Monótono, de facto, mas o caso é que em alturas de crédito fácil parece muito difícil e mesmo "mau negócio" "não aproveitar" para impulsionar melhorias que, de outro modo, não se verificariam. Creio que é este o dilema, sem recurso ao credito não teríamos tido desenvolvimento, o recurso ao crédito leva-nos a excessos de despesismo que só param na bancarrota. Já é sina.
Enfim, a má gestão tem sido sina nossa. E o texto é bem revelador de que a demagogia que leva a gastos incomportáveis está bem implantada e é recorrente. Para obviar aos desmandos, houve um Pacto de Estabilidade e Crescimento. Porque não há crescimento sem estabilidade, impunham-se limites à dívida e ao défice. Coisa impensável para os socialistas cá do burgo, que logo clamaram contra a estupidez do pacto: Ferro Rodrigues, António Costa, Sócrates, Alegre, Seguro, Soares, etc, etc, etc. A "estupidez" do Pacto que Sócrates quis demonstrar de forma "inteligente" duplicando a despesa pública trouxe os resultados que se conhecem. Afinal, a estupidez não era do Pacto, mas dos seus detractores. Criados fora do mundo real, nada sabiam de economia e muito menos de história ou de história económica. Mas continuam na posse de todos os microfones. Triste sina!
“Entre as causas para a Revolução de Setembro encontram-se: a miséria de boa parte do povo operário; a dependência em relação à Inglaterra; a concentração do poder político e económico numa burguesia limitada, predominantemente rural; o cariz fortemente antidemocrático do cartismo e da Carta Constitucional; e a revolução em Espanha de 1836. A administração de Mouzinho da Silveira (1780-1849) tinha organizado uma vasta reforma em matéria económica e financeira, abolindo os morgadios, as capelas, as sisas, as portagens e os forais, extinguindo o monopólio da Companhia das Vinhas do Alto Douro e vendendo, depois da extinção das ordens religiosas (1834), os bens nacionais em hasta pública. Eram mudanças significativas que visavam pôr em prática os princípios do livre-câmbio e do liberalismo económico defendidos pela administração cartista, e que se esperava modificarem o rumo negativo que Portugal seguia desde o virar do século anterior. As reformas cartistas não tiveram, no entanto, o sucesso esperado. A venda dos bens nacionais tinha favorecido somente uma alta burguesia fundiária limitada, que tinha engradecido e aumentado as suas já extensas propriedades; o povo, esse, continuava muito dele na miséria. A economia do País continuava extremamente dependente da Inglaterra (muito em graças ao tratado de comércio assinado com aquele reino em 1810, favorecendo a entrada de produtos ingleses no reino). Para além disto, ainda se estava para verificar um verdadeiro arranque industrial, que ainda não tinha ocorrido em Portugal, que punha o País numa situação de grande atraso económico em relação ao resto do continente
O movimento revolucionário teve origem em Lisboa, onde em Outubro de 1836 desembarcavam os deputados eleitos no Norte. Por essa altura já tinham sido publicados vários folhetos e jornais a pregar a revolução e a atacar o governo cartista, pelo que a população lisboeta, em geral, já tinha tomado conhecimento do que estava prestes a acontecer e acolheu o movimento de braços abertos. Quando os deputados desembarcaram, uma enorme multidão foi ao seu encontro. Pouco depois, gritava-se pela Revolução, pela Rainha e pela Constituição de 1822 e contra o Governo. Isto ocorreu a 9 de Setembro”.
6 comentários:
Pois, a história repete-se...
Monótono, de facto, mas o caso é que em alturas de crédito fácil parece muito difícil e mesmo "mau negócio" "não aproveitar" para impulsionar melhorias que, de outro modo, não se verificariam. Creio que é este o dilema, sem recurso ao credito não teríamos tido desenvolvimento, o recurso ao crédito leva-nos a excessos de despesismo que só param na bancarrota. Já é sina.
Enfim, a má gestão tem sido sina nossa. E o texto é bem revelador de que a demagogia que leva a gastos incomportáveis está bem implantada e é recorrente.
Para obviar aos desmandos, houve um Pacto de Estabilidade e Crescimento. Porque não há crescimento sem estabilidade, impunham-se limites à dívida e ao défice. Coisa impensável para os socialistas cá do burgo, que logo clamaram contra a estupidez do pacto: Ferro Rodrigues, António Costa, Sócrates, Alegre, Seguro, Soares, etc, etc, etc. A "estupidez" do Pacto que Sócrates quis demonstrar de forma "inteligente" duplicando a despesa pública trouxe os resultados que se conhecem.
Afinal, a estupidez não era do Pacto, mas dos seus detractores. Criados fora do mundo real, nada sabiam de economia e muito menos de história ou de história económica.
Mas continuam na posse de todos os microfones. Triste sina!
Preciosidade por preciosidade, vejam esta:
https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&ved=0CDYQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.fd.unl.pt%2FAnexos%2FInvestigacao%2F939.pdf&ei=brzeUoDFJ-yw7Abu14HIDg&usg=AFQjCNFPPTlIKM-AtLwxIXo3W1Jy_5pQrw&sig2=qi7DbGg6KI73XI4DhTedCg
E o resto da história é:
“Entre as causas para a Revolução de Setembro encontram-se: a miséria de boa parte do povo operário; a dependência em relação à Inglaterra; a concentração do poder político e económico numa burguesia limitada, predominantemente rural; o cariz fortemente antidemocrático do cartismo e da Carta Constitucional; e a revolução em Espanha de 1836. A administração de Mouzinho da Silveira (1780-1849) tinha organizado uma vasta reforma em matéria económica e financeira, abolindo os morgadios, as capelas, as sisas, as portagens e os forais, extinguindo o monopólio da Companhia das Vinhas do Alto Douro e vendendo, depois da extinção das ordens religiosas (1834), os bens nacionais em hasta pública. Eram mudanças significativas que visavam pôr em prática os princípios do livre-câmbio e do liberalismo económico defendidos pela administração cartista, e que se esperava modificarem o rumo negativo que Portugal seguia desde o virar do século anterior. As reformas cartistas não tiveram, no entanto, o sucesso esperado. A venda dos bens nacionais tinha favorecido somente uma alta burguesia fundiária limitada, que tinha engradecido e aumentado as suas já extensas propriedades; o povo, esse, continuava muito dele na miséria. A economia do País continuava extremamente dependente da Inglaterra (muito em graças ao tratado de comércio assinado com aquele reino em 1810, favorecendo a entrada de produtos ingleses no reino). Para além disto, ainda se estava para verificar um verdadeiro arranque industrial, que ainda não tinha ocorrido em Portugal, que punha o País numa situação de grande atraso económico em relação ao resto do continente
O movimento revolucionário teve origem em Lisboa, onde em Outubro de 1836 desembarcavam os deputados eleitos no Norte. Por essa altura já tinham sido publicados vários folhetos e jornais a pregar a revolução e a atacar o governo cartista, pelo que a população lisboeta, em geral, já tinha tomado conhecimento do que estava prestes a acontecer e acolheu o movimento de braços abertos. Quando os deputados desembarcaram, uma enorme multidão foi ao seu encontro. Pouco depois, gritava-se pela Revolução, pela Rainha e pela Constituição de 1822 e contra o Governo. Isto ocorreu a 9 de Setembro”.
Uma preciosidade, de facto. Obrigado Tiro ao Alvo.
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