Já conheceu melhores dias a campanha de Segolene Royal, apresentada em Novembro no Porto, num conclave “rosa”, como a grande novidade da política francesa, a Mulher que iria marcar uma nova era na vida daquele País, naquela altura dada como escolha quase certa dos franceses nas eleições presidenciais que vão ter lugar em 22 de Abril próximo (1ª volta).
Segolène, mulher indubitavelmente atraente pelo seu belo sorriso e pela sua espectacular elegância – veste-se impecavelmente – está a sofrer as consequências de a campanha eleitoral não ser uma campanha muda.
Como aqui referi num POST do mês passado, se a campanha fosse estritamente muda, Segolène ganharia sem dificuldade, deixando os outros candidatos a grande distância.
O problema é que os candidatos são obrigados a apresentar ideias, a proferir discursos, e aí Segolène entrou num terreno que lhe é francamente desfavorável.
Foi cometendo “gaffes” sucessivas, em temas de política externa em especial, e foi baixando nas sondagens.
A situação actual é-lhe mesmo bastante desvantajosa pois, de acordo com as mais recentes sondagens, Segolène reúne 23% das intenções de voto, sendo valor idêntico atribuído ao candidato do centro (UDF), François Bayrou. À frente vai Sarkozy, com 29% e mais atrás Le Pen, com 13%.
Na semana passada, ficou a saber-se que o Secretario-Geral do PSF, François Hollande, companheiro de Segolène e seu grande apoiante – além de pai de seus 4 filhos – havia confessado, numa reunião do estado-maior da campanha, recear que Segolène não passasse sequer à 2ª volta, ultrapassada por Bayrou.
A divulgação publica dessa confissão abalou as hostes Segolenianas.
Nesta semana, novo golpe, agora com as declarações de um dos principais conselheiros da campanha de Sego e parlamentar rosa, Eric Besson, que resolveu abandonar a campanha, voltando-se contra Sego.
Besson acusou Segolène de estar exclusivamente preocupada com a sua imagem.
Foi mesmo ao ponto de dizer “ Em consciência penso que Segolène não deverá tornar-se presidente da França, eu não desejo isso para o meu País. E receio isso pelos meus filhos”.
Acrescentando “ O que Segolène está a construir nesta campanha é falso e perigoso para a esquerda e para a França. Ela pretende personificar a renovação democrática? Na realidade o que ela está a construir é um projecto de poder pessoal”.
Dado curioso nestas eleições, quando estamos a um mês da primeira volta, é o facto de Bayrou ter alterado totalmente o quadro de um combate político que à partida estava polarizado na dupla Sego-Sarko.
Ainda mais curioso é o facto de as sondagens apontarem uma clara vitória de Bayrou na 2ª volta, qualquer que seja o seu adversário.
Muito interessantes esta campanha eleitoral, que tentarei acompanhar a par e passo e aqui trazer um ou outro apontamento.
3 comentários:
Infelizmente desconheço as ideias/capacidades do candidato Bayrou. Fico também desolado ao saber que Sarkozy não é o eleito pelos franceses para comandar os destinos do país. Já demonstrou ser um homem com um sentido de eficiencia e trabalho notável com vontade e capacidade para por ordem numa França, há muito desordenada e ainda muito egocentrica. Sarkozy seria a pessoal ideal para acordar os franceses desse sonho cor-de-rosa, tanto no sentido politico como literal.
Por outro lado é bom saber que esta ondem do feminismo barato começa a desvanecer. Muitas pessoas comentaram que seria fantástico 3 mulheres a dominarem os tres países mais influentes (França, Alemanha e Estados Unidos). O que precisamos para um lider é competencia não o género sexual. Penso que tanto a Hillary como a Merkel são as pessoas ideais para à posição, já Ségoléne, de acordo com as minhas presvisões fica muito aquém das expectativas.
Acompanharei com muita expectativa o desenrolar da campanhã no 4R e espero desde já, uma vitória para Sarkozy.
PS: Já dizia Napoleão que é mais fácil reconciliar a Europa inteira que duas mulheres! Hehehe
Caro André,
Magnífica a lembrança da dica de Napoleão, que continua tão actual...
Quanto ao resultado das eleições francesas, meu Caro, está tudo em aberto, parecendo certa uma 2ª volta - a menos que haja um terramoto entretanto.
E na 2ª volta, tudo pode acontecer, apesar das sondagens apontarem Bayrou como favorito.
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