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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Água a mais, juízo a menos!

O que é que o boletim meteorológico diz para amanhã? Sei lá! Não ouviste? Ouvi, mas não liguei patavina, amanhã vejo. Que aborrecimento, assim não sei que roupa hei de vestir! Um discurso mil vezes repetido ao longo de mil dias.
Conversas de tempo são meros pretextos para quem não consegue ou não pode estar calado e não propriamente para dissertar sobre alterações climáticas ou prever se é tempo para semear batatas ou plantar couves, o mais importante é que cheguem à mesa.
Quando chove dias, semanas ou meses de forma quase contínua ou quando as nuvens não deixam ver o que está por cima, o mau humor instala-se, as pessoas tornam-se conflituosas e são mesmo capazes de aborrecer tudo e todos. Agora não dizem que é pelo facto de homem ir à lua como cheguei a ouvir há muitos anos. Como não anda por aquelas bandas há muito tempo, já não podem invocar tão interessante causa. Até o facto de andar nas estações orbitais podia ser responsabilizado pelas alterações climáticas, mas tornou-se corriqueiro, ao ponto de descobrirem uma nova forma de financiamento, o turismo espacial. Não tarda muito e teremos em órbita da Terra, num dia destes, o primeiro turista espacial português, que vai pagar uma pipa de massa para desfrutar de uma experiência única. Já estou a ver as reportagens, diariamente, hora a hora, elogiando o “herói” que ainda arrisca a levar com alguma medalha no peito aquando da comemoração de um dez de junho. Quando passar por cima de Portugal acabará por acenar-nos, desde que as nuvens não estraguem a visibilidade. Quando isso acontecer espero que não puxe o autoclismo da nave para não aumentar a quantidade de água que pode cair-nos em cima. Sim, porque pode haver alguém a lembrar-se de qualquer coisa parecida. Como tem chovido muito nos últimos tempos, houve quem manifestasse com enorme surpresa: “Não consigo perceber como é que pode cair tanta água lá de cima”. Pois!
De facto, tudo aponta para que o último inverno tenha sido o mais anómalo desde 1900, devido a qualquer coisa como “ciclogénesis explosivas”, um fenómeno meteorológico que tem a ver com anticiclones e a Oscilação do Atlântico Norte (OAN). Chuva e mais chuva, tempestades e mais tempestades, e temperaturas mais amenas, com mínimas mais altas e máximas mais baixas. Para quem gosta de chuva, tudo bem, estão mesmo nas sete quintas, e o curioso é que há quem goste! Eu não. Lembro-me perfeitamente de há muitos anos não ter visto o céu durante vários meses seguidos, com chuva não muito intensa, mas praticamente constante. Nessa altura diziam que os responsáveis eram os gajos e os foguetões que enviavam para o espaço. E agora quem serão? O raio do português não é, porque anda ainda a preparar-se para ser “astronauta”. Mas como muitos de nós já estão em órbita, então, é muito provável que, num ato meramente fisiológico, tenham começado a contribuir para juntar muita água lá em cima...

2 comentários:

Catarina disse...

Um preciosismo de texto!
: )))))

Bartolomeu disse...

Desta vez, colocando de lado a pragmática, sou levado a declarar que gostei pouco do texto que o caro Professor Massano Cardoso nos apresenta.
É obvio que tenho justificação para o que acabo de declarar.
A humidade!
Esactamente, a humidade!
Na minha profecta idade, a humidade é um agente terrívelmente agressivo para as articulações, a espondilose e os bicos-de-papagaio.
Quem sabe, uma estadia n'umas termas na Lua, iríam produzir algum alívio nestes axaques?!
Ou... uns relaxantes dias de golf... já me constou que os buracos da lua são fáceis, apesar de os greens não se encontrarem ainda nas melhores condições, para além de que, não é necessário "tacar" com muita força para se conseguir fazer um "bird" ou um "eagle". Já me constou até, que alguns jogadores nem utilizam tacos... acho que jogam o golf como quem joga ao berlinde... de joelho no chão e colocando a bola entre os dedos e dando depois um "piparote" com o indicador.
Agora... aquilo que realmente apreciei, foi o comentário colocado pelo nosso amigo Xu Lai.
É!
Diz ele, e eu corroboro inteiramente, que deveria ser aprovada uma lei, que proibisse a utilização das retretes dos aviões, quando os mesmos se encontram no ar... quer dizer... tive um bocado de dificuldade na traducção, por isso não consigo precisar se ele se refere concretamente ao ar, se ao espaço... Bom, adiante, isto porque, e neste ponto, estou totalmente de acordo com o nosso amigo Lai (d'ont lie, please, Lai)é da tradição, achar-se que uma "cagadela" de pássaro, nos poderá trazer sorte, mas... uma "cagadela" de passarão... isso poderá deixar-nos atolados e... para atolamento, basta-nos a porcaria que se despenha da AR, quando aqueles passageiros demoníacos, decidem puxar o autoclísmo...