O primeiro dos dois dias do Programa em New York começou com uma visita a Wall Street e, nomeadamente, à NYSE Opening Bell, isto é, à cerimónia de abertura – que é diária – da Bolsa de New York (New York Stock Exchange). Quem nos guiou foi o Dr. David Humphreville, President, The Specialist Association At The New York Stock Exchange, com quem nos encontrámos no seu escritório, quase paredes-meias com a NYSE, às 9 horas. Impressionante é a a segurança que, desde o 9/11, e até agora, rodeia Wall Street. As visitas do público acabaram (ainda tive oportunidade de fazer um tour, quando aqui estive em 1996) e diria que só por especial favor ou pedido, agora, alguém de fora – como era o meu caso e do Marc – pode entrar e visitar a NYSE.
Enfim, entrámos às 9:25, e a cerimónia de abertura do dia em Wall Street é muito engraçada. Há relógios bem visíveis em todas as paredes, que fazem o coundwown e, cerca de 20 segundos antes das 9:30, começa tudo a bater palmas, enquanto o sino começa a tocar. Às 9:30 em ponto tudo se cala e começa mais um dia muito activo para os traders.
Demos umas quantas voltas pelas várias salas da NYSE e conhecemos alguns traders e officials, que têm que andar todos identificados de forma visível e com casacos especiais, azuis, muito fininhos, que vesten por cima dos seus fatos habituais. Ah, e estão quase todos de pé! Imaginem, agora, o que é aguentar desde as 9:30 até às 16 horas sempre em pé!... Por maior que seja o stress das negociações, deve ser muito duro (e desagradável…). Também vimos, acompanhando o trader respectivo, as primeiras transacções do dia relativas ao título português mais importante cotado em Wall Street, a Portugal Telecom, que tem sido objecto de transacções significativas nos últimos meses (elevada liquidez, acoima do normal), em virtude da OPA lançada pela Sonae, e cujo resultado ainda ninguém sabe qual vai ser. E também reparámos na presença de equipas dos maiores bancos internacionais, que ali estão todos presentes: Credit Suisse First Boston, Merrill Lynch, JPMorgan-Chase, Goldman Sachs, etc. Enfim, foi muito interessante para sentir ao vivo o pulsar da maior bolsa do Mundo e a rapidez, acuidade e exactidão com que tudo se passa. Qualquer segundo de distracção pode ser a morte do artista, que é como quem diz, a perda de um determinado negócio!...
Saímos por volta das 10:30 e, como a reunião seguinte só era às 11:45, caminhámos um pouco até ao sul de Manhattan, não muito longe de Wall Street, que fica no Financial Discrict, já cá muito “em baixo” na ilha. Apesar de o dia estar enevoado, pudemos ver bem a Liberty Statue e, depois, subimos devagar, pelo lado este de Manhattan, até à zona do porto, onde aproveitei para comprar mais uns gifts, desta vez, claro, de New York. Depois voltámos então ao Financial Discrict, para uma reunião no Federal Reserve Bank of New York – o segundo "Fed regional", por assim dizer, que visitámos, depois do de Boston. Aí, falámos durante uma hora com os Drs. Leo Bartolini, Senior Vice President, International Research Function, e Thomas Klitgaard, Research Officer. A área de ambos é a economia internacional, pelo passámos em revista a situação económica e a política monetária na Europa, na Ásia e na América Latina, sendo que também acabámos por falar, inevitavelmente, dos EUA. Foi uma boa conversa, porque estes dois economistas nos forneceram opiniões muito interessantes – não oficiais, claro, mas as suas opiniões – sobre temas tão importantes como a evolução da cotação EUR/USD, taxas de juro so BCE, do Fed, do Bank of Japan, etc. Valeu a pena.
Seguiu-se o almoço, novamente na zona do porto, na parte este de Manhattan e, perante a multiplicidade de escolha, optei novamente por japonês (sou fã incondicional!). Às 14:30 deslocámo-nos, também ali no Financial District, à bem conhecida agência de rating Standard & Poor’s, onde nos encontrámos com os Drs. Lisa M. Schineller, Director, Sovereign Rating Group, e Adam M. Tempkin, Manager, Media Relations, Structured Finance Ratings. A conversa incidiu sobretudo sobre o modo como os ratings da dívida pública de cada país são determinados, e qual a situação em determinados países da Europa e América Latina (sobretudo), que necessitam de reformas urgentes nos respectivos sectores públicos em geral (e numa multiplicidade de áreas em particular) de molde a que, a médio e longo prazo, a deterioração da qualidade – isto é, a subida do risco – não seja uma realidade. Aliás, alguns desses países são nossos conhecidos, até bem próximos geograficamente de Portugal, por sinal, e têm, hoje, das notações de rating mais elevadas que existem, em termos de dívida pública.
Esta reunião acabou o Programa por hoje e, assim, pouco antes das 16 horas eu voltei de metro a upper Manhattan – a zona mais comercial, próxima do hotel – enquanto que o Marc resolveu ficar mais um pouco pela zona sul da ilha. Mais uma vez o shopping não foi nada de especial e pouco depois das 18 horas já estava no hotel, a descansar um pouco, não só porque as reuniões tinham sido intensas, como porque tinha andado muito (e ainda regressei ao habitual jogging matinal…).
Antes das 20 horas comi qualquer coisa num McDonald’s aqui ao pé e, àquela hora, estava sentado no Cadillac Winter Garden Theatre, porque, tal como ontem, não resisti e lá fui ver (outra vez!...) o musical Mamma Mia! baseado nas músicas (que eu adoro!) dos ABBA. Foi tão bom como de todas as outras vezes que o vi – incluindo quando esteve em Portugal, pois há cerca de um ano atrás tivemos a sorte de este espectáculo ter vindo ao nosso país. Então a parte final é uma animação, não ficando uma única pessoa sentada na sala, porque a vontade de dançar é comum a toda a gente!...
Terminado o show, regressei ao hotel e é o costume: acabando de escrever o diário e de colocar a correspondência de e-mails de Portugal em dia, é hora de dormir, porque amanhã há ainda Programa. Trata-se, aliás, do último dia de todo o Programa de trabalho, por assim dizer, porque no Sábado à noite é a viagem de regresso a casa, previsto para a madrugada de Domingo.
Até amanhã então, e uma noite descansada a todos!
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