Conheço razoavelmente Portugal e creio que não há vila ou cidade sede de concelho, incluindo obviamente Açores e Madeira, em que não tenha estado pelo menos uma vez. Conhecidos assim o território, os monumentos, o folclore, as gentes e a gastronomia, de há uns anos que venho aprofundando esta última manifestação cultural.
Foi nesse contexto, e aproveitando um convite de um amigo, que no penúltimo fim-de-semana me desloquei a Montalegre. É a segunda vez este ano, pois já lá tinha estado em Janeiro, com o nosso companheiro de blog Tavares Moreira, por ocasião da Feira do Fumeiro. Nessa altura, somos sempre presenteados com um fabuloso cozido de Montalegre, com carnes de porco fumadas e soberbas carnes de vaca dos lameiros do Barroso acompanhadas de uma excelente hortaliça e sobretudo das saborosas batatas criadas a partir da batata de semente da região.
Desta vez, o objectivo era o cabrito. Mas antes do almoço de cabrito, houve que jantar, na 6ª feira. Uma forte surpresa, o Restaurante Nevada, à saída de Montalegre para Espanha. Mesas impecavelmente postas, um serviço perfeito do Sr. Valdemar de Moura, dono, e do seu filho e uma cozinha de altíssima qualidade. Qualidade dos géneros e da confecção, a par do serviço, a grande preocupação dos donos. Excelente a açorda de presunto, que nunca me tinha passado pelos lábios, e excelentíssima a posta transmontana. Aliás, o lindo e recuperado centro de Montalegre, com boas casas de pedra, está recheado de restaurantes com vistosa apresentação, sinal de clientela certa. A actividade agro-pecuária, centrada na Vitela dos lameiros de Barroso e no porco, a exploração da pedra, a produção de batata e de batata de semente e a atracção das vizinhas barragens do Alto Rabagão poderão explicar o fenómeno. Um hotel de 4 estrelas, explorado por uma conhecida rede internacional e instalado na antiga cadeia proporciona um cuidado repouso.
Para os não iniciados, convém lembrar a enorme rivalidade entre Montalegre e Boticas em torno da carne de vitela e de vaca. Se Boticas enaltece a carne barrosã, em detrimento da vitela de Montalegre, mistura de várias raças, segundo os primeiros, já Montalegre privilegia o seu produto, originado da autêntica raça barrosã, bem alimentada nos lameiros de Montalegre que, obviamente, não existem em Boticas!...
A minha "expertise" ainda não me permite distinguir cabalmente uma da outra, mas vou preferindo a de Montalegre, por ser mais vezes convidado para aí ir!...
Foi nesse contexto, e aproveitando um convite de um amigo, que no penúltimo fim-de-semana me desloquei a Montalegre. É a segunda vez este ano, pois já lá tinha estado em Janeiro, com o nosso companheiro de blog Tavares Moreira, por ocasião da Feira do Fumeiro. Nessa altura, somos sempre presenteados com um fabuloso cozido de Montalegre, com carnes de porco fumadas e soberbas carnes de vaca dos lameiros do Barroso acompanhadas de uma excelente hortaliça e sobretudo das saborosas batatas criadas a partir da batata de semente da região.
Desta vez, o objectivo era o cabrito. Mas antes do almoço de cabrito, houve que jantar, na 6ª feira. Uma forte surpresa, o Restaurante Nevada, à saída de Montalegre para Espanha. Mesas impecavelmente postas, um serviço perfeito do Sr. Valdemar de Moura, dono, e do seu filho e uma cozinha de altíssima qualidade. Qualidade dos géneros e da confecção, a par do serviço, a grande preocupação dos donos. Excelente a açorda de presunto, que nunca me tinha passado pelos lábios, e excelentíssima a posta transmontana. Aliás, o lindo e recuperado centro de Montalegre, com boas casas de pedra, está recheado de restaurantes com vistosa apresentação, sinal de clientela certa. A actividade agro-pecuária, centrada na Vitela dos lameiros de Barroso e no porco, a exploração da pedra, a produção de batata e de batata de semente e a atracção das vizinhas barragens do Alto Rabagão poderão explicar o fenómeno. Um hotel de 4 estrelas, explorado por uma conhecida rede internacional e instalado na antiga cadeia proporciona um cuidado repouso.
Para os não iniciados, convém lembrar a enorme rivalidade entre Montalegre e Boticas em torno da carne de vitela e de vaca. Se Boticas enaltece a carne barrosã, em detrimento da vitela de Montalegre, mistura de várias raças, segundo os primeiros, já Montalegre privilegia o seu produto, originado da autêntica raça barrosã, bem alimentada nos lameiros de Montalegre que, obviamente, não existem em Boticas!...
A minha "expertise" ainda não me permite distinguir cabalmente uma da outra, mas vou preferindo a de Montalegre, por ser mais vezes convidado para aí ir!...
No próximo post passarei ao cabrito!...
7 comentários:
Pois é meu amigo! O senhor é que é um "fresco" dos diabos...
A minha experiência no Nevada foi equivalente à sua. E quando se entra, não se dá nada por ele...
Caro Pinho Cardão,
O amigo não para com a nossa Gastronomia, na semana passada foi com o tal famoso vinho "D.Cardão" e agora com a riquissima gastronomia de Montalegre.Hummm.Sem comentários!Fico á espera do cabrito.
Um abraço
Pedro Sérgio (Palmela)
Caro Pinho Cardão:
Excelente, para não variar, a prosa com que nos brinda e que já me abriu o apetite para o almoço.
Como transmontano que sou, penso que a gastronomia de "para lá do Marão" ainda é das coisas que a interioridade conserva quase incólume.
Aproveitando o grande conhecimento que possui nesta área, gostaria de saber se conhece (e aprecia) um prato que a mim me deixa de água na boca: as tripas ao molhos. É que caso conheça e goste, ler a sua descrição deve ser o que mais se aproxima de as saborear, dada a falta de oportunidade que presentemente tenho em o fazer...
Caro Zorbian:
Conheço. É um prato saboroso e de grande sustento. Creio que é típico da zona de Vila Real, pois só aí é que o encontrei em restaurantes. O que já comi foi confeccionado a partir do estômago da vaca, recheado de presunto, sendo a tira do estômago atada com um fio da tripa e com arroz a acompanhar. Claro que na cozedura entram algumas especiarias e um bom vinho branco. A confecção tem que se lhe diga e demora horas. Segundo um amigo meu transmontano, não deve a panela ser aquecida pela chama, mas apenas pela chapa do fogão, pelo que os fogões de lenha são os apropriados para o efeito. O prato exige um bom tinto duriense para acompanhar, um bom leite creme como sobremesa, e um obrigatório passar pelas brasas antes de começar a guiar!...
Vou ver se arranjo uma fotografia para o meu amigo, à falta de melhor, saborear num próximo post.
Pinho Cardão no seu melhor!
Um gourmet de se tirar o chapeu!
(quantos créditos de uvas já acumulei...)?
Caro Tavares Moreira:
A continuar assim, tenho que estabelecer um plafond!...
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