A ministra da saúde de Espanha, Elena Salgado, tem tido uma actividade muito interessante. Um dos múltiplos aspectos que a tem preocupado prende-se com o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, sobretudo, por parte dos adolescentes. Por este motivo, começou há já algum tempo a trabalhar na lei anti-álcool, com o nobre objectivo de travar o consumo por parte dos menores, os quais, em Espanha, se embebedam a um ritmo alucinante. Calcula-se que trinta por cento sofram pelo menos uma bebedeira em cada dez dias!
Aparentemente tudo estava a ir muito bem. Mas eis que entra em jogo o lóbi do vinho que queria ficar de fora do alcance da lei! Ou seja, invocavam a qualidade de o vinho ser considerado como um “alimento”. Se assim fosse, a cerveja, que tem um teor alcoólico inferior, também teria de ficar de fora. Mas o verdadeiro motivo, são os votos, e os lobistas sabem muito bem como os controlar, facto que a obrigou a abandonar a iniciativa legal, e o chefe do governo, “naturalmente”, aceitou ou “pressionou” a decisão. Isto de votos tem muito que se diga, sobretudo quando faltam menos de cem dias para as eleições municipais e autonómicas.
Esta legislação encerrava essencialmente preocupações de saúde e não económicas, visando proteger os jovens, mas o sector vitivinícola considerou estar perante um ataque.
Sabemos hoje que metade dos jovens que começa a beber antes dos 14 anos vai ficar dependente. São várias as complicações, mas as lesões cerebrais são preocupantes e muito mais graves relativamente aos cérebros dos adultos, perturbando as funções cognitivas e a memória. Os mecanismos de protecção neurológica contra o álcool estão limitados nos mais jovens, agravando a situação.
Neste momento, não há quaisquer dúvidas, o consumo excessivo de álcool na adolescência acarreta gravíssimas consequências cognitivas a longo prazo. Estamos perante uma situação urgente, que nos faz recordar o momento em que foi declarado o perigo de beber durante a gravidez.
A senhora Salgado estava a ir bem mas teve que arrepiar caminho face aos votos e ao lóbi do vinho.
O poder politico e o poder económico são suficientes “persuasivos” para mandarem às urtigas os bons planos e as boas intenções.
Ponho-me a imaginar o que faria o “nosso” ministro da saúde face a uma situação desta natureza. Às tantas, e preventivamente, não esboçaria qualquer projecto, porque teria de o deixar cair em menos de 24 horas, evitando manifestações perante o seu ministério ou o Parlamento. Não se pode irritar certos sectores...
É do conhecimento geral que sob a acção do vinho prevalece a verdade, donde a expressão “in vino veritas”. Sendo assim, poderíamos abrir uma excepção. Os políticos, que já não são adolescentes, deveriam ser sujeitos a uma ligeira e suave “tortura” vinícola antes de tomarem uma decisão politica! Os resultados seriam muito diferentes...
Aparentemente tudo estava a ir muito bem. Mas eis que entra em jogo o lóbi do vinho que queria ficar de fora do alcance da lei! Ou seja, invocavam a qualidade de o vinho ser considerado como um “alimento”. Se assim fosse, a cerveja, que tem um teor alcoólico inferior, também teria de ficar de fora. Mas o verdadeiro motivo, são os votos, e os lobistas sabem muito bem como os controlar, facto que a obrigou a abandonar a iniciativa legal, e o chefe do governo, “naturalmente”, aceitou ou “pressionou” a decisão. Isto de votos tem muito que se diga, sobretudo quando faltam menos de cem dias para as eleições municipais e autonómicas.
Esta legislação encerrava essencialmente preocupações de saúde e não económicas, visando proteger os jovens, mas o sector vitivinícola considerou estar perante um ataque.
Sabemos hoje que metade dos jovens que começa a beber antes dos 14 anos vai ficar dependente. São várias as complicações, mas as lesões cerebrais são preocupantes e muito mais graves relativamente aos cérebros dos adultos, perturbando as funções cognitivas e a memória. Os mecanismos de protecção neurológica contra o álcool estão limitados nos mais jovens, agravando a situação.
Neste momento, não há quaisquer dúvidas, o consumo excessivo de álcool na adolescência acarreta gravíssimas consequências cognitivas a longo prazo. Estamos perante uma situação urgente, que nos faz recordar o momento em que foi declarado o perigo de beber durante a gravidez.
A senhora Salgado estava a ir bem mas teve que arrepiar caminho face aos votos e ao lóbi do vinho.
O poder politico e o poder económico são suficientes “persuasivos” para mandarem às urtigas os bons planos e as boas intenções.
Ponho-me a imaginar o que faria o “nosso” ministro da saúde face a uma situação desta natureza. Às tantas, e preventivamente, não esboçaria qualquer projecto, porque teria de o deixar cair em menos de 24 horas, evitando manifestações perante o seu ministério ou o Parlamento. Não se pode irritar certos sectores...
É do conhecimento geral que sob a acção do vinho prevalece a verdade, donde a expressão “in vino veritas”. Sendo assim, poderíamos abrir uma excepção. Os políticos, que já não são adolescentes, deveriam ser sujeitos a uma ligeira e suave “tortura” vinícola antes de tomarem uma decisão politica! Os resultados seriam muito diferentes...
4 comentários:
Prof. Massano Cardoso, pergunto-me se valerá a pena fazer muitas mais leis a proibir, ou se elas serão eficazes. É claro que o consumo de álcool entre jovens é muito grave e tem todas as consequências que tão bem diz. Mas o facto é que, tanto quanto sei, isso em Espanha é uma "moda" ou começou por ser. Como as bebidas dentro das discotecas são muito caras, compram cá fora e ficam a beber à doida até entrarem, formam grandes grupos e imagino que se estimulem a beber cada vez mais. Mas estes movimentos combatem-se com leis? Não seria preferível usar a força do marketing que as cria para as combater?Proibir, inspeccionar, multar...isso resulta para controlar os jovens?
Cara Suzana
Teoricamente é muito bonito dizer que com educação, informação e medidas quejandas se pode resolver certos problemas. Na prática demoram, e muito, a apresentar resultados, e quando apresentam!
Uma medida politica simples pode ter mais impacto, e ser muito mais rápida, além de constituir um núcleo para realçar a importância da prevenção.
Quanto às leis, proibir, proibir e proibir. Na prática, e não tendo pretensões a jurista, recordo de um que disse o seguinte: “A nossa vida está regulamentada ao pormenor, mesmo a dormir”! Por acaso não lhe perguntei se o “ressonar” estaria também abrangido por algum regulamento...
O ressonar não sei, era capaz de ser complicado fiscalizar...Mas quando vivi em Washington, há quase 20 anos, no prédio onde morei era proibido cozinhar comidas que provocassem cheiros, especialmente indianas, ou fazer grelhados, por causa do fumo. A verdade é que o regulamento era tão minucioso que o mais fácil era ir comprar coisas congeladas e aquecer no micro ondas (que na altura era novidade.É impressionante a quantidade de coisas que se podem proibir...No caso do álcool acho que é de duvidosa eficácia uma lei seca para a juventude no país das "copas"...
Cara Suzana
Não é uma lei seca. Longe disso. É só regulamentar os locais onde se pode ou não beber e a idade em que se pode ter acesso ao consumo de bebidas alcoólicas. Nada de especial.
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