Bem sei que já passa da meia-noite, mas hoje pode haver alguma tolerância antes das Cinderelas voltarem à sua condição doméstica. Sempre é dia 8 de Março! E era com o pretexto deste dia simbólico que eu vinha aqui lembrar algumas regras elementares para fazer as mulheres felizes (os homens são sempre felizes com uma mulher feliz por perto…).
Pois é. Vamos começar por acabar com o mito de que os homens não conseguem entender as mulheres. Não conseguem, isso é óbvio, mas o caso é que não é preciso. Um homem que conseguisse entender as mulheres não tinha graça nenhuma, tornava-se num igual. Acontece que basta que as aceitem tal e qual, gostem assim mesmo, incomprensíveis e portanto surpreendentes, um pouco incoerentes mas enfim, no final têm sempre razão, como também é do senso comum, ainda que não declarado.
Depois, não é nada difícil fazer uma mulher feliz, e ainda é menos difícil não as tornar infelizes. Por exemplo, evitar respostas descabidas, como seja “sim, estás mesmo mais gorda”, quando ela verifica desolada que a saia justa não cabe. Nessa situação crítica, é uma evidência que a resposta deve ser “não me parece, estás sempre bem” ou “por mim estás óptima mas se te sentires melhor com uma dieta…” mas, sobretudo, nunca, nunca, confirmar o tal facto intolerável. O mesmo se diga das rugas, da falta de visão, do cabelo com menos brilho, pequenos detalhes para um homem mas que para uma mulher são catástrofes. Outra coisa importante é os homens não se lembrarem de tomar conselhos de outras pessoas e virem para casa com ideias estranhas. Por exemplo, uma dieta, ou remédios para a constipação. Mete-se pelos olhos dentro que não pode dar resultado. Se é preciso cortar o sal, o melhor é começarem a queixar-se de tonturas, dores de cabeça, etc, até a mulher chegar ao diagnóstico que o médico deu na consulta. E dar-lhe tempo a ser ela a ditar a dieta, caso em que o sal será abolido. Caso contrário, o sal mantém-se, talvez até aumente sem querer.
Outro pequeno detalhe é não fazer perguntas infelizes, como “porque é que estás amuada” ou “se ontem compraste a saia porque é que hoje embirras com ela” ou, cúmulo dos cúmulos “porque é que não gritas com os teus amigos e gritas comigo”, tudo frases a eliminar rapidamente do cardápio. As mulheres não acreditam na perspicácia dos homens mas, no fundo bem no fundo, acalentam a ilusão de que o seu eleito possa ser diferente dos maridos das outras, e se preocupe com ela ao ponto de lhe adivinhar as razões para estas míseras variações de humor.
E outra coisa, só uma. As mulheres descobriram há séculos, mesmo milénios, o que é “trabalhar em rede”, esse exemplo de modernidade nas sociedades globalizadas. Vivem em rede entre elas, sem distinção de raça, posição social, idade ou profissão. Ajudam-se, há cumplicidade, fazem confidências e partilham as vidas umas das outras sem que seja preciso conhecerem-se ou estimarem-se. A rede funciona, tocam os tantãs, e a informação ou o conselho chegam sempre. Coisa que os homens ignoram sistematicamente, de que suspeitam mas que, erradamente, subestimam. "Porque é que demoraste tanto na porteira" ou "agora já perguntas pela neta da mulher da fruta?" são provas de como se pode agir às claras sem que um homem perceba a existência da rede. Uma mulher que não dispense um pouco de açúcar à vizinha que não teve tempo de ir às compras ou não dê o nome do médico da criança para a amiga da prima da colega, não é uma mulher, é um bicho.
Enfim, são só umas dicas, temos que ajudar os homens a achar a vida menos complicada…
Pois é. Vamos começar por acabar com o mito de que os homens não conseguem entender as mulheres. Não conseguem, isso é óbvio, mas o caso é que não é preciso. Um homem que conseguisse entender as mulheres não tinha graça nenhuma, tornava-se num igual. Acontece que basta que as aceitem tal e qual, gostem assim mesmo, incomprensíveis e portanto surpreendentes, um pouco incoerentes mas enfim, no final têm sempre razão, como também é do senso comum, ainda que não declarado.
