Pela hora do almoço, a RTP, serviço público, exibiu uma extensa reportagem sobre a greve às aulas das crianças de uma escola de Baião, incluindo as inevitáveis entrevistas aos pequenos líderes grevistas. Greve certamente espontânea, e que só revela a inultrapassável capacidade da RTP em prever manifestações espontâneas onde quer que se realizem. A escola não estava aquecida!...
Eu acho muito bem esta greve infantil. Se o trabalho infantil está proibido, não se pode, nem deve, trabalhar na escola. Obrigar a aprender é uma violência e vai contra os direitos da criança. Sobretudo no inverno; uma greve quer-se quente e no exterior até se está mais protegido da intempérie. Além do que falar aos microfones aquece.
Mas há uma outra razão de fundo para achar muito bem esta greve infantil. É preciso preparar o povo, desde o berço, para fazer greve. A escola tem esse dever patriótico. A miudagem do básico tem que ser habituada a contestar tudo e todos, os professores e a cantina, o peso dos livros e o formato da caneta, o frio no inverno e o calor no verão.
Têm que assimilar que a contestação e a greve são um modo de vida como os outros. E têm que aprender que há muitos que não querem outra forma de vida, para além de serem profissionais da contestação. Com as televisões sempre ao lado, importantíssimo para a garotada que quer ser gente.
Eu acho muito bem esta greve infantil. Se o trabalho infantil está proibido, não se pode, nem deve, trabalhar na escola. Obrigar a aprender é uma violência e vai contra os direitos da criança. Sobretudo no inverno; uma greve quer-se quente e no exterior até se está mais protegido da intempérie. Além do que falar aos microfones aquece.
Mas há uma outra razão de fundo para achar muito bem esta greve infantil. É preciso preparar o povo, desde o berço, para fazer greve. A escola tem esse dever patriótico. A miudagem do básico tem que ser habituada a contestar tudo e todos, os professores e a cantina, o peso dos livros e o formato da caneta, o frio no inverno e o calor no verão.
Têm que assimilar que a contestação e a greve são um modo de vida como os outros. E têm que aprender que há muitos que não querem outra forma de vida, para além de serem profissionais da contestação. Com as televisões sempre ao lado, importantíssimo para a garotada que quer ser gente.
Nota: Claro que falo assim, porque, há umas dezenas de anos, não havia frio nem calor na minha escola, havia ar condicionado, a temperatura era sempre de 21 graus, não nevava nunca, nem chovia, nem gelava, além de que ninguém tinha que ir para a escola a pé, a miudagem andava bem agasalhada e bem calçada. E bem alimentada, mesmo que a côdea e sardinha. Por isso é que essa gente era capaz de se abalançar a fazer exame da 3ª e da 4ª classe. Podendo reprovar. Um traumatismo para a vida para os grevistas de hoje.
3 comentários:
Também na minha escola, há mais de 60 anos, o ambiente era perfeito, eu não andava 3 quilómetros para lá e outro tanto para voltar a casa, não havia colegas meus de pé descalço e só não fazíamos greve porque tudo era perfeito. Mais tarde, no Instituto Superior Técnico nunca tive frio nas aulas nem as mãos geladas a ponto de se tornar difícil tirar apontamentos. Haver agora uma escola sem aquecimento é uma aberração. Criancinhas, uni-vos e façam greve.
Triste preparação para a vida aquela com que fica a miudagem de hoje em dia. Muito, muito triste.
Já a formiga tem catarro, como dizia a minha avó.
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