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sexta-feira, 8 de março de 2013

Malhar em ferro frio

Mais uma vez o Partido Socialista, agora através de Ferro Rodrigues em resposta a Inquérito no Parlamento sobre as PPPs das SCUTs e Auto-Estradas, se mostra incapaz de reconhecer qualquer erro. 
O modelo adoptado  “foi resposta às necessidades do país”.
“...As decisões foram tomadas com consciência, com determinação e pragmatismo e com a ideia que eram as melhores decisões para o país”.
"...Vários estudos, até internacionais, sobre o efeito multiplicador para a economia portuguesa de se avançar com projectos de auto-estrada que de outra forma demorariam vários anos”
“…Teria sido uma irresponsabilidade política não ter assinado…"
 "…Estávamos numa fase em que não era preciso ser sonhador para perceber que o investimento, através de PPP, era correcto e bom para o país”
A gravidade das palavras de Ferro Rodrigues não está apenas no facto de ser uma das principais figuras do PS; a gravidade resulta de que não reconhecer erros é caminho andado para cometê-los segunda e terceira vez.
Claro que a desculpa logo veio na ponta da língua: “nem nós nem ninguém previu o terramoto financeiro a partir de 2007 que teve influência em tudo isto”.
Terramoto financeiro nas auto-estradas em que nunca houve tráfego que as justificasse, algumas com terceiras vias construídas, quando o suficiente seria uma boa via rápida?
E a alusão ao efeito multiplicador, só por profunda ironia, grosseira e de mau gosto. Existisse esse efeito multiplicador e Portugal seria um país avançado, já que tem o maior número relativo de quilómetros de auto-estradas na Europa. Ferro Rodrigues esquece que o efeito multiplicador da inutilidade pública é apenas mais gastos e impostos. E estes somos nóa a pagá-los.

5 comentários:

Luis Moreira disse...

Perante o facto óbvio que nem o estado tem dinheiro para pagar as autoestradas nem o povo precisa delas, não as utilisando. Um desperdício de uma dimensão correspondente à miserável situação do país.

Paulo Pereira disse...

Caro Pinho Cardão,

Temos um PS que é despesista/estatista e temos um PSD que é neoliberal/estatista.

Estamos tramados !

Anónimo disse...

Aberrante. Numa palavra, aberrante. Tanto na quantidade de autoestradas como ter-se usado não apenas PPP para tudo como o mesmo modelo de PPP para tudo. Foi literalmente Chapa 5.

As PPP podem revestir-se de milhentas formas. Em Portugal o erro foi terem-se usado para tudo e sempre com chapa 5 e segue
sem adequar os modelos a cada contexto. Para além dos problemas financeiros o grande problema criado e de maior alcance foi que agora deita-se fora menino, água de banho e nem o patinho de borracha escapa quando as PPP, se usadas adequadamente, são uma excelente forma de financiamento de
infra-estruturas.

É incrivel como alguém do PS pode vir defender tamanha loucura.

Nuno Soares disse...

Se "...As decisões foram tomadas com consciência..." porque não um processo judicial por utilização indevida de dinheiros públicos?

Tonibler disse...

A falta que nos faz meter dois ou três atrás das grades....