-“…e foi assim que me vi, de repente, com aquela criança nos braços!”- dizia ele, emocionado.
No dia 9 de Fevereiro de cada ano já todos sabiam que iam ouvir aquela história. Era assim como apagar as velas, a celebração do aniversário da 2ª filha vinha sempre com o relato mil vezes revivido daquela experiência de vida que ele considerou desde sempre a mais extraordinária que viveu.
A verdade é que aquela criança não tinha escolhido o momento certo para se anunciar. A partida para África estava decidida há quase um ano e já era suficiente atrevimento meterem-se a caminho com a filha de apenas 2 anos. As famílias de ambos a rangerem os dentes contra a ambição imprudente e a vida lá parecia uma carta fechada, tão longe, tão longe…
Terá sido nas despedidas que as contas do destino saíram trocadas e a segunda criança se perfilou no horizonte. A filha, mais tarde, gostava de pensar que era fruto dessa coragem que decide entre a vontade de ficar e de partir, da paixão por novos horizontes a buscar força na certeza de que o amor permite todos os sonhos e tudo supera e concilia.
Ele foi um mês antes da mulher e da filha, para preparar a chegada da família, cedendo às acusações azedas da sogra, que lhe invectivava o inconformismo com a vidinha sossegada e monótona que lhe estava prevista. “Já que a minha filha deixa a família por sua causa, ao menos vá à frente para preparar as coisas…” Nunca lhe perdoou esta frase brutal.
O facto é que a criança selou as despedidas e já fez a viagem de barco para Luanda, pesando apenas nos enjoos da mãe e na aflição de se verem lá sem condições para o nascimento, sem família a apoiar e sem médicos dignos desse nome.
A parteira que lhes apresentaram à chegada metia medo ao susto. Desgrenhada e pouco amiga de palavras, foi recusada como imprópria. E o tempo foi correndo, a médica assegurou no próprio dia que o nascimento ainda não seria nessa semana.
Mas o homem põe e Deus dispõe, lá diz o ditado e confirma-se. Mal entrava a madrugada do dia 9 e a criança teimou em nascer, foi tudo tão rápido, dizia ele emocionado, ele nunca se tinha visto nesses assados, a mulher a gritar “ajuda-me, ajuda-me” e ele, sozinho, o que havia ele de fazer? -“Dei um jeitinho nos ombros da criança, a natureza fez o resto…”, uns minutos depois e as suas mãos fortes e seguras pareciam imensas, a segurar na menina gorducha e chorona que de novo os surpreendera.
Contava ainda, muito orgulhoso, que já tinha a tesoura em riste para cortar o cordão umbilical e que a entrada intempestiva da parteira desgrenhada, chamada por uma vizinha solícita, não tinha sido precisa para nada. “Eu tinha dado conta do recado, aquele criança caiu-me nos braços…”
Este é o primeiro dia 9 de Fevereiro em que não posso ouvir o meu pai relatar maravilhado a história do meu nascimento. Mas conto-a eu, como se o ouvisse, com toda a saudade do mundo…
No dia 9 de Fevereiro de cada ano já todos sabiam que iam ouvir aquela história. Era assim como apagar as velas, a celebração do aniversário da 2ª filha vinha sempre com o relato mil vezes revivido daquela experiência de vida que ele considerou desde sempre a mais extraordinária que viveu.
A verdade é que aquela criança não tinha escolhido o momento certo para se anunciar. A partida para África estava decidida há quase um ano e já era suficiente atrevimento meterem-se a caminho com a filha de apenas 2 anos. As famílias de ambos a rangerem os dentes contra a ambição imprudente e a vida lá parecia uma carta fechada, tão longe, tão longe…
Terá sido nas despedidas que as contas do destino saíram trocadas e a segunda criança se perfilou no horizonte. A filha, mais tarde, gostava de pensar que era fruto dessa coragem que decide entre a vontade de ficar e de partir, da paixão por novos horizontes a buscar força na certeza de que o amor permite todos os sonhos e tudo supera e concilia.
Ele foi um mês antes da mulher e da filha, para preparar a chegada da família, cedendo às acusações azedas da sogra, que lhe invectivava o inconformismo com a vidinha sossegada e monótona que lhe estava prevista. “Já que a minha filha deixa a família por sua causa, ao menos vá à frente para preparar as coisas…” Nunca lhe perdoou esta frase brutal.
O facto é que a criança selou as despedidas e já fez a viagem de barco para Luanda, pesando apenas nos enjoos da mãe e na aflição de se verem lá sem condições para o nascimento, sem família a apoiar e sem médicos dignos desse nome.
A parteira que lhes apresentaram à chegada metia medo ao susto. Desgrenhada e pouco amiga de palavras, foi recusada como imprópria. E o tempo foi correndo, a médica assegurou no próprio dia que o nascimento ainda não seria nessa semana.
