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sexta-feira, 28 de julho de 2006

O inverno do nosso descontentamento!...

Circula nos correios electrónicos a notícia de que o antigo futebolista internacional do Benfica, José Torres, está muito doente, com a doença de Alzheimer. O ex-futebilista terá como único rendimento uma pequena pensão de 150 Euros, proveniente do tempo em que foi trabalhador numa loja, antes de ser jogador de futebol. Como jogador, nunca o seu clube terá efectuado quaisquer descontos para a segurança social. E, pelos vistos, o próprio José Torres, como treinador ou noutra actividade, também não terá efectuado descontos, encontrando-se assim numa situação desesperada.
Haverá muita gente nestas condições.
Mas José Torres foi um ídolo de muitos portugueses, especialmente dos benfiquistas. Muita gente gritou o seu nome, vitoriou-o, adulou-o, amenizou frustrações com os seus golos. Ajudou o Benfica a ser o que hoje ainda é.
Mas as pessoas e as instituições são profundamente egoístas. Os ídolos só existem enquanto servem para nos dar glória. Se já não a dão, são deitados fora, esquecidos e logo substituídos.
José Torres terá sido imprudente, mas isso não altera em nada a sua actual situação.
Por isso, a instituição Benfica faz nuito mal em se esquecer que José Torres, jogador que muitos dos seus dirigentes ainda vitoriaram, ainda existe e está necessitado.
E a Federação, que ganhou dinheiro com o jogador e continua a embolsar milhões, bem podia lembrar-se agora de quem tão bem a serviu.
Mas isso será pedir demais a espíritos tão ocupados em servirem-se, dizendo que servem a magna causa do futebol!...

2 comentários:

Massano Cardoso disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Massano Cardoso disse...

Bem dito Pinho Cardão!
O pior que pode acontecer a um ser humano é considerá-lo como descartável. Usar e deitar fora. No caso concreto, a solidariedade não se pode ficar por meras palavras, e os que têm a obrigação de a praticar deveriam já ter tomado as medidas mais adequadas para respeitar o Torres, e todos nós que vibrámos com o bom gigante. Pus-me a pensar o que sentiria o nosso “magriço” se tivesse consciência da situação! Não digo que tenha sorte em não a ter, porque esta doença é terrível, mas ao menos não sofre na alma o abandono.
É uma figura nacional que merece o maior respeito. Já estou a imaginar os elogios e discursos sobre a sua figura e o que significou para o país no dia do seu funeral…
Há os que se auto-exilam e os que são exilados, mesmo dentro do próprio país…