1. Segundo noticiários on-line, o PR terá declarado esta manhã, durante visita que efectuou a uma empresa do concelho de Loures, e em resposta a perguntas de jornalistas sobre a moção de censura ao Governo (e de auto-censura, obviamente) que o PS anunciou, o seguinte: “ As intrigas, as jogadas político-partidárias não acrescentam um cêntimo à economia do País, não criam um único emprego”.
2. Cumpre comentar, dizendo: está muito certo Snr. PR, mas isso não basta...importa aditar que essas manobras e intrigas não se limitam a acrescentar valor zero à economia - salvo, porventura, nalgum aumento do consumo de bebidas espirituosas na zona de S. Bento e áreas circundantes, mas não é garantido que não sejam importadas...
3. ...elas destroem valor pela instabilidade e pelo clima de pessimismo que geram ou acentuam, concorrem objectivamente para a perda de empregos e para uma quebra ainda maior do investimento...
4. Cria-se assim um paradoxo, aparentemente insanável: iniciativas políticas supostamente dirigidas a contrariar os efeitos das políticas que dizem combater acabam por agravar, consideravelmente, esses efeitos...para onde vamos, por este caminho?
20 comentários:
Está muito correcto o sr. PR, resta acrescentar que as jogadas institucionais têm um valor inferior aos das jogadas políticas e que o sr. PR parece ter acordado tarde para a questão, tarde o suficiente para já ter dado cabo de boa parte da solução.
Está visto que o cinismo não tem um limite constitucional... Melhor que essa só mesmo ter ouvido o Lello a dizer que o Sócrates vai trazer finalmente a verdade.
Socrates vai trazer a verdade; a verdade que todos conhecemos, mas que a uns não convém seja dita.
Mas para que as verdade trazida por Socrates, depois de dita num palco e perante uma assistência que se supõe venha a ser a maior de sempre, surta o efeito que por ventura Socrates deseja, muitos bandidos têm de ser julgados, presos, e muitas fortunas têm de voltar para o lugar de onde foram surripiadas. Depois, Socrates vai ter de, descalço, caminhar sobre as chamas por forma a provar que a estada na escola filosófica, o libertou de vinculos d'alma que o igualam aos restantes, incluindo os de além-fronteiras.
A moção de censura é um bónus ao governo.
O que o PS deve fazer é criticar de forma não muito áspera as asneiras do governo e esperar que ele caia por si.
Não adianta de nada estar a pressionar porque tem efeitos contrários.
Bastaria repetir até á exaustão que o acordo com a troika deveria ser renegociado desde Novembro de 2011, quando os pressupostos o invalidaram.
Caro Tonibler,
Então o "delenda est Bethleem"? Seu comantário parece manifestamente incompleto...
Caro Bartolomeu,
Seja bem regressado!
Nessa vastíssima audiência que prevê para os programas do ex-PM,nomeadamente para o de hoje, há um cidadão, pelo menos, que está e estará de fora...
E estará de fora, com a fortíssima convicção de que nada se aprende, a não ser vícios de raciocínio que, por demais comuns,de positivo trarão...rien de rien, mesmo!
Caro Paulo Pereira,
Mais ou menos de acordo! Mas que perigo estará à vista para esta convergência recente de opiniões?
Dr. Tavares Moreira. Vemos, ouvimos e lemos; não podemos ignorar.
Como poderemos construir uma opinião, se não a fundamentarmos?
Não compreendem mesmo o PR...
Vamos lá a ver!:- Pois se SEXA estava numa empresa o comentário só podia ser aquele, números claro!
Estranho era se começasse a falar de coisa diversa, sei lá do tempo, aí sim, alguma coisa estava errada, a agulha tinha saltado de pista...
Caro Tavares Moreira,
A minha surpresa foram as discordâncias anteriores.
Entre liberais moderados é normal as convergencias serem maiores que as divergencias.
Já agora recebeu o meu e-mail ontem ?
Intervenção clara, oportuna e certeira, a do Sr. Presidente da República. Como certeira a omissão apontada pelo meu caro Tavares Moreira. Mas como já se viu, é importante que o PR fale pouco para que ao que diz seja dado valor, em especial pelos que são duros de ouvido...
Quê?...
Peço desculpa pelo atrevimento fora do contexto deste post.
Não sei se conhecem este documento que mostra que a despesa publica até 2008 estava dentro do normal e que só em 2009 e 2010 dá um salto, ajudada pelos estimulos aprovados em consonancia com bruxelas e por outras decisões menos recomendáveis.
http://www.ideff.pt/xms/files/Iniciativas/OE_2012/Dr._Jorge_Oliveira.pdf
O mesmo não se poderá dizer das contas externas que eram uma desgraça desde 1995.
1.º) É sempre interessante verificar o vazio e a pobreza mental do Presidente da República.
