Fico com uma raiva dos diabos sempre que leio notícias sobre abusos sexuais de menores. Mas quando os abusadores são padres invade-me uma sensação de enjoo vertiginoso.
A situação de abusos por parte de eclesiásticos não é nova, mas, hoje, começam a ser relatados casos preocupantes. Nos Estados Unidos, a Igreja Católica vai ter de pagar indemnizações fabulosas a mais de 500 pessoas, só em Los Angeles. Casos similares já ocorreram anteriormente noutras cidades.
Há três anos foi publicado um relatório denunciando que mais de quatro mil padres católicos tinham sido acusados, naquele pais, de abusos sexuais nos últimos 50 anos. Ora, quatro mil é uma cifra muito elevada, pondo em causa o carácter esporádico de um desvio imprevisível, que pode atingir as pessoas nas suas diferentes actividades. Acresce que, no caso concreto, sacerdócio, seria de esperar que o tal “chamamento” impedisse ou pelo menos reduzisse o risco de cometer tão nojento crime.
Se considerarmos como lamentável que se pratique um abuso sexual, no caso de crianças e, ainda por cima, praticados por padres, então, atingimos o máximo da ignomínia humana.
A primeira reacção que tenho ao ler notícias deste jaez é castrá-los de imediato, não através de uma castração química, mas sim da anatómica, como fazia o ferrador da minha terra com os porcos.
Recordo que quando andava no colégio falávamos de muitas coisas. Uma das conversas tinha a ver com os que iam para o seminário. Os mais velhos - gozando os mais novos - , diziam que quem quisesse ir para o seminário estava tramado, porque assim que lá chegasse era de imediato capado. Pessoalmente, nunca tive qualquer intenção nesse sentido mas se tivesse tido decerto ficaria mais do que convencido em não ir. Arrepiei-me todo e instintivamente tomei uma pose de protecção adequada. O que é curioso é que um amigo, dado a coisas mais místicas, por influência beática da família, e que queria ir para o seminário ficou, também, aterrorizado. O “debate” continuou e eu disse que não podia ser, porque sabia que alguns padres tinham filhos. Se fosse verdade o que estavam a dizer, como é que era possível ter descendentes, mesmo que chamassem afilhados? Não sei qual a foi a resposta, mas parece que dependia do tipo de seminário! Não fiquei convencido. Lembro-me de dizer que os padres deviam casar-se, fazendo fé das teses dos homens da minha família. Assim, escusavam de fornicar as mulheres dos outros e terem os tais “afilhados”.
Recordo, igualmente, na altura, de sermos convidados para actividades extra escolares com vários padres e às quais só iam os rapazes. Não percebia bem aquelas conversas meio manhosas de padres a falarem de sexo, de masturbação, de sonhos e de poluções nocturnas! Poluções? Eu ainda era demasiado novo para ter poluções. Ouvi aquela palavra pela primeira vez. Apesar da minha ignorância e infantilidade, achei muito estranho que padres, alguns, na minha ingénua opinião, “capados”(!), outros não, mas sem serem casados e nunca terem tido mulheres, a quererem ensinar o que não podiam saber. Ou saberiam? Fiquei de tal forma incomodado que desisti de imediato na segunda reunião. Constrangia-me o cenário. Perguntavam-me, sempre que não os conseguia evitar, por que razão não ia às reuniões. Dava as mais esfarrapadas desculpas, mas interiormente mandava-os para “os raios que vos partam”!.
A propósito, o tal colega, que queria ir para o seminário, não foi, “preservando os seus testículos” e, hoje, é um pai e avô babado. Há tempos, recordamos aquela conversa no outrora lindo e frondoso jardim contíguo ao colégio, agora despido das magnólias, tileiras e amoreiras...
A situação de abusos por parte de eclesiásticos não é nova, mas, hoje, começam a ser relatados casos preocupantes. Nos Estados Unidos, a Igreja Católica vai ter de pagar indemnizações fabulosas a mais de 500 pessoas, só em Los Angeles. Casos similares já ocorreram anteriormente noutras cidades.
Há três anos foi publicado um relatório denunciando que mais de quatro mil padres católicos tinham sido acusados, naquele pais, de abusos sexuais nos últimos 50 anos. Ora, quatro mil é uma cifra muito elevada, pondo em causa o carácter esporádico de um desvio imprevisível, que pode atingir as pessoas nas suas diferentes actividades. Acresce que, no caso concreto, sacerdócio, seria de esperar que o tal “chamamento” impedisse ou pelo menos reduzisse o risco de cometer tão nojento crime.
Se considerarmos como lamentável que se pratique um abuso sexual, no caso de crianças e, ainda por cima, praticados por padres, então, atingimos o máximo da ignomínia humana.
A primeira reacção que tenho ao ler notícias deste jaez é castrá-los de imediato, não através de uma castração química, mas sim da anatómica, como fazia o ferrador da minha terra com os porcos.
