Na última edição do boletim económico (trimestral) do Banco de Portugal (BP), divulgado em Janeiro, era dito o seguinte relativamente ao défice externo (pág. 11):
“No que diz respeito às necessidades de financiamento da economia portuguesa, medidas pelo saldo conjunto das balanças corrente e de capital, estas deverão ter-se reduzido para 7,6% do PIB em 2006 (8,1% em 2005), projectando-se que se reduzam para 7,3% em 2007 e para 7,2% do PIB em 2008”.
No dia 22 do corrente, a mesma entidade divulgava informação relativa às contas externas de 2006.
Analisadas essas contas, verifica-se que o tal saldo conjunto das balanças corrente e de capital, ascendendo a € 13.300 milhões, corresponde não aos previstos 7,6% do PIB mas sim a cerca de 8,8% do PIB.
A diferença entre os dois valores é “apenas” (quase) € 2 mil milhões.
Confesso que não entendo este erro de previsão, com pouco mais de um mês de distância e quando já estava disponível informação da balança de pagamentos com o exterior pelo menos até Outubro.
É um erro surpreendente e anormal.
Não é fácil encontrar uma explicação, pelo menos eu não encontro. Não existe aqui a possibilidade de funcionamento da “teoria da conspiração”, pois este tipo de informação económica não parece propício para operações conspiratórias.
Diferente seria o caso se estivéssemos a falar, por exemplo, de défice orçamental. Aí talvez se pudesse admitir uma manobra de ocasião (enunciar uma previsão muito favorável) para servir propósitos doutro tipo.
Mas aqui, pelo menos eu não consigo vislumbrar tal hipótese.
Fica o apontamento para os comentadores mais conhecedores em temas conspiratórios - Pinho Cardão, Tonibler, C. Monteiro, Antrax, Pedro Sérgio, só para citar os mais assíduos - encontrarem a resposta àquilo que para mim constitui simplesmente um enigma.
Mas já agora, se o erro de previsão para 2006, mesmo “à boca dos resultados” foi desta ordem, o que se deverá pensar das previsões para 2007 e 2008?
7 comentários:
Não fui eu!!
Eu ainda não fiz nada!
Inclusivamente, até estou um pouco apardalado porque ontem descobri que o meu progenitor também tinha um blogue (p.f. consultar em http://sol.sapo.pt/blogs/ram/default.aspx)e não me disse nada!
Ainda por cima, eu nem sequer sabia que ele sabia mexer nestas coisas. «Axo» isto tudo muito mal. Falando nisso, não percebo nada de Economia, nem de Finanças mas ele percebe «buézes» :))
Ora caro Tavares Moreira,
Um das grandes demandas da arquelogia é tentar encontrar a última das previsões do Banco de Portugal que bateu lá perto. Não é que acertou, é que bateu lá perto, num raio de 10%.
Tal como a morte e os impostos, o erro do Banco de Portugal faz parte das constantes da sociedade portuguesa. Até podemos ter esperança que o Nuno Gomes acerte na baliza. Agora o Banco de Portugal, nunca.
OH! Tonibler:
E o Nuno Gomes, justiça seja feita, ainda não começou a marcar na própria!...
Caro Tavares Moreira:
Também concedo que não seja teoria da conspiração. Inclino-me mais, face ao que aconteceu com o OE para 2005, para uma prática de prestidigitação!...
Diz do Dr. PC:
«(...) para uma prática de prestidigitação!...»
...Através do do consumo prévio de substâncias alucinogénicas adquiridas, subrepticiamente, no mercado alternativo que está como o Universo, i.e. em expansão.
Concluí eu.
Caros Antrax e Pinho Cardão,
Agradeço-lhes, reconhecido, o contributo para a descoberta do que para mim era um enigma insondável.
Admito então, como hipótese plausível, que o previsor estivesse sob o efeito de um alucinogénio ministrado por algum agente infiltrado da perigosa seita do Gil Vicente.
O culpado deste erro é mesmo o Anthrax!!Amigo Anthrax, não venha dizer que não é culpa sua , que eu já o topei. ;)
Dr tavares moreira , acha que é preciso grande teorias ?
Previsões do banco de Portugal = previsões de Vitor Constâncio , um dos "sempre em pés " do regime.com a auréolea de competência técnica , desde à muito que para mim , não tem qualquer credibilidade.sempre a fazer fretes ao governo socialista, sempre a monotirizar todas as décimas de crescimento, para poder dar sustentar o discurso oficial de crescimento económico que só os mais ferverosos "xuxaliastas" conseguem descortinar.
A conclusão que se pode extrair dos vários depoimentos aqui produzidos é a de que terá sido Antrax, agente secreto ao serviço da contra-informação, quem terá ministrado o alucinogénio ao previsor do BP.
"Antrax baralha a política económica em Portugal" pode vir a ser o título de um próximo post.
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