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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Quinze dias por terras da China XXVII: Pequim, a capital do Império


A China apresenta Pequim como a sala de visitas à medida da grandeza do país.
Preservando os testemunhos do passado imperial, a Cidade Proibida e o Palácio de Verão, evocando no Mausoléu de Mao o passado próximo, todavia já tão distante da vida e das mentes, convivendo com alguns templos e palácios, relíquias das velhas dinastias, e com as ruelas da cidade velha junto às antigas muralhas, Pequim lançou-se num desenvolvimento frenético, adicionando ao núcleo central anéis e mais anéis de majestosas avenidas, sumptuosos arranha-céus, luxuosos centros comerciais, viadutos, obras de arte, e tudo o que se possa pensar de equipamento citadino de uma metrópole moderna.
Os Jogos Olímpicos, ocasião única de a cidade se mostrar ao mundo, acentuaram esse caminho e Pequim deu guarida a um escol de arquitectos que lhe moldaram a fisionomia e simbolizaram numa arquitectura modernista o corte definitivo com o passado. Tão definitivo, que até há uma Times Square em Pequim.
Ao contrário do enorme bairro de lata que constitui o essencial da habitação da maior parte das cidades da Índia, não se vislumbram, à vista desarmada, bairros de lata em Pequim e nas outras cidades chinesas. A inclemência dos invernos que mataria quem vivesse em condições precárias de habitabilidade muito precárias e também a política comunista de construção de casas explicam a situação.
As bicicletas deram lugar às motas e aos automóveis. Apesar de ter um metro limpo, novo e bem equipado, normalmente superlotado, três milhões de carros na cidade geram um trânsito espantoso e tornam estreitas as longas e largas avenidas de quatro faixas em cada sentido, provocando engarrafamentos avassaladores.
Também devido a isso, a poluição sente-se e respira-se a cada momento, a luminosidade apresenta-se baça pela dificuldade do próprio sol em romper a neblina poluidora.
Os jovens com ar saudável e vestuário da moda adoptaram hábitos ocidentais. As t-shirts com inscrições em inglês rivalizam, se é que não ganham mesmo às que ostentam inscrições em chinês.
Tendo conquistado a liberdade de mercado, falta-lhes a liberdade política. Mas, também na China, o caminho faz-se caminhando. Inevitavelmente, a política há-de seguir o curso da economia. Mas, em cidade tão grande, há muito ainda por caminhar, em Pequim.
(Na fotografia, destaca-se o Edifício de um hotel de sete estrelas, em Pequim)

2 comentários:

João Pais disse...

Nao só uma times square, como também um soho. Mas quando eu lá estive estava ainda tudo em construcao.

Pinho Cardão disse...

O Soho, de facto, não vi. Mas acredito.