Quando escrevo tenho por hábito contar alguma história cuja essência possa ajudar quem lê, despertando sentimentos, provocando emoções, dar alguma significado à vida ou semear esperanças para enfrentar o futuro escondido na indiferença, na traição e na incompreensão, mas, ao mesmo tempo, prometendo lançar luminosos e amorosos balões de S. João. Escrever não é complicado nem difícil. Uma simples observação, uma frase, um olhar, um comentário, um qualquer tropeção é mais do que suficiente para acordar a vontade de escrever, um despertar estremunhado ou mesmo alucinado. Outras vezes, a vontade de escrever emerge das profundezas de um estado espírito que procura o alívio através do desenho analgésico de palavras escorridas e enlouquecidas, sequiosas de sol, calor, afeto, amor e de paz.
Gosto de contar histórias pela simples razão de que todo o ser humano precisa de se alimentar do trigo da vida dos outros. Gosto de contar histórias porque ajudam a aperfeiçoar-nos, dão-nos alguma tranquilidade, despertam tristeza, provocam alegria e auxiliam a visualizar os nossos defeitos e virtudes. Gosto de contar histórias e de entrar nas histórias que conto. Não me é difícil nem muito complicado pela simples razão de gostar de ouvir histórias. Afinal não sou diferente dos outros. Ainda bem. Quanto conto uma história conto-a com prazer, com humildade, sem preconceitos, sem outro objetivo que não seja reviver as emoções e os sentimentos que senti quando a ouvi. Não sou diferente de qualquer outra pessoa. Pode haver quem não concorde com a descrição dos meus sentimentos, observações, análises e comentários, mas não pretendo ofender quem não se revê nos mesmos, porque quando escrevo não faço por soberba, vaidade ou superioridade, mas apenas por uma questão de necessidade de contar, de partilhar e de ajudar. Gosto de contar histórias, preciso de as contar e se for caso disso posso escrever apenas para mim. Porquê? Porque preciso de contar histórias e, sobretudo, de as ouvir, nem que seja as que escrevi...
3 comentários:
Ainda bem que assim é. Para o Senhor; que satisfaz um prazer que lhe é grato, para nós, que ficamos satisfeitos com o prazer que graciosamente nos oferece.
Que o manancial que brota dessa essa fonte de onde escorre a inspiração se mantenha para sempre.
Ora, aqui está!. Neste "Contar histórias" está explicada a razão por que todos de certo modo gostamos de contar histórias...
Há cerca de 2 semanas que é montra na Daunt Books, na Marylebone High Street, o livro "The examined life" de Stephen Grosz. Também é um livro de histórias, de um colega (creio) do Prof Massano. Se Vexa, um dia, publicar um livro, com as histórias que conhece, quem as ler, poderá, também, pensar "how we lose and find ourselves"...
Enviar um comentário