Depois, não é nada difícil fazer uma mulher feliz, e ainda é menos difícil não as tornar infelizes. Por exemplo, evitar respostas descabidas, como seja “sim, estás mesmo mais gorda”, quando ela verifica desolada que a saia justa não cabe. Nessa situação crítica, é uma evidência que a resposta deve ser “não me parece, estás sempre bem” ou “por mim estás óptima mas se te sentires melhor com uma dieta…” mas, sobretudo, nunca, nunca, confirmar o tal facto intolerável. O mesmo se diga das rugas, da falta de visão, do cabelo com menos brilho, pequenos detalhes para um homem mas que para uma mulher são catástrofes. Outra coisa importante é os homens não se lembrarem de tomar conselhos de outras pessoas e virem para casa com ideias estranhas. Por exemplo, uma dieta, ou remédios para a constipação. Mete-se pelos olhos dentro que não pode dar resultado. Se é preciso cortar o sal, o melhor é começarem a queixar-se de tonturas, dores de cabeça, etc, até a mulher chegar ao diagnóstico que o médico deu na consulta. E dar-lhe tempo a ser ela a ditar a dieta, caso em que o sal será abolido. Caso contrário, o sal mantém-se, talvez até aumente sem querer.
Outro pequeno detalhe é não fazer perguntas infelizes, como “porque é que estás amuada” ou “se ontem compraste a saia porque é que hoje embirras com ela” ou, cúmulo dos cúmulos “porque é que não gritas com os teus amigos e gritas comigo”, tudo frases a eliminar rapidamente do cardápio. As mulheres não acreditam na perspicácia dos homens mas, no fundo bem no fundo, acalentam a ilusão de que o seu eleito possa ser diferente dos maridos das outras, e se preocupe com ela ao ponto de lhe adivinhar as razões para estas míseras variações de humor.
E outra coisa, só uma. As mulheres descobriram há séculos, mesmo milénios, o que é “trabalhar em rede”, esse exemplo de modernidade nas sociedades globalizadas. Vivem em rede entre elas, sem distinção de raça, posição social, idade ou profissão. Ajudam-se, há cumplicidade, fazem confidências e partilham as vidas umas das outras sem que seja preciso conhecerem-se ou estimarem-se. A rede funciona, tocam os tantãs, e a informação ou o conselho chegam sempre. Coisa que os homens ignoram sistematicamente, de que suspeitam mas que, erradamente, subestimam. "Porque é que demoraste tanto na porteira" ou "agora já perguntas pela neta da mulher da fruta?" são provas de como se pode agir às claras sem que um homem perceba a existência da rede. Uma mulher que não dispense um pouco de açúcar à vizinha que não teve tempo de ir às compras ou não dê o nome do médico da criança para a amiga da prima da colega, não é uma mulher, é um bicho.
Enfim, são só umas dicas, temos que ajudar os homens a achar a vida menos complicada…
8 comentários:
Permita-me, cara amiga, um comentário algo correlacionado com a matéria que aqui aborda, em dia tão caro a muitas mulheres.
Há por aí uma tendência para descobrir mentalidades antagónicas nos seres humanos, na era da globalização, divididos estes, agora, em supostas novas classes, em emulação permanente, homens contra mulheres, à mistura com outros antagonismos menores, mas não menos pretensamente activos : os do Norte contra os do Sul, os morenos contra os louros, os do interior contra os do litoral, os latinos contra os saxões, etc., etc.
Eis no que deu a persistente desvalorização de conceitos fundamentais como : Família, Sociedade, Nação, Estado, Solidariedade, Coesão Social, Civismo, Responsabilidade Social e outros que justificam e animam toda a nossa aventura colectiva.
Não admira, por isso, que os conflitos não parem de aumentar, na sociedade como nas famílias…
Cara Suzanita :)),
Há uma frase neste post que me agrada particularmente e que é: «Acontece que basta que as aceitem tal e qual, gostem assim mesmo, (...)».
Sabe porque gosto desta frase? Porque acredito que deve ser aplicada a todos e é incondicional. Quando se aceita alguém tal e qual como é, significa que aceitamos tudo o que vem com o pacote, qualidades e defeitos. Tudo o resto são detalhes comunicacionais, que fazem diferença mas, não são impossíveis de transpôr.
