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quinta-feira, 8 de março de 2007

Eurobitolas

Segundo o DN de hoje, por ocasião da presidência da União Europeia, a Alemanha vai propor a criação de um livro de História da Europa para os estudantes dos 27 estados-membros. E, acrescenta-se, até já tem um manual franco-alemão para lhe servir de modelo.
Depois da calibragem da laranja e do tomate, chegou a vez da uniformização da interpretação dos percursos históricos de povos e nações.
Ao contrário de outras experiências federativas que construíram a união no respeito pela diversidade dos Estados, das suas especificidades e heranças, a Europa constrói-se pela constante imposição de paradigmas oficiais.
Mau, o caminho...

5 comentários:

Pinho Cardão disse...

Caro Ferreira de Almeida:
Com Salazar havia partido único e livro único. Com esta Europa tão tecnocrática, tão niveladora e tão regulamentadora, partido único ainda não existe, mas livro único, pelos vistos, já está aqui ao lado!...

Pedro Sérgio disse...

Caro Ferreira de Almeida,

No passado sabado, estive pessoalmente, em casa do Ilustre Historiador da nossa praça, que tenho uma grande admiração,Prof.José Hermano Saraiva,e umas das conversas alêm de outras,relacionou que a nossa História com 800 anos, ainda têm muito que se dizer e investigar.Temos muito que fazer dentro do nosso cantinho (Portugal).Compreendo, que vivemos na UE e convêm ter um vasto conhecimento da sua origem e dos paises que façam parte.Neste caso,a proposta da Alemanha sobre esse assunto, deve estar mais relacionado com os paises do Norte da Europa devido á sua cultura e preparação.Temos que estar preparados, senão, passamos para o 3º Mundo!Que é o mau caminho...

Pedro Sérgio (Palmela)

Tonibler disse...

Bem, como é sugestão alemã e os franceses seguirão, pode ser que o livro se destine apenas a povos superiores e não a portugueses, gregos, eslovénios e outros tipos de pretos que, em rigor, eles não devem considerar exactamente europeus. Assim, não parece que nos devamos preocupar, até porque em troca pode ser que venha mais algum....

Suzana Toscano disse...

O mais certo é não ligarmos nenhuma. Além disso, como será uma história franco-germanica, portuguesa-espanhola ou grega-turca? Deve ser preciso um referedo para se acertar cada linha... Ou então foca como alguns textos internacionais, são tão consensuais que não dizem coisa nenhuma.No fim, pode ser só uma lista telefónica com os notáveis, por ordem alfabética, claro, já vimos no que deu o concurso para o maior português. Mas concordo com o Zé Mário, a ideia não é boa.

Anthrax disse...

Alguém falou em tomates??!!

Então estou no sítio certo, sempre que precisarem de sumo, por favor disponham pois começo a adquirir muita prática na arte de os esborrachar.

Por acaso, essa novidade ainda não me tinha chegado de qualquer maneira, não vejo grande motivo para alarme. Enquanto houver uma Grã-Bretanha na U.E, isso não vai passar de mais uma ideia (principalmente se tiverem um manual franco-alemão como modelo).

No entanto, a ideia de um livro de História da Europa não é de todo absurda. Pessoalmente, até a considero fascinante, principalmente, se considerarmos a riqueza daquilo que é a História das Relações entre os diversos Estados Europeus desde o Congresso de Vestefália. É muito, muito interessante e explica muita coisa do que se passa hoje em dia na Europa.

Mas daí até se transformar num manual para estudantes dos 27 EM's, dúvido. Eles não se entendem no que respeita ao reconhecimento académico, como é que íam fazer um manual de história?