O Governo de Espanha aprovou recentemente uma Lei da Igualdade. De entre vários incentivos para aproximar os direitos dos homens aos da mulher, com efeitos benéficos sobre a natalidade, os pais dos futuros recém nascidos vão beneficiar de mais apoios materiais e de mais tempo para prestarem assistência à família. Entre as medidas mais emblemáticas figura o reforço da licença de paternidade.
É positiva esta orientação do Governo, numa matéria que tem estado na ordem do dia por essa Europa fora. Este é mais um domínio em que Portugal se atrasou, a começar por uma discussão séria e ampla sobre o envelhecimento da população, em particular sobre a natalidade.
O Governo anunciou o ano passado, quando da aprovação das novas medidas de cálculo das pensões, que iria submeter este tema à discussão na Concertação Social. Aguardemos que avance, mas com urgência e num espaço bem mais alargado, porque o tema interessa a todos. O tempo não perdoa...
3 comentários:
Pois é, há que tentar contrariar este declínio demográfico, qualquer dia habituamos a ser sempre os "mais novos", mesmo que vão passando os anos! Mas a verdade é que um filho é muito mais que a mudança quando ele nasce e os primeiros tempos de vida.É um compromisso "crescente" que dura a vida toda, com todas as exigências que a nossa e deles ambição de qualidade de vida trazem. Duvido que seja só com subsídios ou licenças de paternidade que se mude o panorama porque a fase mais "pesada"(ainda que sempre fascinante)não é aí que se faz sentir, pelo contrário, essa até é a fase menos absorvente em atenção, é mais em tempo...
Suzana
Compreendo muito bem as suas preocupações e penso que coloca muito bem, como aliás sempre o tem feito, as questões.
Naturalmente que os subsídios não são a solução ou não são uma solução. Mas concordará que se os Pais ao longo da vida do desenvolvimento dos seus filhos tiverem uma situação económica adequada, seja por via do rendimento que directamente auferem, seja porque a sociedade está organizada para tal e proporciona os apoios necessários, isso não é inócuo.
Mas não deixa de ser importante que os Pais possam dispor de mais tempo para cuidar dos seus filhos nos seus primeiros anos de vida, estando mais tempo perto deles. O tempo que se segue será até mais exigente, mas aqui a organização e os apoios já terão que ser outros. Evidentemente que nada substitui o amor, os afectos, a sensibilidade, a razão e a inteligência que os Pais colocam na educação e formação dos sus filhos. Mas para o fazerem é preciso antes de mais existirem os filhos.
Margarida, claro que tem toda a razão,os espanhóis e outros antes deles já perceberam que esse é um sinal importante e pelo menos é um contributo. O que eu acho é que, sendo necessário e devido, não é isso que mudará substancialmente o panorama, mas pode ser que não seja assim, não sei.
Enviar um comentário