O trânsito e o estacionamento em Lisboa ultrapassaram há muito todos os limites. No que ao estacionamento diz respeito, vale tudo. Automóveis e camiões em cima das passadeiras de peões, em cima dos passeios, em cima das paragens dos transportes públicos, à porta dos parques de estacionamento públicos, em segunda fila, por toda à parte, é onde calha e depois logo se verá!
Não há uma única razão para explicar esta situação caótica. A falta de planeamento urbanístico, a falta de policiamento e a falta de civismo são, com toda a certeza, factores que contribuem para este estado de coisas.
Congratulo-me com a notícia segundo a qual os fiscais da EMEL – Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa começaram hoje a multar e a rebocar os veículos estacionados em segunda fila, nos passeios e nas passadeiras de capital.
Acho muito bem! Se a polícia de segurança pública não actua, pois que actuem os fiscais da EMEL, no pressuposto, como é evidente, que a lei lhes confere poderes para multar e rebocar.
Não há uma única razão para explicar esta situação caótica. A falta de planeamento urbanístico, a falta de policiamento e a falta de civismo são, com toda a certeza, factores que contribuem para este estado de coisas.
Congratulo-me com a notícia segundo a qual os fiscais da EMEL – Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa começaram hoje a multar e a rebocar os veículos estacionados em segunda fila, nos passeios e nas passadeiras de capital.
Acho muito bem! Se a polícia de segurança pública não actua, pois que actuem os fiscais da EMEL, no pressuposto, como é evidente, que a lei lhes confere poderes para multar e rebocar.
Mas os problemas não se resolvem com multas e reboques. É preciso muito mais: uma nova política de circulação rodoviária para a cidade de Lisboa, incluindo mais alternativas de estacionamento.
10 comentários:
Boas, Margarida Corrêa de Aguiar,
Sobre o seu artigo, tenho uma duvida e gostaria que esclarecesse,esta situação caótica será dentro ou fora das instalações do Municipio de Lisboa?
Cumprimentos
Pedro Sérgio (Palmela)
Caro Pedro Sérgio
A situação caótica descrita não é um exclusivo de Lisboa, assim com também não é um exclusivo do estacionamento! No entanto, ao escrever o texto estava a pensar no Município de Lisboa.
Consegui esclarecer a sua dúvida?
D. Magarida C. Aguiar,
Fiquei esclarecido, mas ainda estou preocupado com a situação que a CML atravessa pela consideração que tenho pelos os membros da Mesa da Assembleia e pelo Presidente da Camara.
Um abraço
pedro Sérgio (Palmela)
humm... lugar de garagem, não é, cara Margarida?
Ora, ora, vamos lá deixar de malícia, caros senhores. A verdade, tal como foca a nossa cara M.C.A. é que estacionar em muitas zonas da cidade, torna-se missão mais-que-impossível, sobretudo em certas horas. Civismo (ou falta dele) necessidade absoluta (depois logo se vê), é só para entregar uma coizinha, saio já, ou ainda, não tinha alternativa, já ando ha mais de meia hora às voltas e não encontro um lugar. Podem ser, muitas vezes a desculpa para um mau estacionamento. Se alargarmos um pouco mais o olhar sobre a questão, iremos identificar um quase sem-número de outras causas. Para mim, e não sou utilizador das vias citadinas, excepto a 2ª circular e a calçada da ajuda, o problema prende-se também com a geografia. As nossas 7 colinas, as vielas, a concentração de serviços públicos em zonas centrais da cidade, são, a par da necessidade compulsíva de levar o carro até ao balcão da repartição, as causas mais evidentes para este caos.
Ai, ai, «Magaguida, Magaguida»!
Eu não trago o carro para Lisboa porque moro em Lisboa e ando de carro dentro de Lisboa.
Não ando de autocarro, nem ando de metro (a não ser que me apontem uma pistola à cabeça e me obriguem), porque não gosto de calor humano nem sou sardinha para gostar de latas. Também sou alérgico a odores que me incomodam e os autocarros e o metro, são locais onde a concentração de toxinas e bactérias são elevadas. Por outras palavras, é nojento.
Eu sou daquelas pessoas que sentem, não só, os cheiros a "quilómetros" de distância, como também, ficam com vómitos quando os odores são desagradáveis. E isto é o menos da coisa. O que é, verdadeiramente, mau e altamente destrutivo é enfiarem-me num sítio fechado com muita gente. Sabe o que é que acontece? Não sabe mas eu digo-lhe:
1º - O batimento cardíaco aumenta consideravelmente;
2º - As mãos ficam geladas e as palmas começam a transprirar;
3º - A respiração começa a falhar;
4º - A adrenalina aumenta;
5º - O cérebro começa a dar indicações para sair dali o mais depressa possível;
6º - Olha-se à volta e só se vê gente e não se consegue sair;
7º - Temos um ataque de pânico à escala máxima e tudo quanto seja uma acção racional deixa de o ser. A única coisa que importa é sair dali, seja por que meio for, independentemente do número de pessoas que tem de se agredir pelo caminho. Não se vê mais nada, e nada mais importa a não ser a saída e ai da criatura que tentar tocar ou agarrar uma pessoa em pleno ataque de pânico porque outra coisa interessante é que em plena crise não se sente dor.