2.º) Quando a politiquice é praticada à direita é para o bem da nação; quando é a esquerdalhada, é o caos que se abate sobre todos nós.
3.º) A crítica a fazer não reside no facto de Seguro «mocionar» o governo, mas (a) na certeza de que não o pretende derrubar e (b) de não ter alternativa.
4.º) Não obstante, estou convicto de que o PR, em vez de declarar isto “ As intrigas, as jogadas político-partidárias não acrescentam um cêntimo à economia do País, não criam um único emprego”, queria, no fundo, afirmar o seguinte: “ A política do atual governo não acrescenta um cêntimo à economia do País, não cria um único emprego”. Também se adequa, certo?
5.º) Cavaco e Sampaio, juntos, são um imenso LOL na vida política portuguesa dos últimos 20 anos. O segundo não descansou enquanto não colocou o aldrabão pseudo-estudante e fumador de charros no poder; o segundo não descansou enquanto não enviou o acima referido para Paris e o substituiu por este simulacro de gente e de detentor de cérebro chamado Passos Coelho.
Nas decisões menos recomendáveis inclui-se a decisão do Eurostat de incluir e mandar o INE incluir mas contas públicas aquilo que o TS andava a parquear fora do perímetro de consolidação?
# Comentário anterior:
BINGO! Ou, como diria Gil Vicente, «assim se fazem as cousas».
“elas (manobras e intrigas) destroem valor pela instabilidade e pelo clima de pessimismo que geram ou acentuam, concorrem objectivamente para a perda de empregos e para uma quebra ainda maior do investimento...”
Ena, Ena, só nos faltava isto, como justificação do aumento do desemprego e da falta de investimento.
Caro Paulo Pereira,
Confirmo ter recebido seu e-mail, sim senhor, espero replicar em greve. Os últimos dias têm sido algo intensos, do ponto de vista profissional (nada a ver com Chipre, obviamente...), mas admito que o breve recesso pascal me dê oportunidade de recuperar algumas tarefas em atraso...
Quanto ao seu segundo comentário, concluo que o ilustre Comentador continua a ceder a impulsos de ingenuidade, tomando como boa e comparável a despesa pública reportada até 2008, esquecendo-se da famosa técnica do tapete e da alteração que o perímetro orçamental sofreu nos últimos anos...
Mas não me custa aceitar que não será mau viver nessa inocência...
Claro, caro Ferreira de Almeida, claro, o PR não deve estender-se em comentários deste tipo, estamos de acordo.
Até porque isso seria uma forma de concorrer com o 4R, bem pouco aceitável, para isso estamos cá nós...
Engraçado, eu diria o mesmo aquando da rejeição do PEC IV.
O sr. não?
Ao serviço da República,
Absolutamente de acordo!E ainda mais de acordo, caso tivessemos de prosseguir com um PEC V, um PEC VI e assim por diante...
E assim por diante até ao que nós chegamos, que seria qualquer coisa como PEC XXXIII!!!!
tem graça que a sua ironia seja no seguimento de Planos de austeridade sucessivos... Faz-lhe lembrar algo?
A sua ironia apenas reforça o facto de que a justificação para o chumbo do PEV IV é tão ou mais valida para um chumbo da politica seguida.
O que diria, aquando na negociação do programa de ajustamento o PSD veio afirmar que o programa está melhor porque o PSD ajudou na sua concepção?
Ou o que diria quando o PSD afirmou pela voz do seu lider, que este programa era o programa do PSD?
O que diria quando o PSD, pela voz do seu lider, afirmou que iria para além do programa porque era isto que Portugal precisava?
O que diria quando o PSD, pela voz do seu deputado e ministro das finanças, que o programa estava mal concebido?
O que diria... E podia estar aqui a recorda-lo das promessas verdadeiramente delirantes que o lider do PSD fez durante a campanha eleitoral.
Como vê, a justificação para o chumbo do PEC IV assenta que nem uma luva, de acordo com os critérios do PSD, para o chumbo deste governo.
O pretenso iluminismo dos que estão no governo, não só os corrói como também os descredibiliza. Mas descanse que este não é um problema exclusivo do PSD. Infelizmente a classe politica de Portugal ou só vê virtudes e boa-fé ou só vê defeitos e má-fé!
Pode ficar descansado que estaremos cá para vê-lo a criticar as sucessivas falhas nas previsões e resultados de um governo. Claro está, desde que não seja o seu! ;)
Caro Tavares Moreita,
Eu sei que os numeros do deficit de 2007 e 2008 estão martelados, mas nas minhas contas por alto o despesismo anormal dos Governos Sócrates não deve ter ultrassado entre 2007 e 2010 um total acumulado de 10 mil milhões já com margem de segurança.
Ou seja cerca de 5% da divida publica.
Não teria feito diferença nenhuma para o desenrolar da crise estes 10 mil milhões.
É um ano de deficit real !
Caro Paulo Pereira,
E se foi o dobro do que diz?
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