Hoje, falhado um almoço com a Suzana Toscano e o David Justino, por motivos ponderosos deste último, que poria a Pátria em perigo, se não terminasse um trabalho no âmbito da sua presidencial assessoria, rumei cedo a Colares. A minha mulher, economista também, mas um talento para a jardinagem e para a agricultura, que disfarça a falta de conhecimentos de base em tais artes com uma formação acelerada, ao ponto de saber o nome científico das plantas e das árvores em latim, e uma prática muito consistente de sementeira e plantio de produtos hortícolas, logo me disse que era preciso enxertar as videiras. E porque fica sempre bem, aproveito a oportunidade para uma saudação à minha mulher e às mulheres agricultoras no Dia Internacional da Mulher!...
Cabe aqui outro parêntesis para dizer que o vinho que produzo, da ordem dos 200 litros por ano, é mesmo vinho e um verdadeiro néctar!...Ainda este ano, quando me desloquei à Adega de Colares com uma amostra para analisar, a minha preocupação maior foi saber se o líquido transportado era mesmo vinho e só depois averiguar da sua qualidade. Pois fiquei a saber que era um vinhão autêntico e também que estava dentro dos mais apertados standards da região. A verdade é que, seguramente, é o vinho mais caro do país. Creio que me ficava mais barato beber diariamente Ferreirinha Reserva Especial ou mesmo Barca Velha!.…Claro que estes não são tão bons, mas também se deixam beber!...
A enxertia foi de uva de mesa. Claro que já não uso o velho canivete bem afiado, mas moderna tecnologia comprada numa feira da especialidade, basicamente uma tesoura que tem o especial condão de fazer uma ranhura na cepa bravia e um garfo na vide, recolhida no momento da poda, e cujo fruto se pretende produzir, por forma que o garfo penetre e encaixe perfeitamente na ranhura(ver figura ilustrativa). Aqui, dispenso-me dos naturais pormenores científicos, referindo apenas que, para obter a harmonia penetrativa, além do adequado tratamento e experiência, é necessário previamente escolher uma vide com espessura adequada à cepa.
Para fixar o enxerto, este deve ser devidamente atado e depois criteriosamente besuntado com uma massa cicatrizante que ajuda a recompor a ferida, não deixando nela entrar água ou sujidades.
Como sou um experimentalista, se continuei a cobrir com uma fina camada de terra alguns enxertos, seguindo a prática tradicional, inovei, deixando outros ao ar livre, mas devidamente protegidos com o produto cicatrizante, para ver o que dá!...
Se tudo correr bem, espero em breve ter umas boas uvas de mesa para consumo interno e oferta aos autores do 4R e comentadores que só digam bem dos meus textos!...
Cabe aqui outro parêntesis para dizer que o vinho que produzo, da ordem dos 200 litros por ano, é mesmo vinho e um verdadeiro néctar!...Ainda este ano, quando me desloquei à Adega de Colares com uma amostra para analisar, a minha preocupação maior foi saber se o líquido transportado era mesmo vinho e só depois averiguar da sua qualidade. Pois fiquei a saber que era um vinhão autêntico e também que estava dentro dos mais apertados standards da região. A verdade é que, seguramente, é o vinho mais caro do país. Creio que me ficava mais barato beber diariamente Ferreirinha Reserva Especial ou mesmo Barca Velha!.…Claro que estes não são tão bons, mas também se deixam beber!...
A enxertia foi de uva de mesa. Claro que já não uso o velho canivete bem afiado, mas moderna tecnologia comprada numa feira da especialidade, basicamente uma tesoura que tem o especial condão de fazer uma ranhura na cepa bravia e um garfo na vide, recolhida no momento da poda, e cujo fruto se pretende produzir, por forma que o garfo penetre e encaixe perfeitamente na ranhura(ver figura ilustrativa). Aqui, dispenso-me dos naturais pormenores científicos, referindo apenas que, para obter a harmonia penetrativa, além do adequado tratamento e experiência, é necessário previamente escolher uma vide com espessura adequada à cepa.
Para fixar o enxerto, este deve ser devidamente atado e depois criteriosamente besuntado com uma massa cicatrizante que ajuda a recompor a ferida, não deixando nela entrar água ou sujidades.
Como sou um experimentalista, se continuei a cobrir com uma fina camada de terra alguns enxertos, seguindo a prática tradicional, inovei, deixando outros ao ar livre, mas devidamente protegidos com o produto cicatrizante, para ver o que dá!...
Se tudo correr bem, espero em breve ter umas boas uvas de mesa para consumo interno e oferta aos autores do 4R e comentadores que só digam bem dos meus textos!...
23 comentários:
E o Alentejo tão longe, mas cheio de inveja de não poder provar o néctar, saborear o bago, .....
Um abraço.
adenda - e eu digo bem dos seus textos!!! :-)
Caro Nikonmam:
Não tenho qualquer dúvida!...
Eu também!
Caro Amigo Pinho Cardão,
Com toda a consideração,aprecio os seus artigos e cronicas com a minha honesta e humilde critica e opinião, mas o tal vinho com o verdadeiro nector descrito pela sua pessoa .... hummmm,como será??
Pedro Sérgio (Palmela)
E eu também!Mas é a Graça que sabe da poda e o meu amigo que colhe os louros? Sem regatear elogios aos seus fantásticoas posts, sempre gostaria de ver este ponto esclarecido!