Mas o homem põe e Deus dispõe, lá diz o ditado e confirma-se. Mal entrava a madrugada do dia 9 e a criança teimou em nascer, foi tudo tão rápido, dizia ele emocionado, ele nunca se tinha visto nesses assados, a mulher a gritar “ajuda-me, ajuda-me” e ele, sozinho, o que havia ele de fazer? -“Dei um jeitinho nos ombros da criança, a natureza fez o resto…”, uns minutos depois e as suas mãos fortes e seguras pareciam imensas, a segurar na menina gorducha e chorona que de novo os surpreendera.
Contava ainda, muito orgulhoso, que já tinha a tesoura em riste para cortar o cordão umbilical e que a entrada intempestiva da parteira desgrenhada, chamada por uma vizinha solícita, não tinha sido precisa para nada. “Eu tinha dado conta do recado, aquele criança caiu-me nos braços…”
Este é o primeiro dia 9 de Fevereiro em que não posso ouvir o meu pai relatar maravilhado a história do meu nascimento. Mas conto-a eu, como se o ouvisse, com toda a saudade do mundo…
12 comentários:
Muitos parabéns, cara Suzana. Festeje bem e...muitas felicidades, muitos anos e muita alegria de viver!...
Querida Susana, um grande, grande, ENORME...beijinho de parabéns.
Conte muitos e bons, sempre com essa sua amabilidade e tranquilidade intrínsecas: duas características tão agradáveis aos olhos de quem consigo se cruza!
Querida Suzana, um beijo imenso de parabéns por este DIA tão especial.
Que a vida lhe sorria sempre, tanto quanto merece, porque são infinitas as belezas que brilham em si.
Muito obrigada, caros amigos, alegria e esperança (e também algumas memórias mais rebeldes) partilham-se e ganham-se com os amigos :)
·ELEMENTO: Ar
·PLANETA: Saturno e Urano
·GÊNERO: Masculino
·PAR IDEAL: Leão
·COR: Verde e Negro
·PEDRAS: Safira azul, Pérola negra e Opala
·METAL: Chumbo
·PERFUME: Alfazema e Tomilho
·PLANTAS E FLORES: Olibano, Mirra, Alfazema, Salgueiro e Papoula
·DIA DE SORTE: Sábado
·N º DE SORTE: 04
·ESTRELA GUIA: Altair Alfa Aguie
·PLANO DE VIDA: Mental
·MAGIA: Espíritos do ar - Silfos
·REMÉDIO FLORAL: Water violet
·DOMÍNIOS ANATÔMICOS: Tornozelo, tendão de Aquiles; circulação sangüínea
·SAÚDE: Geralmente sofre de cãibras nas pernas, inchaço do tornozelo e varizes; estando sujeito a fraturas e contusões.
·PRINCIPAL CARACTERÍSTICAS: Intelectualidade
·PERSONALIDADE: Está voltado para o futuro e é muito dedicado às pessoas; costuma ser caprichoso, independente e cordial; geralmente, tem uma alma racional e ao mesmo tempo voltada para projetos extravagantes. O coração e o cérebro se comunicam perfeitamente na motivação dos seus atos.
·VIRTUDES: Tendência a viver comunitariamente; lealdade a uma causa ou ideal; busca da fraternidade; mente aberta
·AMBIENTE: Grandes espaços abertos no topo das montanhas; perto do céu onde o ar é puro e o sol brilha intenso.
·ATIVIDADES: Consegue ser bem sucedido quando tem sua liberdade assegurada, ajuda os outros e inova por isso, está habituado a profissões ligadas ao progresso científico e à comunicação.
Aries. (Quem é mesmo o "aries"? )
Hummm... copiei isto de um site brasileiro e cortei a parte dos defeitos. Não se aplicam.
PARABÉNS CARA SUZANA!
Caro cmonteiro, até estou comovida!Deu-se ao trabalho de ir procurar uma prenda...e já me poupou a ida ao astrólogo, nunca mais quero outro. Está perdoado quando se lembrar de publicar a parte dos defeitos!! Muito obrigada (a parte das cãibras é verdade. A dos projectos extravagantes...humm, a política de vez em quando atrai-me) ;))
Cara Suzana
Só hoje é que li a sua bela história. Parabéns por ter nascido e às mãos de alguém que começamos a conhecer, a admirar, a respeitar e que já faz parte do nosso círculo de amigos!
Um beijo.
Salvador
Suzana. Só hoje vi este teu post... magnifico e cheio de sensibilidade.. um beijo grande de parabéns!
Franklin Alves
Tem razão,Massano Cardoso, ele já faz parte do círculo, essa ideia dá-me muito conforto...
Olá Franklin, não sabia que eras parte desta tertúlia! Muito obrigada e um abraço também!
Embora atrasados, mas espero que não tardios, aqui ficam os meus parabéns e votos de muitos e bons anos.
Também eu só hoje me dei conta deste belissimo post, a assinalar um dia especial. Com muito carinho e amizade, um grande beijinho de parabéns, Suzana.
:))
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