a nossa imaginação não conseguiria supor e, o queé realmente dramático, como esses regimes substistem no nossso tempo, incólumes a pressões políticas ou à condenação global das suas práticas. Será mais fácil destruir a democracia do que deitar abaixo um regime desta natureza.