Recordo que quando andava no colégio falávamos de muitas coisas. Uma das conversas tinha a ver com os que iam para o seminário. Os mais velhos - gozando os mais novos - , diziam que quem quisesse ir para o seminário estava tramado, porque assim que lá chegasse era de imediato capado. Pessoalmente, nunca tive qualquer intenção nesse sentido mas se tivesse tido decerto ficaria mais do que convencido em não ir. Arrepiei-me todo e instintivamente tomei uma pose de protecção adequada. O que é curioso é que um amigo, dado a coisas mais místicas, por influência beática da família, e que queria ir para o seminário ficou, também, aterrorizado. O “debate” continuou e eu disse que não podia ser, porque sabia que alguns padres tinham filhos. Se fosse verdade o que estavam a dizer, como é que era possível ter descendentes, mesmo que chamassem afilhados? Não sei qual a foi a resposta, mas parece que dependia do tipo de seminário! Não fiquei convencido. Lembro-me de dizer que os padres deviam casar-se, fazendo fé das teses dos homens da minha família. Assim, escusavam de fornicar as mulheres dos outros e terem os tais “afilhados”.
Recordo, igualmente, na altura, de sermos convidados para actividades extra escolares com vários padres e às quais só iam os rapazes. Não percebia bem aquelas conversas meio manhosas de padres a falarem de sexo, de masturbação, de sonhos e de poluções nocturnas! Poluções? Eu ainda era demasiado novo para ter poluções. Ouvi aquela palavra pela primeira vez. Apesar da minha ignorância e infantilidade, achei muito estranho que padres, alguns, na minha ingénua opinião, “capados”(!), outros não, mas sem serem casados e nunca terem tido mulheres, a quererem ensinar o que não podiam saber. Ou saberiam? Fiquei de tal forma incomodado que desisti de imediato na segunda reunião. Constrangia-me o cenário. Perguntavam-me, sempre que não os conseguia evitar, por que razão não ia às reuniões. Dava as mais esfarrapadas desculpas, mas interiormente mandava-os para “os raios que vos partam”!.
A propósito, o tal colega, que queria ir para o seminário, não foi, “preservando os seus testículos” e, hoje, é um pai e avô babado. Há tempos, recordamos aquela conversa no outrora lindo e frondoso jardim contíguo ao colégio, agora despido das magnólias, tileiras e amoreiras...
2 comentários:
É realmente abominável caríssimo Professor, que pessoas que recebem uma formação séria e baseada no amor pelo próximo visando a salvação das mortais almas, acabem por divergir para um caminho tão pecaminoso. Que um pároco tenha "sobrinhos" ainda vá, cum raio, em alguns casos será até a prestação de serviço público, não direi religioso, porque ha um mandamento que ensina a não cobiçar a mulher do próximo, apesar de, a mulher não ser do próximo, mas sim do antecedente, pois o próximo é sempre uma incógnita. E depois, estou certo que a maioria será fruto da cobiça delas. À sim, não me custa acreditar que sejam elas a ir dar a "tanga" ao padre, é aquela coisa da tendência para as fardas, associada ao facto de ser um homem angelical e a prespectiva que seja uma santa fornicação. Se me é permitido caro professor, apoio totalmente a sua decisão de não participar naquelas reuniões. Aquilo é gente de muita incoerência, tirando as questões relacionadas com o sexo, verificamos que aquilo que pregam não coincide com as aquilo que fazem. Pregam a irmandade e a igualdade, mas intitulam-se representantes de Deus na terra. Pregam a humildade e apontam o dedo aqueles que pecam. Pregam a ajuda ao próximo, mas sacam-lhe a massinha para efectuarem alguns actos religiosos. Pregam a pobreza e austeridade, mas sempre que aparecem em cerimónias, ostentam ricas vestes e ornamentos, vivem em palácios ricamente mobilados, deslocam-se em viaturas de luxo.
Resumindo, se é que é possível resumir algo, se a obrigação que lhes assite por opção própria é a de seguir os passos de cristo e pregar a sua palavra, pouco duvido que o façam, quanto a fazer das suas acções testemunho disso... nem todos, nem todos.
A minha avó Gertrudes, senhora de pelo na venta e fortes convicções republicanas e anti clericais, ficaria deliciada com este post e o comentário de Bartolomeu. Já o meu avô paterno, homem de grande sentido de humor e profundamente católico, foi seminarista e escapou a tirar a "prova dos noves" de que fala Massano Cardoso porque a República lhe fechou o seminário. Bem a tempo, porque produziu uma vasta prole a que me orgulho de pertencer.De qualquer modo, cada um teria as suas razões, em todo o lado há bom emau, há pessoas que honram os seus votos, religiosos, políticos, ou outros, e enobrecem as causas a que se dedicam e engrandecem as instituições por onde passam, e há os que envergonham o meio que integram, comportando-se como uns selvagens e merecendo repúdio e condenação. Em todo o lado, há bom e mau...
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