Em entrevista ao DN o Engº José Sócrates acusa de falta de ideias o PSD. Ainda à esquerda assinala-se a entrada em força na campanha eleitoral dos mais conhecidos rostos da modernidade .
Conversando ao almoço com o meu filho mais novo acerca de democracia, sentindo-se vindo do televisor da sala o ruído inflamado dos resumos dos discursos de campanha, perguntáva-me ele: pai, antes do 25 de abril, as pessoas tinham trabalho? - Do que me lembro, o desemprego era menor, não existia o desenvolvimento tecnológico de hoje, não existia informática, a indústria era menos desenvolvida, os serviços estavama a anos luz da actualidade, mas, quem queria trabalhar, encontrava sempre emprego, podeno não ser aquilo que desejava e sempre mais na área do profissional, que do técnico. O ensino superior era de mais difícil acesso, mas quem conseguisse um curso tinha muito mais facilidade de acesso a um emprego qualificado, num banco, numa companhia de seguros, numa grande empresa etc. O rapaz ouviu calado a minha "viagem no tempo" e no final disse-me: Sabes? Na minha empresa, a "moda" agora é admitir tipos que saem da faculdade para estágios curriculares não remunerados. Ficam a fazer aquilo que mais ninguem quer fazer, a carregar ficheiros e arquivo, depois vão-se embora com uma mão atrás e outra à frente e continuam a andar aos papeis.
Caro Bartolomeu: VERDADE. Mais grave, não há quem controle, nem os coordenadores de estágio, que teriam essa obrigação, ou mais alguém responsável. Com os estágios profissionais passa-se precisamente o mesmo e as entidades enquadradoras, que se presume à partida virem a ser futuras entidades empregadoras, fingem-se distraídas e terminado um estágio, que venha outro estagiário. A criação de emprego fica para as calendas...Não raro e num rasgo de alta generosidade, entidades há que, após o estágio, oferecem emprego com piores condições remuneratórias. Salvo aqui, as poucas excepções. Sei do que falo.
Uma verdade, que juntamente com outras, nos causam enormes engulhos, caro SLGS, e nos obrigam a questionar se esta democracia conquistada em Abril de 74, não devia já, passados 35 anos, garantir a todos os cidadãos, a igualdade de oportunidades?! Mas não! Aquilo que a democracia nos garante (por enquanto e nem sempre) é a liberdade de expressão. Será então que democracia, é algo que se encontra ainda tão distante que nem deveremos perder tempo a sonhar com ela?
Caro Drº Ferreira de Almeida: E, a meu ver, esmiúça muito bem com acuidade e argúcia bastantes, para não deixar escapar o momento da entrada em acção de personalidades políticas que, quer queiramos quer não, são referências políticas de peso na nossa sociedade. Refiro-me, obviamente, ao Drº Mário Soares e ao Drº Manuel Alegre. Não pretendo com esta observação criticar, de alguma forma, esta “união do PS” a favor do seu camarada Sócrates. Não. Bem pelo contrário. Elogio e aprovo este comportamento, pois, é nos momentos de perigo para o “território” que os grupos devem ser “unos”, e remar colectivamente no mesmo sentido, potenciando até à exaustão o” brilho” do líder, em detrimento do seu próprio…. E é isto que o PS está a fazer muito bem! Gostaria de ver, pelo menos nesta fase final, a mesma atitude dos militantes mais mediáticos do PSD a favor da sua líder - Dra. Manuela Ferreira Leite.
De acordo, meu caro jotaC, de acordo com a sua observação final. Creio que o PS dá aqui uma lição, aliás habitual onde a velha solidariedade republicana se sobrepõe às divisões. Até daqui a pouco... Soares não retribui mais do que o apoio que Sócrates lhe deu quando se candidatou à Presidência da República. E Alegre retribui o apoio prometido para a próxima candidatura à mesma Presidência da República. As solidariedades nos partidos são muito este trading que explica por vezes escolhas pouco compreensíveis aos olhos dos cidadãos...
