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sábado, 31 de março de 2007

Temos PADRINHO!

Robert Mugabe acaba de ser investido pelo seu partido, o ZANU-PF como candidato às eleições presidenciais de 2008 no Zimbabwe.
Circulavam rumores, nas últimas semanas, da existência de forte contestação, no seio do próprio partido, quanto a esta possibilidade, apesar da juventude de Mugabe – tem apenas 83 anos – e da brilhante folha de serviços que apresenta, depois de 27 anos no poder – um país em ruinas, depois de ter sido um dos mais prósperos e bem organizados de África.
Esses rumores acabam de ser desmentidos e assim podemos estar seguros de que o Zimbabwe vai continuar na sua senda de prosperidade, rumo à ruína absoluta
Mas mais importante para nós, podemos ter PADRINHO para a Ota.
Cheguei a recear que, com o eventual afastamento do grande estadista, a Ota tivesse de receber outro nome, o que seria absolutamente lamentável.
Agora estou mais tranquilo e creio que os portugueses ficarão também mais felizes.
Ota para a frente, Mugabe para sempre, portugueses e zimbabweanos unidos no progresso.

14 comentários:

Frederico Lucas disse...

Caro Dr. Tavares Moreira,
Não lhe reconhecia tanto talento para a ironia.
Um dia destes arrisca-se a ser convidado para dirigente desportivo!

:-)

Tavares Moreira disse...

Caro Frederico,

Não me diga uma coisa dessas, pois foi sempre meu sonho poder vir a ser um dia dirigente desportivo!
Ou isso ou jornalista do Expresso.
É uma das minhas mágoas não ter conseguido atingir algum desses patamares mais elevados da perfeição humana, que almejo mais do que tudo na vida.
Quanto à ironia, confesso-lhe que não entendo que alguém ponha em causa, seriamente, a atribuição do nome de Mugabe ao aeromorto da Ota.
Creio que nesse capítulo o Governo escolhe com inteira justeza. Existirá projecto mais emblemático (i)do desperdício de recursos,(ii) da destruição de valor,(iii) do endividamento desbragado,(iv) do desrespeito pelo contribuinte, (v)do desequilíbrio inter-geracional (em clara violação da Lei de Enquadramento Orçamental), (vi)do descrédito do País, (vii)do agravamento da dependência externa, (viii)do desprezo pela opinião alheia e bem fundamentada - que o da Ota?
Se assim é, então o meu Amigo não deixará de concordar que não pode haver melhor nome - para simbolizar esses superiores atributos - que o do grande estadista africano.

Frederico Lucas disse...

:-)

Vou confessar-lhe, sabendo que estou num blogue de público acesso, o que penso da Ota.

Ambos sabemos como funciona o Sistema de Comunicação Socrático: Mais planeado que a esmagadora maioria dos projectos nacionais.

Dito isto, qualquer análise histórica aos picos de discussão pública sobre o tema são coincidentes com momentos de contestação corporativa. No momento actual julgo estar a tentar ocultar a discussão em torno da licenciatura do PM, algo que na minha opinião não mereceria essa preocupação.

Por outro lado, este governo tem sido "descuidado" com a indústria de obras públicas. Ora, a OTA e o TGV são excelentes miragens para este sector ficar anestesiado, face a dimensão dos eventuais investimentos.

Como esta leitura tem o seu optimismo, tenho ocultado a sua revelação.

...Mas numa análise cuidada verificará as incoerências de quem tem aparentemente tanta pressa.

Frederico Lucas disse...

Dito isto, não lhe parece preverso no actual momento assumir um padrinho para o investimento como Robert Mugabe?

Não seria previsivel que, para combater a animosidade, fosse proposto um nome mais "católico" do tipo "Irmã Lúcia" ou "Três Pastorinhos"?!

Vamos ter fé, e rezar muito, que o bom senso reinará!!!

RuiVasco disse...

Senhor doutor
...também não é preciso vir estragar-nos os fins de semana com essas lembranças e notícias!!!

Quanto ao caro Frederico, informo-o que, por ordem cronológica e mesmo por justiça ( da verdadeira, e não da outra que por aí se faz!), antes da Irmã Lúcia e dos Três pastorinhos, que muito respeito, está, porém, D.Jorge Nuno Pinto da Costa. (ver documentação anterior!)

Frederico Lucas disse...

Sim é verdade.
Mas se compreendeu o meu raciocínio procuravamos uma solução de consenso.

Nesse sentido, e na eventualidade de continuar a contestar a minha proposta, sugiro o D. João Azevedo, o eterno injustiçado.

RuiVasco disse...

Cá por mim acho que D.Jorge Nuno é consensual. Admito que tendo em conta a àrea de intervenção - as obras, os empreiteiros, os construtores, os imobiliários e outros interesses, D.Azevedo também não estaria mal. Mas já agora diria que como alternativa, e porque ali ao lado passará o comboio (TGV) poderia, em linguagem "Valentistico-Loureiriana" e outras razões conexas chamar-se " Aeroporto APITACHO"". Só como hipotese academica, claro...

Tavares Moreira disse...

