O Expresso noticia hoje que a Universidade Independente "emitiu diploma de Sócrates num domingo".
Só me admiraria se assim não fosse!...
Afinal de contas, não é a Independente que forma muitos licenciados de um dia para o outro?
Tem que lhes dar o diploma, just in time, claro!...
5 comentários:
Nos casos mais bicudos ou de maior relevância para o país, pelos vistos os assuntos eram resolvidos aos domingos, provavel e exactamente porque havia mais vagar nesse sentido. Admito até que existisse solidariedade partidária na procura da melhor forma de apressar casos como este. A este propósito, lembro-me de ter aparecido no jornal Público, "aquando de mais este atentado à dignidade do Engº Sócrates", tal como hoje afirma na imprensa diária o Dr. Jorge Coelho, há uns dias apenas, um tal Sr. Engº Morais que prestou todo o apoio ao aluno Sócrates enquanto professor de tal universidade, para o que em nada contribuíu, segundo ele, o facto ser seu confrade político.
Caro Pinho Cardão,
Apetece gritar : aonde chegou o descrédito desta gente ! Depois, admirem-se de o Povo lhes perder todo o respeito e acabar a descrer da Democracia, votando na figura de Salazar, que até era Lente prestigiado de Coimbra, posto não gostasse de democracias.
Demais, o povo miúdo, menos intelectualizado, não prezando grandemente, nem fazendo grande uso da liberdade política, não valoriza muito o Sistema Democrático, de que sempre desconfiou, desde a Monarquia Constitucional, passando pela balbúrdia da república jacobina do início do século xx.
Também com as provas que certos Democratas lhe dão de : compadrio generalizado nas nomeações para altas funções no Estado e nas Empresas em que este tem predomínio, vide administradores da CGD, p.ex., entre outros; promiscuidade com Empresas, intercâmbio de dirigentes, enriquecimento rápido de políticos, sem conhecida fazenda antes de exercerem funções governativas ou nas autarquias; duplicidade de critérios na avaliação de crimes ou de fraudes, consoante as influências políticas dominantes; multiplicação de mediocridades que ascendem aos mais altos cargos do Estado, alguns com diplomas forjados ou obtidos sob enorme suspeição, etc., etc., como querem que ele, o Povo, sobretudo, a sua parte mais humilde e trabalhadora, que não pode sequer deixar de cumprir leis, nem iludi-las, como fazem muitos desses putativos democratas, esse povo que vive sujeito a todas as limitações, como querem então que ele estime a Democracia e não volte os olhos para o exemplo de virtudes pessoais, que não políticas, do velho Salazar : sério, competente, trabalhador, estudioso, pobre, filho de pobres, e que pobre morreu, apesar de dispor de um poder quase discricionário ao longo de 40 anos ?
Esse povo de que falo pode ser inculto, mas não é estúpido e acaba por perceber a fraude em que caiu, o tal pântano de que se queixava Guterres antes de fugir dele, em lugar de o combater.
Tudo isto é por de mais sabido, mas não é travado. E, assim, meus caros : como se reabilita a Democracia aos olhos do Povo ?
Não quero abusar da paciência do meu anfitrião que conhece muito bem este fado. Vou ter de retomar o tema na minha própria tribuna, porque tudo o que se diga sobre esta desolação política em que vivemos é pouco. Peço, por isso, desculpa do extenso comentário. E claro que não sou Salazarista, mas partidário do Sistema Democrático, da social-democracia, ainda que adaptada ao século xxi, sem no entanto a desejar ver transformada num qualquer darwinismo social, mascarado de liberalismo económico sem limites, sem consciência social, um laissez-faire, laissez-passer, que alguns pretendem impor, a coberto da exigência da Competitividade, que, de resto, só se aplica aos «peixes pequenos», nanja aos grandes, evocando a linguagem do nosso magno Vieira, no seu célebre e de novo actualizado Sermão de Santo António aos Peixes.
Boa Noite e continuação de bom fim-de-semana.
Caro Pinho Cardão,
Parece-me bem dado. Afinal até fizeram do homem primeiro-ministro a seguir.
Caro Viriato,
Preocupante são os 30000 engenheiros que nunca terão capacidade de ser primeiros-ministros. Não o 1 primeiro-ministro que nunca terá capacidade de ser engenheiro. Tal como preocuparmo-nos com um concurso de televisão com votos pagos e pensar que isso não é, em si mesmo, uma prova de força da democracia.
Pinho Cardão,
Meu Amigo acaba de lançar as bases de um provável novo capítulo do SIMPLEX: o "diploma na hora".
Com essa, as suas hipóteses de vir a figurar em próximo elenco governativo ganharam forte impulso.
Já se viu em reunião de Secretários de Estado, podendo partilhar as reflexões de F. Serrasqueiro? Que felicidade!
Ora aí está: diploma na hora!...
Mas com essa inventiva era o meu amigo que devia estar nas reuniões dos Srs. Secretários de Estado!...
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