Para o concurso dos Grandes Portugueses a minha escolha hesita entre D. João II e o Infante D.Henrique.
Eliminando à partida Álvaro Cunhal, “fait-divers” que apenas por complexos mal explicados integra a lista, também deixo de lado os indigitados do século XX, Salazar, Fernando Pessoa e Aristides de Sousa Mendes, pelo facto de ainda não haver distanciamento que permita o assentar da poeira e verificar do seu efectivo lugar na história de Portugal. Sousa Mendes, no entanto, merece uma palavra especial, pelo exercício das mais altas virtudes humanas do altruísmo, da solidariedade e da compaixão, mesmo com sacrifício pessoal, pois conhecia as consequências, bem evidenciadas na pobreza em que morreu.
D. Afonso Henriques fundou Portugal e deixou-nos esse legado, mas “praticava violência familiar” e não cumpria a palavra dada; o Marquês de Pombal reconstruiu Lisboa, mas foi um déspota e cometeu atrocidades de toda a ordem.
Restam o Infante D. Henrique, D. João II, Camões e Vasco da Gama.
Camões e Vasco da Gama foram grandes, entre os maiores da humanidade. Mas não haveria descoberta do caminho marítimo para a Índia nem Os Lusíadas sem o Infante D. Henrique e sem D. João II.
Ambos foram visionários, ambos tiveram um projecto para Portugal, ambos lutaram por ele, ambos foram “profissionais”, criando as condições para o seu desenvolvimento. Ambos morreram sem verem plenamente concretizados os seus desígnios.
Mas D. João II mostrou compreender muito bem as consequências das “descobertas” e a importância do “domínio” da Índia. Para o efeito, gizou o "Plano da Índia". Rodeou-se do melhor “conhecimento” científico da época, dos melhores geógrafos, dos melhores cartógrafos, dos melhores cientistas, dos melhores pilotos, dos melhores financeiros. Conseguiu assim o conhecimento e as certezas para negociar Tordesilhas, deixando aos espanhóis a possibilidade de descobrir as “índias”. Foi um português com um projecto ousado, mas firme e determinado. Pela liderança que imprimiu, conseguiu reunir os meios científicos, humanos, organizativos e financeiros para o atingir. Como nunca mais alguém fez na história de Portugal. Um grande português e uma grande figura da humanidade, a quem rasgou fronteiras como nunca antes. A quem Portugal deve toda a importância que ainda possa ter no mundo!...
Eliminando à partida Álvaro Cunhal, “fait-divers” que apenas por complexos mal explicados integra a lista, também deixo de lado os indigitados do século XX, Salazar, Fernando Pessoa e Aristides de Sousa Mendes, pelo facto de ainda não haver distanciamento que permita o assentar da poeira e verificar do seu efectivo lugar na história de Portugal. Sousa Mendes, no entanto, merece uma palavra especial, pelo exercício das mais altas virtudes humanas do altruísmo, da solidariedade e da compaixão, mesmo com sacrifício pessoal, pois conhecia as consequências, bem evidenciadas na pobreza em que morreu.
D. Afonso Henriques fundou Portugal e deixou-nos esse legado, mas “praticava violência familiar” e não cumpria a palavra dada; o Marquês de Pombal reconstruiu Lisboa, mas foi um déspota e cometeu atrocidades de toda a ordem.
Restam o Infante D. Henrique, D. João II, Camões e Vasco da Gama.
Camões e Vasco da Gama foram grandes, entre os maiores da humanidade. Mas não haveria descoberta do caminho marítimo para a Índia nem Os Lusíadas sem o Infante D. Henrique e sem D. João II.
Ambos foram visionários, ambos tiveram um projecto para Portugal, ambos lutaram por ele, ambos foram “profissionais”, criando as condições para o seu desenvolvimento. Ambos morreram sem verem plenamente concretizados os seus desígnios.
Mas D. João II mostrou compreender muito bem as consequências das “descobertas” e a importância do “domínio” da Índia. Para o efeito, gizou o "Plano da Índia". Rodeou-se do melhor “conhecimento” científico da época, dos melhores geógrafos, dos melhores cartógrafos, dos melhores cientistas, dos melhores pilotos, dos melhores financeiros. Conseguiu assim o conhecimento e as certezas para negociar Tordesilhas, deixando aos espanhóis a possibilidade de descobrir as “índias”. Foi um português com um projecto ousado, mas firme e determinado. Pela liderança que imprimiu, conseguiu reunir os meios científicos, humanos, organizativos e financeiros para o atingir. Como nunca mais alguém fez na história de Portugal. Um grande português e uma grande figura da humanidade, a quem rasgou fronteiras como nunca antes. A quem Portugal deve toda a importância que ainda possa ter no mundo!...
13 comentários:
Dizem os historiadores espanhóis que quando Colombo falou com o Rei João em Lisboa, depois de voltar das índias ocidentais, o Rei não encontrou nenhuma novidade naquilo que Colombo lhe disse.