Plácidamente sentado no sofá da minha sala, assisti ha algum tempo a um programa no canal Nacional Geografic, onde era demonstrada a forma como as tribos da época em que o homem seguia sasonalmente as manadas que caçava para seu sustento subsistiam durante as grandes travessias. Nesse programa, era abordado um tema muito interessante. Era a tribuida às mulheres da tribo, sobretudo as mais velhas, a responsabilidade de durante o percurso, entrrar, conservados em odres, alimentos secos e àgua. Além de tratarem convenientemente as carnes, raizes, etc. competia às mulheres, sem que fossem vistas, enterra-las e memorizar o local. Esta prática, garantia a subsistência das tribos, quando atravessavam imensas áreas inóspitas. Hoje, sabe-se científicamente que o cerebro feminino, estabelece uma mais ampla comunicação entre o emisfério esquerdo e o direito, o que lhe permite, por exemplo, executar com precisão, mais de uma tarefa em simultâneo. Outro aspecto interessante de observar, é o facto de existirem mais feiticeiras, que feiticeiros, mais partieras que parteiros.
Em suma: de um modo geral percebe-se uma aptência natural na mulher, para o enigmático, para o sobrenatural, para o misterioso.
Aproveitar essas características, ou melhor, geri-las,conciliá-las com um ambiente familiar ou laboral, parece-me nestes nossos tempos de completa dependência das mais diversas tecnologias, ser odisseia maior que a ancestral memorização dos esconderijos.
Ó Suzana, entre coisas sábias e algumas perplexidades que este post contém, tem a minha Amiga a certeza que a resposta “não me parece, estás sempre bem” é mesmo a adequada?!
Se resulta consigo, então está provado que não há só diferenças entre homens e mulheres. Há cavadas diferenças entre elas ;)
Cara Suzana:
Por norma desconfio sempre dos conselhos vindos de mulheres que pretendem dizer aos homens como devem eles lidar com elas... ou porque são fruto de um subliminar desejo de lhes fazer toooodas as vontadinhas, ou (e mais frequentemente) porque provêm de iluminadas feministas que pretendem reclamar aquilo que nem sequer os homens, muitas vezes, sabem o que é....
Neste post, contudo, o mapa feminino está muito bem desenhado :) Próva disso é a minha (ainda pequena) experiência conjugal, mas onde já tive a oportunidade de constatar o sucesso das dicas que tão bem expôs, depois de, naturalmente, ter dado algumas "cabeçadas" aquando do surgimento das referidas situações :)
Aguardo com muita expectativa outros conselhos, nomeadamente para as situações em que elas já perceberam que a nossa resposta é, apenas, a politicamente correcta...
Caro Zé Mário, vejo que o meu amigo já se confrontou com a situação (é uma fatalidade!).A questão é que não basta dizer a frase, há ainda o "tom" com que a mesma é dita. Se for a ler o jornal sem levantar os olhos ou a fazer zapping na televisão, vê-se logo que é para despachar e assim não serve...
Caro Zorbian, há coisas que de facto só se aprendem com "cabeçadas", o pior é se nem assim se aprendem, o que não parece ser o seu caso :)Uma resposta politicamente correcta é melhor que uma completamente errada ou seja, já é um progresso importante. Quando já não serve é bom sinal, significa que o grau de exigência aumentou e as expectativas também. Então, aí, só falta juntar a atitude ao discurso! O mau sinal é quando já não se espera nada do outro, e é claro que isto é válido para as duas partes. Só que ontem era dia das mulheres...
Caro Anthrax, a frase é tentadora, mas um tanto idealista, quando as pessoas partilham a sua vida, ou parte dela, há sempre que fazer ajustamentos mútuos e ninguém é perfeito, mesmo o amor mais cego exige mudanças.
Caros António Viriato e Bartolomeu, não sei se os conflitos hoje aumentaram, provavelmente tornaram-se visíveis e, em muitos casos, intoleráveis. A evolução das mentalidades, que leva ao reconhecimento do trabalho e do papel da mulher na família e na sociedade trouxe uma exigência acrescida para os homens, que têm que aprender a lidar com isso, e para as mulheres,que não podem passar a viver fixadas no seu ego como se se pudessem vingar de todos os tempos. É difícil, mas muito interessante!
Cara Suzana,
Por isso tudo mantenho a teoria que a monogamia foi uma desesperada invenção masculina. Outras sociedades onde a poligamia se mantém, optaram por calar as esposas...
Interessante essa teoria, caro Tonibler. Se a inventaram, agora é tarde para recuar, o melhor é aprenderem a viver com ela!:)
Enviar um comentário