Fantástica peça, notável encenação de Fernanda Lapa, a partir de uma tradução de Sophia de Mello Breyner recentemente editada.
Bonito cenário, bem vestida, óptimo coro, representação e dicção excelentes; um diálogo bem ao sabor da tragédia grega, onde paixão, loucura, justiça/injustiça são intensamente vividos e transmitidos.
Uma peça estética e elegante, ao nível do melhor teatro que se faz por essas capitais fora; com uma única diferença: enquanto que nessas ditas capitais se sai confortado de um espectáculo deste nível ao ver a multidão que invade os teatros e enche de palmas os actores, aqui...o D.Maria, a uma 6ª feira à noite, nem meia plateia encheu e nem um único camarote tinha gente!!! A 15 euros o bilhete...não é por aí!
Dá-me ideia que o público português só vai ao teatro quando os actores são os de telenovela, quando a televisão, nossa ou a brasileira, lhos "apresentou" . Ou então, como diz F.Almeida, andamos todos bombardeados com o Mundial!!!
Mas como o blog...é o blog, a quem gosta de teatro, recomendo sem reservas.
2 comentários:
Infelizmente, em Portugal, também a arte sofre do síndrome "Clube de Amigos"... Seja em que domínio for (note-se na literatura a providência cautelar accionada por MRP)... E como há mais de 500 anos que os artistas têm vindo a cantar para um público de gente maioritariamente dura e endurecida, só mesmo aqueles cuja pessoa-em-si é mediatizada conseguem encher salas de teatro, mas que no fundo estão metidas "no gosto da cobiça e na rudeza duma austera, apagada e vil tristeza".
Obrigada, Mª Clara, vou seguir o conselho e, com sorte, o nosso amigo Pinho Cardão também lá vai com o seu apurado sentido crítico...
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