Noticia hoje a comunicação social que três em cada quatro alunos do 9º ano reprovaram a Matemática, tendo os resultados piorado em relação ao ano transacto. Com exames geralmente tidos como mais fáceis!...
Pelas declarações feitas, reprovadíssimos ficam também o Ministério da Educação e a Associação dos Professores de Matemática. Apenas uma luz no fundo do túnel, nas declarações de Nuno Crato, da Sociedade Portuguesa de Matemática.
O Ministério da Educação, em comunicado solene, não foi capaz de dizer mais do que duas coisas, uma lapalissiana, “os resultados revelam a persistência de dificuldades na Matemática...”, descoberta extraordinária, e outra de burrice e auto-convencimento, “vai continuar o Plano de Acção para a Matemática...”, que deu os brilhantes resultados que se podem ver!...
A Associação dos Professores de Matemática, diz que “era desejável que as aprendizagens dos alunos se reflectisse na avaliação externa…”, donde concluo que as aprendizagens são boas, os exames é que as tramam!...
Já a Sociedade Portuguesa de Matemática pretende ir à causa das coisas, referindo, entre outros aspectos pertinentes, que nas últimas duas décadas “tem-se insistido em demasia na contextualização e nas componentes lúdicas e pouco nos aspectos básicos, na memorização e na rotina”. E ainda que deveria haver mais exames, “pois é injusto para os alunos que se deixem arrastar as dificuldades até ao 9º ano…”.
O Ministério, por ser incapaz de reconhecer o óbvio, e querer exportar o seu plano de acção para o ensino da química e da física, e a Associação de Professores, pela análise efectuada, deviam ser simplesmente expulsos das salas de aula, para todo o sempre!...
Para que é que serve o Ministro, no masculino ou feminino, se continua a pactuar com tal receituário cosmético, incapaz de resolver qualquer situação?
Tive esperanças na Ministra, mas vi que já foi presa na teia tecnocrática do Ministério. Pouco lhe falta para nem tugir nem mugir!...
Pelas declarações feitas, reprovadíssimos ficam também o Ministério da Educação e a Associação dos Professores de Matemática. Apenas uma luz no fundo do túnel, nas declarações de Nuno Crato, da Sociedade Portuguesa de Matemática.
O Ministério da Educação, em comunicado solene, não foi capaz de dizer mais do que duas coisas, uma lapalissiana, “os resultados revelam a persistência de dificuldades na Matemática...”, descoberta extraordinária, e outra de burrice e auto-convencimento, “vai continuar o Plano de Acção para a Matemática...”, que deu os brilhantes resultados que se podem ver!...
A Associação dos Professores de Matemática, diz que “era desejável que as aprendizagens dos alunos se reflectisse na avaliação externa…”, donde concluo que as aprendizagens são boas, os exames é que as tramam!...
Já a Sociedade Portuguesa de Matemática pretende ir à causa das coisas, referindo, entre outros aspectos pertinentes, que nas últimas duas décadas “tem-se insistido em demasia na contextualização e nas componentes lúdicas e pouco nos aspectos básicos, na memorização e na rotina”. E ainda que deveria haver mais exames, “pois é injusto para os alunos que se deixem arrastar as dificuldades até ao 9º ano…”.
O Ministério, por ser incapaz de reconhecer o óbvio, e querer exportar o seu plano de acção para o ensino da química e da física, e a Associação de Professores, pela análise efectuada, deviam ser simplesmente expulsos das salas de aula, para todo o sempre!...
Para que é que serve o Ministro, no masculino ou feminino, se continua a pactuar com tal receituário cosmético, incapaz de resolver qualquer situação?
Tive esperanças na Ministra, mas vi que já foi presa na teia tecnocrática do Ministério. Pouco lhe falta para nem tugir nem mugir!...
11 comentários:
Caro Pinho Cardão,
Estou completamente de acordo com o sentido e a "substância" deste seu texto.
