Já tive a opinião de que os responsáveis por cargos políticos deveriam ser muitíssimo melhor remunerados, face à necessidade de obter o concurso de pessoas de elevada preparação técnica, sensibilidade política, competência, experiência, honestidade, sentido de serviço e liderança, de forma a poderem corresponder à importância, exigência e responsabilidade das funções desempenhadas.
Hoje já não penso assim.
Uma melhor remuneração do pessoal político apenas serviria para pagar melhor às mesmas pessoas, com uma ou outra excepção resultante de alguma alteração advinda de uma maior luta entre os militantes políticos profissionalizados na cata dos melhores lugares.
Por outro lado, profissionais qualificados e bem remunerados no sector privado, com sensibilidade política e sentido de serviço público, não colocam geralmente como restrição definitiva para o exercício tansitório de funções públicas, nomeadamente a nível governamental, o baixo salário que passariam a auferir.
Já os titulares de alguns cargos da mais alta Administração Pública, escolhidos no mercado pelo seu perfil e competência, deveriam ter uma remuneração adequada ao mercado e às exigências da função. É o caso, por exemplo, do Director Geral dos Impostos.
Em termos absolutos e relativos, sobretudo se comparado com os seus antecessores, face ao ambiente que conseguiu criar, às medidas que tomou, às que sugeriu ao Governo e aos resultados obtidos, o Dr. Paulo Macedo mereceu todos os cêntimos que ganhou.
Pensava que este seria um exemplo a seguir.
Parece que não!...
Hoje já não penso assim.
Uma melhor remuneração do pessoal político apenas serviria para pagar melhor às mesmas pessoas, com uma ou outra excepção resultante de alguma alteração advinda de uma maior luta entre os militantes políticos profissionalizados na cata dos melhores lugares.
Por outro lado, profissionais qualificados e bem remunerados no sector privado, com sensibilidade política e sentido de serviço público, não colocam geralmente como restrição definitiva para o exercício tansitório de funções públicas, nomeadamente a nível governamental, o baixo salário que passariam a auferir.
Já os titulares de alguns cargos da mais alta Administração Pública, escolhidos no mercado pelo seu perfil e competência, deveriam ter uma remuneração adequada ao mercado e às exigências da função. É o caso, por exemplo, do Director Geral dos Impostos.
Em termos absolutos e relativos, sobretudo se comparado com os seus antecessores, face ao ambiente que conseguiu criar, às medidas que tomou, às que sugeriu ao Governo e aos resultados obtidos, o Dr. Paulo Macedo mereceu todos os cêntimos que ganhou.
Pensava que este seria um exemplo a seguir.
Parece que não!...
Face ao que vem sendo noticiado, regressa-se ao nivelamento por baixo, perde-se uma boa oportunidade de seguir as melhores práticas e perde-se sobretudo a possibilidade de provocar as rupturas desejáveis na burocratizada, desmotivada e inerte administração pública.
5 comentários:
Concordo com quase tudo, tirando a excepção. Aquilo que o Paulo Macedo mostrou a toda a gente é que o lugar dele é privado, ainda que cumprindo uma função pública. Na realidade, aquilo que o Paulo Macedo trouxe à DGCI foi uma dinâmica diferente de fazer as coisas que, certamente, vai parar às urtigas assim que o Paulo Macedo também fôr. Estruturalmente, foi dinheiro deitado à rua, ainda que conjunturalmente não tenha sido. A função de cobrança é feita por milhares de agentes neste país, desde advogados até aos servicers dos veículos de empréstimos complicados, pelo que a função já deveria ser subcontratada por concurso, a muita gente, à muito tempo e paga pelo sucesso.
O Paulo Macedo? Tenho outra opinião dele.
Viva,Caro Pinho Cardão,
Concordo consigo sobre este assunto.O problema da Administração Publica é de não saber avaliar a "Qualidade" e a "Quantidade" dos recursos humanos, por outro sentido, investe mais na Quantidade do que na Qualidade, por outros interesses.
Um abraço
Pedro Sérgio (Palmela)
Mais importante do que discutirmos a razoabilidade de um alto funcionário de uma determinada administração pública poder auferir um vencimento quase 500% acima do CEO (1.º ministro) dessa Organização, é percebermos se realmente esse país é assim tão mau e decadente, que esteja dependente da acção de um único homem - um insubstituível.
Será que sem Paulo Macedo o fisco retornará à idade da pedra?
Caro Dr. Pinho Cardão
No sector privado - e assim deveria ser no sector público - as remunerações são pagas em função das responsabilidades, competências e do desempenho.
O sector público para "competir" numa lógica de optimização de custo-benefício e de satisfação dos cidadãos ("clientes", "consumidores") necessita de dispor de gestão. É disso que se trata!
Sem esta visão será difícil a modernização e eficiência da organização e funcionamento da administração pública.
Há certamente na administração pública muitas pessoas que devidamente motivadas seriam muito mais produtivas e capazes de um desempenho do mesmo nível que encontramos no sector privado.
Nas actuais circunstâncias perder um Paulo Macedo é uma má notícia!
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