Isto já me aconteceu duas vezes de forma incontrolável e mais uma série delas de uma forma que, felizmente, consegui controlar antes de atingir o máximo e não é uma coisa, propriamente, engraçada.
Tudo bem que isto é um caso específico, pode acontecer em qualquer local e a maior parte das pessoas gostam de sentir o calor humano nos transportes públicos e gostam de estar à espera nas paragens.
Quando estava a trabalhar na Expo lembro-me de ter experimentado ir uma vez de metro e outra vez de autocarro. Apanhando o metro no Colégio Militar, demorei 45 minutos até chegar á Estação do Oriente. De autocarro, demorei 55 minutos. De carro, com trânsito, atravessando a 2ª Circular, demorava entre 15 a 20 minutos (e não tinha que andar a pé), por isso façam as contas.
Quem me dera que Lisboa fosse como Copenhaga, tudo direitinho e o pessoal andava de bicicleta mas, como diz o Bartolomeu, não é. Além disso, eu pago imposto de circulação à CML por algum motivo (que já não deve ser o estado de conservação das ruas e estradas)e até sou bastante cumpridor no que toca aos estacionamentos. Agora, se houver um «emelga» que toque no meu «pópó», seja porque motivo for e se não for possível a resolução pacífica do conflito, vai tudo - literalmente - de cangalhas, até porque os «emelgas» podem ser as bestas que quiserem mas não são nem autoridade, nem agentes da mesma e como tal não lhes reconheço legitimidade nenhuma (com ou sem lei)para mexerem em qualquer carro que seja e se isso acontecer, nada melhor do que apresentar uma queixa na polícia por roubo.
Por muito indecente que seja estacionar em cima dos passeios ou em segunda fila (que o é), é inaceitável estar a transferir competências exclusivas de uma autoridade cujas funções são as de fazer observar a Lei e a Ordem, para um organismo privado que não tem, nem pode ter essas funções.
Quem tem legitimidade para fazer cumprir o Código da Estrada são as forças de segurança e a EMEL é uma empresa privada de fundos camarários, não é uma força de segurança.
Varo cmonteiro,
Lugar de garagem? Sim, o que todos desejaríamos ter. Certo?
Caro Bartolomeu
Talvez fosse possível uma melhor conciliação entre a beleza das sete colinas e o caos das ruas. De Lisboa. Conheço bem a Ajuda e faz-me imensa pena ver o estado de degradação desta zona. A começar pelo inacabado e amputado Palácio da Ajuda, que até hoje ninguém teve a "iluminação" e vontade política de acabar. A Ajuda é uma zona de grande carga histórica, lindíssima pela sua monumentalidade e o seu bairrismo, semeada de igrejas e jardins, quintas e palácios e palacetes, pracetas e outros adornos.
Uma zona com um potencial turístico fabuloso. Merecia um plano de recuperação e revitalização. Merecia um melhor destino em Lisboa. Infelizmente o que está a dar é a zona oriental da Cidade e a construção de mais cimento. Em vez de reabilitarmos os nossos centros históricos. Construir e mais construir, com tanta coisa bonita para restaurar e integrar e com a população a diminuir, não pode dar bom resultado!
Caro Anthrax,
Tem sorte em não ter que andar nos transportes públicos porque é a inevitabilidade de muitos portugueses. Com a alergia que tem aos odores – que tão bem descreve –não sei o que lhe aconteceria se tivesse mesmo que andar de autocarro e/ou de metro. Não sei se o táxi seria uma alternativa!
E lamento muito as suas condições de trabalho. Não é nada agradável, ainda para mais com as consequências que descreveu. Não queria estar no seu lugar!
Caro Anthrax, relativamente à sua indignação quanto à actuação da EMEL, estarei de acordo se não estiver dentro da lei. Indignação causa-me, sim, o facto de os transportes públicos continuarem a não dar uma resposta alternativa ao transporte em viatura própria e do estacionamento não ser suficiente e adequado às necessidades.
Lisboa não é Copenhaga, que também conheço. Seria bom sim, mas não é! Há muitas coisas que podem e devem ser melhoradas. Mas o óptimo é inimigo do bom!
Quanto às multas, muitas delas são mesmo merecidas!
Cara Margarida,
Eu sabia...
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