Na conferência de imprensa sobre a execução orçamental do primeiro semestre deste ano, o Ministro das Finanças afirmou que "o comportamento da receita se afigura bastante positivo", que a despesa se encontra abaixo do "limiar crítico" e que se pode antecipar que défice de 3,3% será cumprido.
É a verdade oficial. Mas eu fui verificar. E verifiquei:
1. Verifiquei que, de facto, as receitas correntes, onde os impostos constituem a parcela relevante, aumentaram 10,4%, muito mais do que a inflação.
O comportamento foi pois muito positivo para o Estado, diz o Ministro, que é das Finanças, e só vê a sua horta. Mas muito negativo para a economia, digo eu. Mas é perfeitamente irrelevante, o que conta é a verdade oficial.
2. Verifiquei que as despesas correntes aumentaram 4,5%, denotando um crescimento real, para além da inflação.
Se, mesmo assim, o Ministro diz que o comportamento da despesa se encontra abaixo do "limiar crítico" é porque se assume que a despesa deve ter um crescimento real, o que continua a ser muito mau para a economia, forçada sistematicamente a sustentar vícios do Estado com que os governos continuam a pactuar. Isto digo eu. Mas também perfeitamente irrelevante, o que conta é a verdade oficial.
3. Do contexto, verifiquei que, mais uma vez, uma eventual diminuição do défice resulta do sacrifício dos cidadãos, a quem são extorquidos mais e mais impostos, e nada das restrições do Estado, que continua a desbaratar a seu gosto. Isto também digo eu.
É a verdade oficial. Mas eu fui verificar. E verifiquei:
1. Verifiquei que, de facto, as receitas correntes, onde os impostos constituem a parcela relevante, aumentaram 10,4%, muito mais do que a inflação.
O comportamento foi pois muito positivo para o Estado, diz o Ministro, que é das Finanças, e só vê a sua horta. Mas muito negativo para a economia, digo eu. Mas é perfeitamente irrelevante, o que conta é a verdade oficial.
2. Verifiquei que as despesas correntes aumentaram 4,5%, denotando um crescimento real, para além da inflação.
Se, mesmo assim, o Ministro diz que o comportamento da despesa se encontra abaixo do "limiar crítico" é porque se assume que a despesa deve ter um crescimento real, o que continua a ser muito mau para a economia, forçada sistematicamente a sustentar vícios do Estado com que os governos continuam a pactuar. Isto digo eu. Mas também perfeitamente irrelevante, o que conta é a verdade oficial.
3. Do contexto, verifiquei que, mais uma vez, uma eventual diminuição do défice resulta do sacrifício dos cidadãos, a quem são extorquidos mais e mais impostos, e nada das restrições do Estado, que continua a desbaratar a seu gosto. Isto também digo eu.
Mas se a despesa está baixo do limiar crítico, está controlada e até se diz que vem a baixar, (apesar de subir mais do que a inflação, uma verdeira maravilha!...), só por puro sadismo é que o Governo impõe que os impostos aumentem o triplo da inflação e muito mais até do que o PIB nominal. A não ser que a verdade oficial não seja tão verdadeira como isso!...
Cá por mim, a verdade é outra, é que a despesa continua à solta e há que a cobrir. Mas é uma verdade perfeitamente irrelevante, o que conta á a verdade oficial!...
6 comentários:
Atenção que é na óptica da contabilidade pública, não me preocupava assim tanto.
O aumento de impostos deve ser a antecipação do IRS dos meus netos e do IVA sobre transacções de Vai-e-Vens espaciais.
Em 2008, lá mais para Maio, vai descobrir-se que o Instituto do Desenvolvimento de Coisa Nenhuma tem um défice surpreendente de 2 mil milhões de euros.
Porque tudo isto é na óptica da contabilidade pública é como a óptica do ceguinho em que as coisas acontecem por desejo divino. Pena que a minha conta bancária não seja assim...
Caro Tonibler:
Contabilidade pública ou nacional, o que acontece é que pagamos e o Estado recebe!...
Caro Pinho Cardão:
É um pouco pior que isso. O estado é um mero veículo da nossa vontade de fazer e de ser roubados. Mas fazer o quê? Foi por vontade dos meus concidadãos por sufrágio directo, secreto e universal. Resta-nos isto, chamar a atenção para o grotesco da situação.
Bom... a JAE este ano (com os milhões que descobriu no armário das vassouras), o IDCN para o ano que vem... assim vai o povo alegre e contente...
Se fôr preciso arranjam-se mais umas coimas sobre os que cumprem para compensar os que não cumprem... porque ao menos esses sempre vão pagando, e há que sacar enquanto eles mexem!
Totalmente de acordo. Esta gente não entende os prejuizos que o aumento dos impostos para "equilibrar" o aumento da Despesa Pública Corrente faz à Economia Nacional.
Atenção, Pinho Cardão, não esquecer o episódio Estradas de Portugal, cuja despesa passou a ser "off-budget", e seriam só mais 700 milhões (0,45% PIB) a acrescentar à despesa confessada...
Enviar um comentário