Salazar ganhou o concurso da RTP, O Maior Português de Sempre.
Muitas explicações para o facto, que aliás se previa face ao andamento das votações, têm sido dadas: falta de cultura global, ignorância da história, deficiência da educação e da escola, voto de protesto, dificuldades económicas actuais, questões não resolvidas pela democracia, nostalgia de um “chefe”, como dizia a Suzana Toscano num comentário a um post seu anterior, etc, etc.
Não creio que estas justificações, no todo, ou cada uma de per si, sejam a explicação principal.
No que respeita à história, por exemplo, os grandes vultos históricos estavam quase todos representados nos dez primeiros, com algumas honrosas excepções, como D. Nuno Álvares Pereira. Mas estava Aristides Sousa Mendes, exemplo de compaixão e de defesa dos direitos humanos, baseadas na sua intensa religiosidade, que os portugueses deram mostra de apreciar.
Para mim, a principal explicação teve a ver com a reacção de muitos à votação organizada em torno de Álvaro Cunhal. Os comunistas viram no facto uma possibilidade de levantar bandeiras, num período em que a sua doutrina está cada vez mais caduca e desacreditada. O contraponto era obviamente Salazar, cujo nome terá concitado a votação, não apenas de alguns saudosistas, mas de muitos que, não se revendo na pessoa, nem sequer a apreciando, não toleravam ver, mesmo num concurso, ser considerado o maior de Portugal quem, como Cunhal, defendia e representava um dos mais sanguinários regimes do século XX .
Os comunistas, se sempre estiveram desenquadrados da realidade do país, ao votarem maciçamente em Cunhal, no dealbar do século XXI, mostraram continuar a não perceber literalmente nada do que se passa, nem sequer a natureza de um concurso, como aliás comprovou a reacção do seu representante ontem na RTP.
Por mim, como referi no 4R em 18 de Janeiro, votei em D. João II.
Foi um português com um projecto ousado, mas firme e determinado. Pela liderança que imprimiu, conseguiu reunir os meios científicos, humanos, organizativos e financeiros para o atingir. Como nunca mais alguém fez na história de Portugal. Um grande português e uma grande figura da humanidade, a quem rasgou fronteiras como nunca antes. A quem Portugal deve toda a importância que ainda possa ter no mundo!...
Muitas explicações para o facto, que aliás se previa face ao andamento das votações, têm sido dadas: falta de cultura global, ignorância da história, deficiência da educação e da escola, voto de protesto, dificuldades económicas actuais, questões não resolvidas pela democracia, nostalgia de um “chefe”, como dizia a Suzana Toscano num comentário a um post seu anterior, etc, etc.
Não creio que estas justificações, no todo, ou cada uma de per si, sejam a explicação principal.
No que respeita à história, por exemplo, os grandes vultos históricos estavam quase todos representados nos dez primeiros, com algumas honrosas excepções, como D. Nuno Álvares Pereira. Mas estava Aristides Sousa Mendes, exemplo de compaixão e de defesa dos direitos humanos, baseadas na sua intensa religiosidade, que os portugueses deram mostra de apreciar.
Para mim, a principal explicação teve a ver com a reacção de muitos à votação organizada em torno de Álvaro Cunhal. Os comunistas viram no facto uma possibilidade de levantar bandeiras, num período em que a sua doutrina está cada vez mais caduca e desacreditada. O contraponto era obviamente Salazar, cujo nome terá concitado a votação, não apenas de alguns saudosistas, mas de muitos que, não se revendo na pessoa, nem sequer a apreciando, não toleravam ver, mesmo num concurso, ser considerado o maior de Portugal quem, como Cunhal, defendia e representava um dos mais sanguinários regimes do século XX .
Os comunistas, se sempre estiveram desenquadrados da realidade do país, ao votarem maciçamente em Cunhal, no dealbar do século XXI, mostraram continuar a não perceber literalmente nada do que se passa, nem sequer a natureza de um concurso, como aliás comprovou a reacção do seu representante ontem na RTP.
Por mim, como referi no 4R em 18 de Janeiro, votei em D. João II.
Foi um português com um projecto ousado, mas firme e determinado. Pela liderança que imprimiu, conseguiu reunir os meios científicos, humanos, organizativos e financeiros para o atingir. Como nunca mais alguém fez na história de Portugal. Um grande português e uma grande figura da humanidade, a quem rasgou fronteiras como nunca antes. A quem Portugal deve toda a importância que ainda possa ter no mundo!...
17 comentários:
Não votei em ninguém. Voto sim, na emenda constiotucional que, em cada acto eleitoral, nos permita, não votar nos Partidos, mas votar em mudar de povo.
Com todo o devido respeito, Dr. PC, não vejo nada de "sanguinário" no Regime do "tio" António.
Pessoalmente, nutro um carinho especial pelo "tio" Sebastião - O Marquês - também gosto muito do D. Afonso Henriques, do D. João I, do D. João II, do Costa Cabral e do João Franco. Todos eles homens que sabiam muito bem o país e o povo que tinham nas mãos.
Salazar foi apenas mais um homem que sabia o que tinha nas mãos. Só isso.
Caro Anthrax, uma coisa é saber o que temos nas mãos, outra coisa é saber o que fazemos com o que temos nas mãos...