Concordo com as escolhas, mas acrescentaria que são marcos na aposta no conhecimento para o progresso do colectivo nacional.
Claro que se Cosme Damião e Eusébio da Silva Ferreira tivessem ficado nos 10 mais...
não ficava nada mal não é toni? concordo!
Meus Caros:
Essa gente é recomendável?
Não se trata de Cosme de Medicis nem de Damião de Góis, pois não?
Mas o primeiro é italiano e o segundo não consta da lista, embora substituísse, com grande vantagem, o português que dá pelo nome de Cunhal.E também Eusébio, se é esse que põem ao lado do Damião, o faria!...
Caro Jorge Lúcio:
Mas dinheiro público, e também da Coroa, bem empregue. Ainda hoje beneficiamos das consequências benéficas do feito, nos monumentos, na literatura, em toda a cultura, no turismo que tanta receita dá, nas relações económicas com o Brasil e outros países...
Compara-se com o desperdício a que hoje o dinheiro público, isto é, de todos nós, é sujeito?
Tenho a ideia de que o modelo de financiamento das expedições marítimas portuguesas também seguiam mais aquilo que hoje se designa por "parceria público-privado"...
Concordo com o Pinho Cardão. Depois de ter votado D. Dinis à primeira volta, agora hesito entre estes dois vultos - com vantagem para D. João II.
Perdoem-me a ingnorância, Damião e Eusébio who? É o jogador da bola?
Caros:
"Cosme Damião (Lisbon, Portugal 2 November 1885 - Sintra, 11 June 1947) was a football player, as a midfielder, and a coach for SL Benfica. He will always be remembered as the main force beyond the birth of Benfica and one of the first great Portuguese football players.
He was educated at the Casa Pia, in Lisbon. Starting at a young age, Damião developed an enthusiasm for football. In 1903 he developed the idea to start a football team and in 1904 founded Sport Lisboa. Later the team merged with Sport Clube de Benfica and became Sport Lisboa e Benfica in 1906"
Ou seja, se há na lista quem tenha dado novos mundos ao mundo, há também que tenha fundado o mundo e não esteja lá.
Eusébio da Silva Ferreira? Pois, não saber quem é Eusébio da Silva Ferreira...
Tonibler,
Se fosse para votar num homem da bola, votaria em Baía - o jogador com mais títulos na história do futebol mundial (5 títulos à frente de Pelé and counting)...
Nuno Nasoni, sempre esclarecido!...
O que se aprende! Cosme Damião, patrono do Sport Lisboa e Benfica...e eu que só conhecia os manos mártires S.Cosme e S.Damião, patronos dos médicos e boticários!!!
Gostava que ganhasse D.JoãoII; contribuí para tal,logo na primeira volta, de forma singela... com o meu voto!
Sempre que estou "deprimida com o País" vou às páginas do nosso glorioso século XVI...e à invejável "diplomacia económica" que, a esse tempo, já Damião de Góis praticava...
Tem toda a razão PCardão. O comentário de Nuno Nasoni é de gente esclarecida! Só faltou dizer que o mundo da bola não se faz só de jogadores, mas tb de quem dirige. E aí J.Nuno Pinto da Costa deveria estar entre os 10 primeiros!
Nunca bateu na mãe, não era despota como o Marquês...etc!
Falhas...no sistema!
Na 1ª volta usei os 4 votos que o regulamento permitia (o 5º ficou para o meu filhote, Afonso Duarte, que votou no Fundador). Votei em D. Afonso Henriques, Inf. D. Henrique, D. João II e Camões.
Na 2ª volta voto D. Afonso Henriques: ele é o fundador e a razão de ser de Portugal; e também ele tinha um plano e uma estratégia, capacidade de liderança e coragem física.
P.S. A única pessoa ligada ao desporto que poderia figurar no Top 20 (nos 10 primeiros não punha nenhuma)é o Eusébio, o único futebolista que surge entre os melhores da História do Futebol. Sugerir Baía é hilariante. Quanto a Pinto da Costa, só se se estiver a incluir o sub-mundo.
Caro Rui Ribeiro:
Creio que sei quem é, ou então o nome é igual!... Mas ser de Guimarães é uma pista segura. Um abraço, pois!...E apareça mais vezes...mesmo não gostando do F.C.Porto!...
Sou eu mesmo, um dos seus "colegas de carteira" em S. Bento.
Já aqui vim algumas vezes e deixei alguns comentários.
Um grande abraço e até sempre.
Rui Miguel
P.S. Se não tiver muito que fazer (o que duvido), pode espreitar o meu Blog: http://tempos-interessantes.blogspot.com
Está centrado em Relações Internacionais, mas também tem um ou outro post de política portuguesa (que bocejo!) e um ou outro post sobre o Benfica. Hélas!
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