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sábado, 3 de fevereiro de 2007

Livre acesso à literatura científica

Acabei de assinar uma petição de apoio ao livre acesso à literatura científica (http://www.ec-petition.eu./).
A Comissão Europeia pretende discutir brevemente esta proposta. Caso venha a decidir nesse sentido, passaríamos a dispor na Internet acesso à literatura científica financiada publicamente, o que seria muito positivo, já que nem sempre é fácil aceder a certas publicações, além dos custos, por vezes exagerados. Quem não está a gostar da ideia são os editores de jornais e revistas científicas. É preciso lembrar que a indústria das publicações é uma das mais lucrativas.
O tempo e as novas realidades exigem transformações. Se a investigação já foi financiada pelo erário público, não faz sentido “comprá-la”, mas sim ter acesso de forma livre e gratuita.

4 comentários:

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Professor Massano Cardoso
Não faz mesmo sentido que seja de outra forma.
A medida só peca por ser tardia!

Tonibler disse...

Caro Prof.

Podem-me explicar quem filtra o que é publicado? As publicações científicas não cumprem só o papel de imprimir os escritos alheios, também filtram o que é publicado.

Massano Cardoso disse...

Caro Tonibler

É verdade o que diz. Um dos maiores problemas das publicações científicas é precisamente o viés de publicação. Até é possível quantificar epidemiologicamente este efeito, resultante de vários factores, nomeadamente interesses dos editores, "mau" comportamento dos peer review, além de outros, estes da responsabilidade dos próprios investigadores. Logo a publicação de todos os artigos seria muito mais útil. Os verdadeiros peer review seriam os próprios leitores!

Tonibler disse...

O status quo actual nasceu naturalmente ao longo dos séculos, sem que fosse inventado. Mexer nisso pode destruir toda a "economia" científica e, com ela, provocar um abalo grande na ciência europeia. Pode, não quer dizer que aconteça.

Por outro lado, abre um precedente sobre o acesso ao que é publicamente financiado, o que é positivo. Por exemplo, o tempo dos investigadores que é pago pelo estado para investigação (40%, no caso dos professores universitários, creio) pode passar requisitado pelo sector privado para as investigações que interessem.