Aquele que era claramente o maior português de sempre não estava lá.
Eu pensei durante a votação "oh, toni, destes todos qual era aquele pelo qual davas o braço esquerdo? E o dedo mindinho esquerdo? E o apêndice?" A resposta repetia-se "a nenhum!". A minha conclusão não poderia ser outra. Sou eu o maior português de sempre. Pelo menos naquilo que me diz respeito...
Por outro lado, se lá estivesse também me arriscava a ver FDP's como o Cunhal e o Salazar com mais votos que eu? Se calhar, ainda bem que não estava lá. Porque o desrespeito que isso significa à memória de todos os outros é uma vergonha.
Caro Anthrax:
Creio que a leitura foi demasiado rápida e não se apercebeu bem no que respeita ao regime qualificado como dos mais sanguinários do século XX!...
Dr. PC,
Tem toda a razão. Percebi mal.
O "sanguinário" era outro.
Pinho Cardão,
Grande injustiça terem esquecido o D. Jorge Nuno I, o grande Líder.
Votei igualmente em D. João II, que considero o maior português, se é que isso se pode dizer.
Porém, como era um concurso e havia que escolher, para mim não havia dúvidas.
O resultado não traduz nada de especial mas apenas que houve uma contagem de espingardas entre comunas e não-comunas.
Mas deixe lá: apesar de tudo, D. João II venceu, pelo menos para mim, foi o melhor Chefe de Estado que tivémos e que soube desempenhar, na plenitude, esse papel.
Apoio o inconformismo do Dr. Tavares Moreira.
Aliás, julgo que está na altura de dar ao D. Jorge Nuno I uma rotunda - talvez a da Boa Vista - para alí pousar na companhia do seu dragãozinho.
Até que enfim há alguém que vai direito ao cherne, perdão, ao cerne da questão...o maior português de sempre, não estava nos primeiros 10 (apesar de eu ter votado uma duzentas vezes, atitude que me esgotou o carregamento do telemovel. Fui duas vezes ao multibanco meter mais 10 euros)
D.Jorge NUNO, o Grande Líder.
Obrigado Tavares Moreira. Alguem que me compreende e que compreende a verdadeira História deste País.
Viva o Porto, perdão, viva Portugal e os seus verdadeiros Heróis!
E D.Jorge não precisa de nenhuma rotunda, porque a rotunda foi vulgarizada pelos nossos autarcas mais escloresados, perdão, esclarecidos! D.Jorge só pode ter como destino, um Padrão igual ao dos Descobrimentos! Ou máior! Talvez um monumento, tipo Cristo Rei,como o de Almada, mas na Serra do Pilar, e com o nosso D.Jorge no topo! E a malta do super dragões com lugar privilegiado e cativo para atirar pedras aos Lampiões de Lisboa que fossem ao Porto. Quem dá boas ideias, sim, quem dá?
Já agora também queria abrir aqui um debate sobre a designação a dar ao novo aeroporto na OTA ou onde ele fôr.
1ªproposta - Aeroporto Jorge Nuno Pinto da Costa
Como não houve até agora outra sugestão, depois de eu dar esta,( esperei 10 minutos depois de a apresentar) fica aprovada por unanimidade e aclamação.
Ninguém respondeu porque ficámos a pensar que, se a contrução da Ota for parecida com a eleição de D. Jorge Nuno I, pode o caro RuiVasco baptizá-lo como quiser...Até se faria a cerimónia!
Pinho Cardão, eu nem tentei aprofundar a análise do resultado da eleição, uma espécie de esquerda-direita-neutros que mostrou como de facto uns e outros se conseguem mobilizar, com apelos ao voto útil e tudo. Era evidente que a escolha não podia resultar nunca de um juízo esclarecido e objectivo. O que eu digo é que,apesar de tudo, sempre se divulgou e discutiu de uma forma interessante e rara, que mobilizou muito gente de modo inesperado. TIrando isso, acho o resto muito pouco susceptível de grandes conclusões, é pena mas era quase inevitável.
Caro RuiVasco,
O meu Amigo chega muito atrasado, o aeromorto da Ota já tem nome, o de outro grande lider, Robert Mugabe.
Se o RuiVasco estivesse permanentemente atento a este BLOG - Oráculo imprescindível para quem queira entender as grandes questões nacionais como há poucos dias ouvi a um conhecido político -teria dado conta da atribuição desse nome aquela grande obra de que o País se vai orgulhar.
Com efeito, nada melhor, para exprimir o que essa obra representa para o futuro e a felicidade perpétua do País do que o nome do grande estadista africano Robert Mugabe
Ora aí está um grande democrata!
Sim, senhor... trata a oposição - literalmente - à paulada.
"Só uma pergunta!"
Se o "povo" se mobiliza em torno de um programa tão idiota com os "grandes portugueses do televoto" porque raio não se mobiliza em torno da dinamização económica?!
Caro Frederico,
Sendo "Povo", porque não experimenta responder à sua própria pergunta?
Aposto que se for "empresário" até consegue respondê-la melhor.
Aí é que está a questão.
Por mim, fazia denúncias diárias na judiciária pela falta de transparência na gestão de projectos públicos.
Por isso, como imagina, não sinto que possa ser eu a mudar o país, o que significa que o mercado português representa <10% da minha actividade.
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