Caro Frederico,

Admiro a lucidez do seu raciocínio assim como a fragrância suave das sugestões que dele exundam.
Não o sabia porém tão optimista, ao ponto de apelidar a Ota de "investimento".
Trata-se, com certeza, de um daqueles "investimentos estratégicos" que há alguns anos ouvi a Miguel Beleza caracterizar de forma lapidar:
"Sacrificar rendimentos do consumo actual, para assegurar no futuro um sacrifício continuado".
Isto, é claro, por comparação à noção corrente de investimento, de
"Sacrificar rendimentos do consumo actual para assegurar maiores rendimentos no futuro".

Caro RuiVasco,
Nada há que nos possa estragar o fim-de-semana, depois da esperançosa novidade que nos chega do Zimbabwe. As estacas da Ota estão expectantes da benção do Padrinho!

Frederico Lucas disse...

Caro Dr. Tavares Moreira,
Apreciei a sua resposta.
Talvez não se lembre do Prós e Contras sobre o assunto.
Mas eu, que tenho um fundo cristão, vou relembrá-lo.

Nesse programa, Dr. Augusto Mateus defendeu um projecto porque, e passo a citar, "(...) É importante colocar os empresários portugueses a poucas horas das capitais europeias."

De onde NÃO se concluí:
a) Se as poucas horas incluem o tempo perdido para chegar à OTA
b) O valor que os empresários dão à vantagem de passar a Portela para a OTA
c) E mais importante de tudo, se os empresários agradecerão um dia ao Governo ter afecto, por via directa ou indirecta, 3000 milhões de euros (preços de 2006, antes dos trabalhos a mais) para resolver um problema de capacidade de tráfego aéreo esperado, em detrimento de outras medidas de apoio p.e. à inovação e internacionalização.

Por outras palavras, Augusto Mateus tem condições para suceder Manuel Pinho na continuidade.


:-)

Tavares Moreira disse...

Caro Frederico,

Lembrar-me de algum Prós e Contras é tarefa muito ingrata porque não sou espectador habitual, embora já tenha assistido.
Por isso lhe agradeço a informação do magistério de A. Mateus, cuja opinião, se não me engano, teve entretanto uma viragem de 180 graus neste assunto dos "investimentos estratégicos".
Quanto ao orçamento da Ota, meu Caro, não se admire se os 3 mil milhões vierem a transformar-se em 7 ou 8 ou 9 ou mais mil milhões, com os tais "trabalhitos a mais", os imprevistos, as alterações do programa de execução, etc,etc.
Recorrendo ao seu confessado fundo cristão, que alias partilho, teremos qualquer coisa de semelhante ao conhecido milagre da multiplicação dos pães e dos peixes.
Só com a diferença de aqui a multiplicação dar para engordar a uns poucos e para emagrecer a uma grande maioria...

Frederico Lucas disse...

Muito obrigado pela resposta, e peço desculpa por continuar a tomar o seu tempo.

Dúvidas existenciais:

a) Se foi possivel à ANA Aeroportos remodelar o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, que como saberá é mais caro que construir de raiz face às implicações que isso provoca no normal ritmo de construção, pelo valor de 300ME, como é que um segundo aeroporto de Lisboa que visa responder fundamentalmente ao crescimento exponencial das operadoras de grande rotatividade (low Cost), custa 10X esse valor a custos previstos?

b) Para que serve um TGV que reduz a actual ligação ferroviária Lisboa Porto em 30 minutos quando, para os passageiros profissionais (para quem o tempo é dinheiro) fazem esse percurso em menos 2 horas (avião)?

c) O problema da economia portuguesa é, ou não, a produtividade da nossa mão de obra, algo que retira competitividade aos nossos produtos/serviços no exterior? O caminho para ultrapassar o problema dessa equação passa por centrar a nossa capacidade de investimento (sei que contesta a aplicação do termo) na melhoria das infraestruturas de transporte?

d) Porque motivo não usa a oposição, cabendo ao principal partido a responsabilidade maior, um mapa comparativo entre este investimento e um projecto de formação de RHs e dinamização das PMEs ao estilo do que é feito nas multinacionais (porque em Portugal estas organizações já nos mostraram como se ganha dinheiro, em contraposição com a maioria das empresas portuguesas em estado crítico de sobrevivência)?

Renovo o meu pedido de desculpa pelo tempo que lhe tomei.

Um abraço

Tavares Moreira disse...

Caro Frederico,

Não quero deixá-lo sem resposta, apesar do atraso:
- O aeroporto Francisco Sá Carneiro só terá custado aquilo que diz mas averdade é que constitui uma fonte de prejuízos para a ANA, com a OTA esses prejuízos deverão agravar-se.
Preenche,portanto, os requisitos do tal "investimento estratégico".

- A ligação em TGV Lx-Porto é igualmente um "investimento estratégico", não se discute, paga-se - o problema, como sabe, é que se paga quando a despesa é feita e nunca mais se deixa de pagar, verdadeira hipoteca/penhor sobre os nossos rendimentos futuros.

- Se o principal Partido da oposição tivesse capacidade para demonstrar cabalmente aquilo que proõe, esse Partido não estaria na oposição...

Unknown disse...

Esclarecido.

Muito, muito obrigado.

Frederico

Frederico Lucas disse...

Esclarecido.

Muito, muito obrigado.

Frederico