E quanto ao almoço falhado, eu é que tive que ir comer uma sanduiche, fiquei sem companhia!
Caro Pinho Cardão,
Por momentos, quase me senti a ler um belo pedaço de prosa do nosso saudoso Jacinto. Ainda por cima, o néctar elogiado era de Colares : outra conspiração !
Longa vida a esse precioso néctar, ainda que não esqueça o velho aforismo lusíada, segundo o qual, melhor é experimentá-lo, que julgá-lo…
Boas colheitas, então, lá para o próximo Outono ! E, se algum desse precioso sobrar, que ele não venha a azedar por falta de apreciadores… Seria, sem dúvida, pecado irremissível !
Agora é que reparei, 200 litros dá para 400 elogios, digo, convidados, tudo gente sóbria no beber mas viciada na leitura da 4r...
cá fico à espera dessa nectar dos "economistas "que não dos deuses..
Pinho Cardão,
Lembro que só tenho dito bem, mas mesmo muito bem, dos seus textos. Espero pois ver agora reconhecida essa postura, aliás sincera e espontânea, com uma farta cesta de uvas de mesa "Cardão de Colares".
Caro Sr. Pinho Cardão, se até hoje não elogiei os seus textos, foi certamente por pura distracção. Para remissão dessa falta, declaro-me aqui e agora, voluntário para carregar no lombo, da vinha para o lagar, os covos da vindíma.Já agora, apesar de não ser expert na matéria, mas de "falar" com eles, deixo uma consideração acerca da enxertia. Ambos os processos que utilizou para protecção ao corte, são válidos, como deve saber o sucesso irá dever-se a muitas condicionantes, como sejam o tempo, a idade e saúde da cepa, a saude da vide, assim como a certeza do corte do garfo e do cavalete, ambos devem ser lisos, daí os "antigos" dedicarem uma atenção especial ao aço e ao fio de lâmina dos canivetes que usam.
Boa enxertia. e boa producção.
Meus Caros:
Não podendo desde já responder a todos e um por um, por ter de me ausentar de imediato, o que farei posteriormente, dada a qualidade dos comentários, desde já declaro que o farei posteriormente. Agora, gostava só de salientar que os meus amigos jogam nos dois tabuleiros: expressam dúvidas quanto ao agricultor, mas mostram simultaneamente confiança, para beneficiarem da colheita!...
Belos texto! Fantásticos! Fabulosos! Nunca li melhor!
(Chega?...)
Dr. PC,
Se tivesse de ir carregado para casa, com sacos de 10 quilos cheios boiões de doce, marmeladas e cestinhos de frutos secos, aposto que já não dizia isso... é no que dá quando uma pessoa é simpática. Depois temos de andar a comer doces e marmelada à força, pelo menos, durante 24 meses.
Eu bem que ofereço mas, nem por isso a coisa diminui.
De qualquer forma os seus textos são excelentes :) e se quiser uns frasquinhos de doce, também se arranja :)))
oh anthrax então! a subornar o dr pc para ter direito a umas garrafas de vinho "zclelente" a mais que o resto do pessoal? não vale!!
Ó amigo menino mau... já viu alguém ser subornado com frascos de doce? Daaah!
Para evitar interpretações como a do Menino Mau, o melhor é candidatarmo-nos também aos docinhos do Anthrax, os seus comentários valem bem os elogios. Começo é a recear pela vivacidade dos debates nos próximos 100 000 visitantes, pelo andar da carruagem vamo-nos elogiar uns aos outros na proporção das respectivas produções domésticas. Enfim, podemos sempre abrir um negócio de artesanato e produtos naturais e o 4r era a holding...
Bem pensado cara Suzana, eu contribuo com pedras, tenho-as em excesso, são de boa qualidade. Podem ser exportadas para a China. Será que aquela rapaziada não esta a pensar aumentar a muralha?
ó amigo anthrax vindo de si os doces devem ser excelentes.donde eu deduzo que sim , que existem pessoas subornáveis com frascos de doces.
e tão excelentes devem ser que a idéia de criar uma holding de artesanato e produtos tradicionais seria duplamente "zcelente" ( excelente à maneira de jorge coelho..) .
até me ofereceria para fazer o business plan ,mas numa casa de economistas como esta ..até me fica mal
Post scriptum (recuso-me a utilizar certos acrónimos) - economistas e não só..
Amiga Suzana, não se preocupe! Porque quando é para dizer mal, também podem contar comigo.
Amigo menino mau, não fui eu que fiz os doces... Mmmmm, eu só os recebi e não sei o que fazer com eles porque não os como. Aliás, eu só como doces quando sinto necessidade de o fazer (ou quando tem muito de ser só para não parecer mal), de resto, nem doces, nem açucar, nada. Tirando isso, acho que devem ser bons, pelo menos foi o que me disseram. :)
Não FEZ os doces? Oh Anthrax, e eu que já contava consigo para uma Parceria SA! É que eu adoro fazer doces e acabo por ter o mesmo problema do escoamento, se calhar há por aí outros Anthrax a rezar para que eu me deixe de futilidades...
Para acompanhar a cesta de uvas de mesa "Cardão de Colares", que tal umas famosas tortas de Azeitão?
(quase)sempre elogio os textos do D.Pinho Cardão.
Pedro Sérgio (Palmela)
Oh Pinho Cardão! Eu também sou um "experimentalista". Não se recorda dos elogios que já fiz aos produtos das suas colheitas?
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