7 comentários:
Conversando ao almoço com o meu filho mais novo acerca de democracia, sentindo-se vindo do televisor da sala o ruído inflamado dos resumos dos discursos de campanha, perguntáva-me ele: pai, antes do 25 de abril, as pessoas tinham trabalho?
- Do que me lembro, o desemprego era menor, não existia o desenvolvimento tecnológico de hoje, não existia informática, a indústria era menos desenvolvida, os serviços estavama a anos luz da actualidade, mas, quem queria trabalhar, encontrava sempre emprego, podeno não ser aquilo que desejava e sempre mais na área do profissional, que do técnico. O ensino superior era de mais difícil acesso, mas quem conseguisse um curso tinha muito mais facilidade de acesso a um emprego qualificado, num banco, numa companhia de seguros, numa grande empresa etc.
O rapaz ouviu calado a minha "viagem no tempo" e no final disse-me: Sabes? Na minha empresa, a "moda" agora é admitir tipos que saem da faculdade para estágios curriculares não remunerados. Ficam a fazer aquilo que mais ninguem quer fazer, a carregar ficheiros e arquivo, depois vão-se embora com uma mão atrás e outra à frente e continuam a andar aos papeis.
Caro Bartolomeu: VERDADE.
Mais grave, não há quem controle, nem os coordenadores de estágio, que teriam essa obrigação, ou mais alguém responsável.
Com os estágios profissionais passa-se precisamente o mesmo e as entidades enquadradoras, que se presume à partida virem a ser futuras entidades empregadoras, fingem-se distraídas e terminado um estágio, que venha outro estagiário. A criação de emprego fica para as calendas...Não raro e num rasgo de alta generosidade, entidades há que, após o estágio, oferecem emprego com piores condições remuneratórias. Salvo aqui, as poucas excepções.
Sei do que falo.
Uma verdade, que juntamente com outras, nos causam enormes engulhos, caro SLGS, e nos obrigam a questionar se esta democracia conquistada em Abril de 74, não devia já, passados 35 anos, garantir a todos os cidadãos, a igualdade de oportunidades?!
Mas não!
Aquilo que a democracia nos garante (por enquanto e nem sempre) é a liberdade de expressão.
Será então que democracia, é algo que se encontra ainda tão distante que nem deveremos perder tempo a sonhar com ela?
Caro Drº Ferreira de Almeida:
E, a meu ver, esmiúça muito bem com acuidade e argúcia bastantes, para não deixar escapar o momento da entrada em acção de personalidades políticas que, quer queiramos quer não, são referências políticas de peso na nossa sociedade. Refiro-me, obviamente, ao Drº Mário Soares e ao Drº Manuel Alegre.
Não pretendo com esta observação criticar, de alguma forma, esta “união do PS” a favor do seu camarada Sócrates. Não. Bem pelo contrário. Elogio e aprovo este comportamento, pois, é nos momentos de perigo para o “território” que os grupos devem ser “unos”, e remar colectivamente no mesmo sentido, potenciando até à exaustão o” brilho” do líder, em detrimento do seu próprio…. E é isto que o PS está a fazer muito bem!
Gostaria de ver, pelo menos nesta fase final, a mesma atitude dos militantes mais mediáticos do PSD a favor da sua líder - Dra. Manuela Ferreira Leite.
De acordo, meu caro jotaC, de acordo com a sua observação final.
Creio que o PS dá aqui uma lição, aliás habitual onde a velha solidariedade republicana se sobrepõe às divisões. Até daqui a pouco...
Soares não retribui mais do que o apoio que Sócrates lhe deu quando se candidatou à Presidência da República.
E Alegre retribui o apoio prometido para a próxima candidatura à mesma Presidência da República.
As solidariedades nos partidos são muito este trading que explica por vezes escolhas pouco compreensíveis aos olhos dos cidadãos...
Caro Drº Ferreira de Almeida:
Permita-me o elogio: muito bem dito, e de forma transparente. Estou totalmente de acordo.
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