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quinta-feira, 19 de julho de 2007

Caducidades

Há dias foi José Saramago a profetizar a absorção de Portugal pela Espanha. E a considerá-la tão natural como inevitável.
Hoje é o Dr. Mário Soares quem, numa entrevista dada a um periódico de esquerda alemão (Tageszeitung), vem revelar que não acredita que Portugal – leia-se, o Governo chefiado pelo senhor Engº José Sócrates – tenha condições para fazer aprovar o tratado europeu reformador.
A acreditar no que a imprensa anuncia, Soares terá dito que «a Alemanha, como maior país da União Europeia, passou a bola a um país pequeno e relativamente fraco, em vez de a enfiar na baliza».
Mais do que a falta de fé no partido do qual continua a ser a maior referência; mais do que a ausência de confiança no primeiro-ministro português e secretário-geral do Partido Socialista (que há bem pouco tempo lhe fez vontade de o apoiar num capricho que se transformou no desaire das presidenciais, desde sempre escrito nas estrelas), o que mais choca é esta falta de confiança no País e nas suas potencialidades, na capacidade dos actuais dirigentes, um mal disfarçado azedume para com a Pátria que o tem como um dos pais, sentimentos que aliás comunga com Saramago.

Pinho Cardão defendia aqui que a sabedoria chega sempre tarde. Mas nestes dois casos é duvidoso que alguma vez chegue...

3 comentários:

Pinho Cardão disse...

É bem verdade,caro Ferreira de Almeida, se a sabedoria a muitos chega e, por não ser aproveitada, não serve para nada, a alguns que lhe poderiam dar bom proveito acaba por nunca chegar...

BF disse...

E são estes os letrados, eruditos portugueses, que dão cartas na imprensa internacional. Com patriotas destes podem vir os espanhóis com toda a confiança, junto com os ventos e os casamentos. Pois já nem o provérbio faz sentido...

BF

Tonibler disse...

Esperem lá, mas estamos a falar do mesmo Mário Soares que foi presidente da república 10 anos e primeiro-ministro por 3 vezes? E estamos a falar de Portugal, do país onde isto aconteceu?
Bem, não se pode dizer que este conjunto de factos seja indício de um país forte ou sinal de confiança no futuro, pelo que, deste ponto de vista, Mário Soares está repleto de razão.

Por outro lado, há uma parte desse povo para quem Mário Soares nunca seria primeiro-ministro ou presidente da república, parte essa que demonstrou recentemente constituir quase 90% desse povo e é aí que está o sinal de força e confiança.

Agora, digam-me. Se estivessem no lugar dele, que Portugal escolhiam ver? O forte ou o fraco?