Gosto da escrita de Helena Matos. Aprecio particularmente o seu desprendimento em relação ao mediaticamente correcto que torna os seus textos de opinião descomplexados, e por isso diferentes. O artigo de Helena Matos na edição de ontem no ´Publico´ revela uma autora particularmente inspirada. Sob o título "Gravatas e aventais" abre assim: "Portugal é um país que adora entreter-se com aparentes futilidades - no caso as gravatas -, enquanto ilude o que é verdadeiramente importante, ou seja, os aventais". O resto do artigo não frustra a expectativa.
Registe-se também a sua opinião acerca da única medida tomada pela ministra Assunção Cristas que vejo comentada: "se as mulheres usassem proporcionalmente o ar condicionado em função das especifidades do seu vestuário o consumo de energia do planeta disparava!".
7 comentários:
Caro Dr. Ferreira de Almeida,
Li, já há uns dias no Público, que a gravata é um símbolo fálico. Escrito por quem era (São João de Almeida, quem mais?,) não liguei excessiva importância.
Foi portanto com muito gozo que também li, deleitado, o artigo de Helena Matos que, neste tipo de matérias - de "género", "facturantes" e quejandos, como as gravatas - é uma cronista imbatível.
E, cereja no bolo, a deliciosa crónica de hoje do Prof. Luís Campos e Cunha, também no Público, sobre tão candente questão, fez-me sorrir abertamente em plena silly season. Até porque, também eu, gosto muito de gravatas.
Uma confissão, admito que hoje delicada: acho que de positivo, de José Sócrates, só irá sobrar o seu bom gosto relativamente às gravatas que usava.
Em 12 de abril de 2007 escrevi um pequeno texto sobre as gravatas. Agora, não sei o que vou fazer às minhas. O número de ocasiões está a diminuir acentuadamente, indo do "Casual Friday" para um verdadeiro "Casual Week"!!
"A história recente da gravata tem a ver com os mercenários croatas que, ao serviço do rei de França, no decurso da Guerra dos Trinta Anos, usavam curiosos xailes de vários tipos ao redor do pescoço.
Rapidamente, os franceses aderiram “à moda croata”, espalhando-a pelo mundo. Daqui, a designação “cravate”, oriunda da expressão “à la croate”, transformando-a num símbolo de cultura e de elegância..."
http://quartarepublica.blogspot.com/2007/04/gravatas_12.html
Curioso
Não usar gravatas, não usar aventais, não usar colarinhos, não usar fardas, não usar burkas, não usar suspensórios, não usar mini saias, não usar soutiens, não usar cuequinhas, não usar, não usar e, depois, tudo fica puro e perfeito...
Independentemente da lucidez e da qualidade literária dos textos de HM, nunca consigo estar 100% de acordo com ela, não por culpa minha (procuro a máximo de isenção possível nas minhas análises, ao contrário da referida, que vive o complexo inultrapassável da «nódoa indelével» dos vira-casacas).
À incompletude do título, e do texto, eu juntaria a cruz: «Gravatas, aventais e cruzes», se as primeiras são, de facto, um «fait-divers» desta «silly season», já os segundos e as terceiras, como símbolos de jogos obscuros de não menos obscuras sociedades ou grupos organizados merecem a mais vivo repúdio pelos elevados prejuízos que causam à sociedade.
P. S. Para evitar qualquer interpretação apressada ou menos perspicaz, devo esclarecer que as cruzes não se referem à Igreja, organização matriz do viver português.
Leio este seu apontamento e não resisto a contar-lhe o que ouvi dizer certa vez uma cigana para uma sua cliente, na rua:
Ai minha nossa senhora, pergunta-me se estas cuecas são de marca mesmo. Pois não são querida, se fossem não lhas vendia a este preço. Mas lá que são boas são.
Não é que as tenha experimentado.
Não senhora, nunca usei cuecas. Acho que se usasse morria com falta de ar.
Concordo com o José Fontes quanto a HM.
Sinto muito ..de verdade ..mas as mulheres portuguesas ..não se enxergam mesmo !!precisam desesperadamente de cursos intensivos na arte de bem ...ói a vossa imaginação porquinha a funcionar ..não é nada disso ...é ...guess..
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