A avaliar pela opinião vista, ouvida ou publicada, começa a ser indiscutível a tese de que os últimos interessados na celeuma provocada pelo fim do programa de Manuela Moura Guedes seriam Sócrates e o Partido Socialista.
Não estou minimamente de acordo. Pouco assim importando quem tivesse sido o seu inspirador, Cebrian, Administração da TVI, Governo, Partido Socialista, Sócrates, ou qualquer outra pessoa ou entidade, a decisão foi tomada como sendo o mal menor.
Porque o mal maior seria o continuado repisar do assunto Freeport nos telejornais das sextas-feiras, inevitavelmente repercutido nos restantes órgãos da comunicação social, nos blogs e nas conversas, com manifesto prejuízo da imagem do Partido Socialista e de Sócrates no decisivo período eleitoral.
O mal menor foi acabar com o programa, centrando a discussão nos aspectos da legalidade ou ilegalidade da decisão, mas evitando a discussão do principal.
Mal menor, porque a discussão da legalidade ou ilegalidade é perfeitamente inócua, num país onde os políticos são os primeiros a violentar as leis para as afeiçoar às suas conveniências, onde as frases geralmente começam por “eu não sou jurista, mas…”, onde as opiniões jurídicas derivam mais dos interesses do que da lei, e os julgamentos nunca se fazem, e onde o direito passou a ser um pormenor. De modo que, para o povo votante afeiçoado a Sócrates, a decisão foi legal; para o menos afeiçoado, perfeitamente ilegal. E a liberdade de informação é vista de forma semelhante.
Nunca vi o jornal da Manuela Moura Guedes. Se é como me têm contado, não abona o rigor da informação. Mas se atenta contra as leis vigentes e é difamatório, num país de direito já o direito deveria ter acabado com ele, pois teve tempo para isso. Se respeita a lei e não difama, compete aos cidadãos avaliar da sua qualidade e retirar, sem tutelas, as respectivas conclusões.
O modo como acabou significa objectivamente, nas circunstâncias, um controlar de danos e um mal menor para Sócrates e o Partido Socialista.
Independentemente do que se pense sobre os compromissos e complexos do poder político em relação aos media, impeditivos de uma legislação sadia que, respeitando a liberdade de informação, não torne muitos cidadãos cativos da mesma, por ela diariamente vilipendiados e condenados, antes de os Tribunais se pronunciarem.
Não estou minimamente de acordo. Pouco assim importando quem tivesse sido o seu inspirador, Cebrian, Administração da TVI, Governo, Partido Socialista, Sócrates, ou qualquer outra pessoa ou entidade, a decisão foi tomada como sendo o mal menor.
Porque o mal maior seria o continuado repisar do assunto Freeport nos telejornais das sextas-feiras, inevitavelmente repercutido nos restantes órgãos da comunicação social, nos blogs e nas conversas, com manifesto prejuízo da imagem do Partido Socialista e de Sócrates no decisivo período eleitoral.
O mal menor foi acabar com o programa, centrando a discussão nos aspectos da legalidade ou ilegalidade da decisão, mas evitando a discussão do principal.
Mal menor, porque a discussão da legalidade ou ilegalidade é perfeitamente inócua, num país onde os políticos são os primeiros a violentar as leis para as afeiçoar às suas conveniências, onde as frases geralmente começam por “eu não sou jurista, mas…”, onde as opiniões jurídicas derivam mais dos interesses do que da lei, e os julgamentos nunca se fazem, e onde o direito passou a ser um pormenor. De modo que, para o povo votante afeiçoado a Sócrates, a decisão foi legal; para o menos afeiçoado, perfeitamente ilegal. E a liberdade de informação é vista de forma semelhante.
Nunca vi o jornal da Manuela Moura Guedes. Se é como me têm contado, não abona o rigor da informação. Mas se atenta contra as leis vigentes e é difamatório, num país de direito já o direito deveria ter acabado com ele, pois teve tempo para isso. Se respeita a lei e não difama, compete aos cidadãos avaliar da sua qualidade e retirar, sem tutelas, as respectivas conclusões.
O modo como acabou significa objectivamente, nas circunstâncias, um controlar de danos e um mal menor para Sócrates e o Partido Socialista.
Independentemente do que se pense sobre os compromissos e complexos do poder político em relação aos media, impeditivos de uma legislação sadia que, respeitando a liberdade de informação, não torne muitos cidadãos cativos da mesma, por ela diariamente vilipendiados e condenados, antes de os Tribunais se pronunciarem.
6 comentários:
Viu a famosa reportagem? Veja é fácil de encontrar no youtube.
No meio de isto tudo espero que eliminem os dividendos potencias deste caso de limitação da liberdade de expressão - MMG deve ter o palco dela para dizer tudo o que lhe aprouver dizer e publicar tudo o que tem a publicar. Com a internet e sendo sub-directora de informação da TVI não lhe deve ser difícil, suponho que não tenha um contrato a recibos verdes.
Caro Drº Pinho Cardão:
É mais um bom ponto de vista, bastante plausível, sobre este episódio. Quando a política é conspurcada e se faz sub-reticiamente, como vem sendo recorrente nos últimos tempos, é expectável que suscite opiniões diversas, todas elas com o mesmo valor. No entanto, tenho para mim que o objectivo que norteou os mentores da “operação silenciamento do jornal de sexta-feira” foi, como já aqui disse, uma arteirice de que resultou um tiro no próprio pé. A prová-lo está a “obrigatoriedade” da TVI em mandar para o ar o folhetim Freeport, o sumo apetecível daquele jornal…
Estou totalmente de acordo com o comentário que me antecede, do caro Francisco.
A indisfarçável golpada
neste caso de pressões,
a liberdade foi decepada
a bem de vis repressões.
O facto é escandaloso
e de todo inaceitável,
neste regime rameloso
de odor insuportável.
Há muito por destapar
e verdades escondidas,
há quem queira “lerpar”
em jogadas desmedidas.
"Há muito por destapar
e verdades escondidas,
há quem queira “lerpar”
em jogadas desmedidas."
Gosto particularmente desta quadra, caro Manuel Brás.
;)
Caro JotaC:
De facto, o episódio em causa dificilmente seria evitado.
Mas provavelmente não haverá próximos capítulos.
Caro Drº Pinho Cardão, agora que a coisa parece ter novos "figurões" seria realmente uma pena não ter continuidade, seja de que meio for. Vamos aguardar...
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