Mas, a forma como o ternina, suscita.me uma interrogação.
O que se passa neste país para que, prevaleça este estado de coisas no sistema educativo, quando, pelo Ministério da Educação têm passado, nos últimos 20 anos, sucessivamente, pessoas como Deus Pinheiro, Roberto Carneiro, Marçal Grilo, David Justino, das mais brilhantes que este país "produziu"?
E agora à nossa Ministra que, como a si, também me deu algumas esperanças.
E só acho que não vai ficar tudo exactamente na mesma porque deu mesmo um abanão no ponto crucial: os professores. Mas ainda falta algum tempo para que segue ao ponto de não retorno.
Caro SC:
As directivas, o método, as teorias pedagógicas abstrusas,o ensino lúdico, o laxismo que leva a que não haja exigência nem exames vêm do Ministério da Educação.
Nestes 33 anos de democracia deve ter havido também 33 ministros. Antes de conhecerem os cantos à casa, já estão cá fora. Por culpa própria, alguns, por culpa alheia, outros.E muitos deglutidos pelas tecnoestruturas existentes.
Falou em David Justino. David Justino tinha e tem tudo para ser um excelente Ministro da Educação. Mostro ter conhecimentos e determinação. Fez muita coisa de bom.Mas o que lhe aconteceu? Um mero problema técnico-administrativo, o concurso dos professores, que devia ter sido tratado a nível de um qualquer Chefe de Serviço de uma Administração Pública que se prezasse fez-lhe consumir todo o tempo e praticamente debilitou ou mesmo destruiu a sua capacidade de acção. O Ministro saiu. Os responsáveis porventura estãolá todos!...
Caro Pinho Cardão,
Mas ainda apela ao fecho? Eu já passei à fase de apelar ao alcatrão e penas que é o que merecem esses equídeos, incapazes de fazer um exame aos miúdos sem erros.
Caro SC,
Quando um ministro entre naquele antro, deve sair quando no dia em que se vê a defender os serviços. É sinal que já traiu a confiança dos eleitores. Todos os exemplos que deu são exemplos de pessoas que um dia resolveram dar a cara por um serviço público sem valor nenhum.
Caro Pinho Cardão,
Conheci hoje este blog e logo com uma temática que me é querida. A matemática.
Licenciei-me em Matemática e por isso falo com conhecimento da causa. Da minha experiência sinto que o problema não estará resolvido nos próximos tempos e o maior erro que todos cometemos é o de pensar que existem soluções milagrosas.
Deve assumir-se que esta geração já está perdida, e a próxima também.
Este é um problema de base, que deve ser atacado quando as crianças entram para a primária. É ai que o plano deve incidir, incutindo nas crianças o gosto pela matemática.
Depois deve mostrar-se a matemática na prática, usar exemplos, fazer experiências. Isto é possível.
Existe outra questão que é a formação dos professores primários. Deve dar-se formação nas novas tecnologias e em novos métodos de ensino.
Exemplo de um caminho que não se deve seguir é o que foi expresso na seguinte notícia:
Professores avaliados pelas notas dos alunos
Com esta política, acreditem que muitos alunos vão passar sem saber pois os professores vão tender a dar notas positivas para ter boas avaliações.
Até à próxima.
Só mais duas questões:
1.º Onde está a oposição na critica ao problema que está a ocorrer nas candidaturas ao ensino superior.
2.º O que é feito do Pedro Passos Coelho? Parece que o vi, na televisão, junto de Fernando Negrão.
"Deve assumir-se que esta geração já está perdida, e a próxima também."
Com este tipo de atitudes, admira que o ensino da matemática seja o que é, em Portugal?
Caro meretissimo,
respondo eu à suas duas questões:
1º A oposição está toda reunida na casa do Rato Mickey para decidir como vão ser os próximos programas do Clube Disney (=PSD)!
