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domingo, 4 de março de 2007

Mario Chanes de Armas

Faleceu a 24 de Fevereiro, na Florida, com 80 anos de idade, um dos mais destemidos e puros companheiros de Castro na revolução que em Janeiro de 1959 acabaria por derrubar a ditadura de Baptista, em Cuba…substituindo-a por outra bem mais dura e cruel.
Mas Chanes de Armas foi dos que acreditou, enquanto combatente pela liberdade do seu País, que Cuba viria a ser um país livre e democrático. E foi por isso que se bateu, tendo sido companheiro de prisão de Castro durante 22 meses, depois parceiro inseparável na Sierra Maestra, nos meses que antecederam o derrube de Baptista.
Porque era uma pessoa de fortes convicções, quando se apercebeu do rumo que a revolução levava - para uma nova ditadura agora de inspiração comunista - Chanes de Armas tomou uma atitude original, que lhe valeria ser encarcerado por Castro durante 30 anos: aplicou um valente par de murros em Castro e abandonou o movimento castrista.
Como muitos outros, foi acusado de tentativa de assassinato de Castro, por ele sempre negada e também nunca provada.
Só que ao regime castrista, para sentenciar um opositor à prisão, mesmo por 30 anos, bastava-lhe a acusação, provas eram simples minudências.
Por triste ironia, viria a ser então (1961) encarcerado na mesma prisão em que havia estado com Castro durante o período de contestação ao regime de Baptista.
Só que desta vez esteve preso 30 anos, até 1991, tendo sido sujeito longo tempo a trabalhos forçados mas recusado sempre a “reeducação” comunista que lhe era oferecida como moeda de troca para a libertação.
Durante esse longo cativeiro, o seu único filho viria a falecer, com 24 anos, e Chanes de Armas não foi autorizado por Castro a acompanhar tampouco o funeral do filho…
Quando finalmente foi libertado, por grande insistência diplomática das autoridades chilenas, o primeiro gesto de Chanes de Armas foi visitar o túmulo de seu filho.
Também sob mediação diplomática chilena sairia de Cuba para os EUA, tendo todavia recusado assumir papel liderante nos movimentos anti-castristas.
Dizia que isso seria uma atitude de vingança e a vingança, na sua opinião, era uma forma de covardia.
Aqui fica, no 4R esta breve e singela nota de homenagem a Chanes de Armas.

1 comentário:

Pinho Cardão disse...

Bela e oportuna evocação!...
Acontece que raramente vejo Castro tratado como ditador, mas sim como lídimo combatente pelas liberdades, insigne comandante, libertador do povo e com epítetos quejandos...
Como, aliás, Estaline, Mao, Lenine, etc, etc.
Ditador é conceito exclusivo, reservado para Salazar, Franco, Mussolini, Pinochet, Hitler!...
Assim vão, ainda, os tempos!...