Dubrovnik, maravilha da realização humana, natureza e obra potenciadas ao grau mais elevado da beleza e da harmonia. Raras vezes, como aqui, o génio do homem soube elevar ao máximo a generosidade da natureza. A cidade é de um indescritível fascínio. Uma concha meia rodeada por mar e meia envolvida por altas colinas, tornou-se cidade fortificada no século X, rodeando-se de inexpugnáveis muralhas protectoras de ataques e saques, muros fortes mas de uma estética impressionante. Tal defesa permitiu-lhe o desenvolvimento como cidade comercial marítima. Constituída no século XII como cidade-estado, capital da República de Ragusa, se foi obrigada a manter laços feudais ao Reino da Hungria ou a Veneza até ao século XIV, a partir daí e até 1808 Dubrovnik governou-se a si própria como república totalmente independente. Tornou-se uma cidade próspera, com uma frota de centenas e centenas de navios que comerciavam por todo o mundo conhecido e semeou o seu pequeno território de uma monumentalidade românica, renascentista e barroca, espantosa pela quantidade e pela harmoniosa estética. Por isso, Dubrovnik é bem Património da Humanidade.
Dividida ao meio pela Placa ou Stradun, que liga as portas nascente e poente, esta virada ao mar, a cidade desenvolve-se em ruas paralelas rectilíneas sucessivamente construídas em patamares mais elevados das duas colinas. A Placa constitui o passeio público, sempre repleto de visitantes (chegam a estar atracados 12 paquetes simultaneamente), que passeiam ou procuram os cafés e restaurantes, os edifícios históricos e os monumentos, criando uma atmosfera que surpreende e atrai.
A cidade está extraordinariamente bem conservada, para o que contribui a sólida construção dos edifícios em pedra, numa sucessão em que nenhum destoa e todos se complementam.
Só um povo civilizado e culto poderia fazer uma cidade assim. Por exemplo, Ragusa foi o primeiro estado a abolir a escravatura, logo em 1418, séculos antes de Portugal, tido como pioneiro no desmantelamento dessa odiosa forma de exploração humana. Mas outros aspectos deste grau civilizacional serão tratados no próximo texto.
Dividida ao meio pela Placa ou Stradun, que liga as portas nascente e poente, esta virada ao mar, a cidade desenvolve-se em ruas paralelas rectilíneas sucessivamente construídas em patamares mais elevados das duas colinas. A Placa constitui o passeio público, sempre repleto de visitantes (chegam a estar atracados 12 paquetes simultaneamente), que passeiam ou procuram os cafés e restaurantes, os edifícios históricos e os monumentos, criando uma atmosfera que surpreende e atrai.
A cidade está extraordinariamente bem conservada, para o que contribui a sólida construção dos edifícios em pedra, numa sucessão em que nenhum destoa e todos se complementam.
Só um povo civilizado e culto poderia fazer uma cidade assim. Por exemplo, Ragusa foi o primeiro estado a abolir a escravatura, logo em 1418, séculos antes de Portugal, tido como pioneiro no desmantelamento dessa odiosa forma de exploração humana. Mas outros aspectos deste grau civilizacional serão tratados no próximo texto.
3 comentários:
Caro Dr. Pinho Cardão
E Dubrovnik sofreu em 1995 uma terrível destruição provocada pelos bombardeamentos militares da Sérvia depois de a Croácia ter declarado a sua independência da antiga República Federal da Jugoslávia. Com o fim da guerra, iniciou-se um grandioso projecto de reconstrução dirigido pelo governo croata e pela UNESCO que durou cerca de cinco anos. Dubrovnik tinha que ser reconstruída. É realmente uma jóia!
Continuação de boa viagem.
De facto, 2000 bombas foram criminosamente lançadas sobre Dubrovnik. Felizmente que a solidadriedade internacional funcionou e fez-se a recuperação.
Uma verdadeira jóia, que o seu texto descreve com mestria em poucas linhas, ao mesmo tempo que deixa transparecer o quanto o impressionou. Muito bonito.
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