2º O PPC saiu da direcção do Clube Disney porque não concordava com o Rato Mickey e com a sua forma de (não) fazer oposição! Ele foi lá ao pé do Negrão, mas não deixou de culpar o Clube Disney pelo que se passa na CML, e da forma que a entregaram ao PS por causa de tachos para os amigos!
Já não é suficiente fechar o ME. O ME garantiu que a bambuchata continuará, aconteça o que acontecer. Em breve nomeará os guardiões do templo: milhares de professores titulares cheios de experiência não avaliada, como convém.
Caro Pinho Cardão,
Quanto ao diagnóstico da situação e dos erros que se cometeram (e prevalecem) estou, no essencial, de acordo consigo.
Já quanto às "culpas" dos ministros permita-me alguma divergência, embora apenas de perspectiva, parece-me.
Foram talvez demasiados os ministros que passaram pelo ministério, mas os que referi, apenas a título de exemplo, foram sem sombra de dúvidas dos mais marcantes, pelo menos no que respeita às suas reconhecidas capacidades e saber, e também, à excepção do Professor David Justino, (infelizmente!) no que respeita ao tempo que dirigiram o ministério. No seu conjunto perfizeram quase metade destes 33 anos.
Como diz, o Prof. David Justino foi “consumido” por um(s) assunto puramente administrativo, o que não lhe permitiu dar forma às mudanças que pretendia levar a cabo. Foram as condições da envolvente que lhe limitaram a capacidade de acção e essa envolvente não seria(á) muito diferente para todos os outros. Como diz o Tonibler, estas pessoas deram a cara por um serviço sem qualidade.
Tudo isto demonstra a real falta de poder do ministros, pelo que as directivas que emanam do ministério, em muitos casos, estarão longe de ser a imagem e a vontade do próprio Ministro. E se eles não têm o poder é porque este reside em algum lado e, ao mínimo sinal de mudança, sentindo-se ameaçados os seus reais detentores tratam de arranjar umas quantas cascas de banana para fazer balançar a origem da ameaça, descredibilizando-a.
É por isso que me custa sempre muito acusar os ministros da educação, em particular quando se empenham com o seu saber no sentido de uma mudança drástica do estado de coisas, onde, em minha opinião se incluem todos os que referi, incluído a actual Ministra. Prefiro incluir-me também na envolvente, porque essa envolvente que limita e tolhe a acção do ministro somos todos nós, uma vez que de uma forma ou de outra todos interagimos com o sistema educativo. Somos parte dele.
O Ministério da Educação é o maior empregador nacional (perto de 200.000 funcionários, ao que parece), com um quadro de pessoal praticamente composto por quadros superiores (professores), com um razoável nível de autonomia profissional. Isto já dá uma ideia da dimensão e dificuldades da tarefa. Eu diria que em Portugal ninguém tem um problema deste tamanho.
Mas se agora acrescentar que nesse quadro de pessoal todos chegam a topo da carreira, de uma forma perfeitamente natural, então temos que ficar assustados.
É que os professores do ensino básico e secundário em Portugal são a única classe profissional, que eu conheço, no mundo, onde todos chegam ao topo da careira. Onde é que fica espaço para a gestão de recursos humanos”? Qualquer processo de avaliação de desempenho é uma farsa.
E sem gestão de recursos humanos há gestão?
Para mim este tem sido (e é) O PROBLEMA do sistema educativo. É deste que decorrem todos os outros.
Finalmente um ministro está a tentar acabar com esta situação. Se deixar este assunto num ponto de não retorno, já lhe ficarei agradecido.
Com toda a estima,
Caro SC:
Também me custa acusar alguns dos Ministros da Educação, inteligentes, com bom senso e desejo de servir.
Por isso, só os acuso de não terem desmantelado a nomenklatura que constantemente lhes lança cascas de banana e os faz estatelar.
Por isso, eles abandonam e a nomenklatura fica!...
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