Nos princípios do século XVIII, um jesuíta escreveu, sob o pseudónimo de André João Antonil, uma interessante obra na qual fez a seguinte afirmação: “O Brasil é o inferno dos negros, o purgatório dos brancos e o paraíso dos mulatos e mulatas”. No tocante às mulatas não foi parco ao realçar a sua sensualidade e atração. Afinal, desde o momento da sua “criação” já se conhecia que eram bastante atraentes. Nada de novo, portanto, o anúncio de um trabalho recentemente alvo de divulgação pública segundo o qual os mestiços são mais atraentes e sobem mais depressa a altos cargos. O que começa a ser discutível são algumas designações impróprias e a ideia de que a mistura de “raças”, aqui está uma imprecisão, possa reforçar a capacidade de adaptação ao meio ambiente.
O conceito de raça não existe na nossa espécie. No entanto continuamos a classificar os humanos em raças com base na cor da pele. A diversidade genética fortemente citada deverá ser tão ampla dentro das diversas “cores” como nos casos em que ocorra miscigenação. É certo que existem algumas associações entre determinados genes e a cor da pele, podendo desta forma explicar alguma variação e predisposição para algumas patologias. No fundo, o ambiente molda a frequência de genes mais aptos para uma determinada região.
A este propósito, “raças”, tive há algum tempo uma discussão com uns colegas, a propósito da criação de bancos de gâmetas, em que há necessidade de elaborar um inquérito que permita caracterizar os dadores. Insurgi-me contra a introdução do conceito de “raça”, que, além de não existir, não ia ser autorizado. Discutiu-se como ultrapassar o problema. Foi proposto “etnia”. E agora, quais etnias? Começamos a elencar algumas, com base na vivência norte-americana, africana, asiática, europeia ou caucasiana, ameríndia, afro-americana, asiática, polinésia, inuit (esquimós) e sabe-se lá que mais. Tudo bem, depois logo se vê qual a melhor solução a adotar entre nós.
Faz todo o sentido que os casais que procuram gâmetas para a procriação medicamente assistida os escolham com base em características semelhantes às suas. Mas não é tão linear como isso. A mim não me repugna, por exemplo, que escolham gâmetas ou embriões oriundos de outras “cores”. O que é que fui dizer!
A notícia de que os mestiços são mais atraentes levou um antropologista, que sabe muito sobre a matéria, a criticar de forma demolidora o conceito de raça e de que os mestiços são mais atraentes. Não sabe onde está a fronteira entre brancos e pretos e o que é a mestiçagem. Quanto à diversidade genética, tudo aponta para que a variação intra “cor” seja maior do que a variação inter “cor”. Este é um breve resumo do seu pensamento demolidor. Em termos biológicos não podemos deixar de lhe dar razão, mas em termos sociais as coisas são muito mais complicadas.
A notícia de que os mestiços são mais atraentes levou um antropologista, que sabe muito sobre a matéria, a criticar de forma demolidora o conceito de raça e de que os mestiços são mais atraentes. Não sabe onde está a fronteira entre brancos e pretos e o que é a mestiçagem. Quanto à diversidade genética, tudo aponta para que a variação intra “cor” seja maior do que a variação inter “cor”. Este é um breve resumo do seu pensamento demolidor. Em termos biológicos não podemos deixar de lhe dar razão, mas em termos sociais as coisas são muito mais complicadas.
O que é aconteceria se o tal professor de antropologia tivesse que se socorrer de um banco de gâmetas? Aceitaria o que lhe “dessem”, sem mais nem menos, um gâmeta qualquer, incluindo um oriundo de África, ou pedia o “catálogo” para ter a probabilidade de que o produto final fosse semelhante em termos fisionómicos aos seus? Não sei responder, mas considero como pouco provável que escolhesse gâmetas africanos!
O exercício prático duma circunstância supera, e muito, as considerações teóricas sobre o tema. Entretanto, e “como não quer a coisa”, o melhor é dar umas olhadelas às mulatas e ver até que ponto são mesmo atraentes. É um exercício fácil de fazer, rápido e muito barato. São ou não atraentes? São! Mas as outras também são, desde as mais leitosas de cabelo doirado até às morenas de olhos negros...
O conceito de raça não existe na nossa espécie. No entanto continuamos a classificar os humanos em raças com base na cor da pele. A diversidade genética fortemente citada deverá ser tão ampla dentro das diversas “cores” como nos casos em que ocorra miscigenação. É certo que existem algumas associações entre determinados genes e a cor da pele, podendo desta forma explicar alguma variação e predisposição para algumas patologias. No fundo, o ambiente molda a frequência de genes mais aptos para uma determinada região.
A este propósito, “raças”, tive há algum tempo uma discussão com uns colegas, a propósito da criação de bancos de gâmetas, em que há necessidade de elaborar um inquérito que permita caracterizar os dadores. Insurgi-me contra a introdução do conceito de “raça”, que, além de não existir, não ia ser autorizado. Discutiu-se como ultrapassar o problema. Foi proposto “etnia”. E agora, quais etnias? Começamos a elencar algumas, com base na vivência norte-americana, africana, asiática, europeia ou caucasiana, ameríndia, afro-americana, asiática, polinésia, inuit (esquimós) e sabe-se lá que mais. Tudo bem, depois logo se vê qual a melhor solução a adotar entre nós.
Faz todo o sentido que os casais que procuram gâmetas para a procriação medicamente assistida os escolham com base em características semelhantes às suas. Mas não é tão linear como isso. A mim não me repugna, por exemplo, que escolham gâmetas ou embriões oriundos de outras “cores”. O que é que fui dizer!
A notícia de que os mestiços são mais atraentes levou um antropologista, que sabe muito sobre a matéria, a criticar de forma demolidora o conceito de raça e de que os mestiços são mais atraentes. Não sabe onde está a fronteira entre brancos e pretos e o que é a mestiçagem. Quanto à diversidade genética, tudo aponta para que a variação intra “cor” seja maior do que a variação inter “cor”. Este é um breve resumo do seu pensamento demolidor. Em termos biológicos não podemos deixar de lhe dar razão, mas em termos sociais as coisas são muito mais complicadas.
A notícia de que os mestiços são mais atraentes levou um antropologista, que sabe muito sobre a matéria, a criticar de forma demolidora o conceito de raça e de que os mestiços são mais atraentes. Não sabe onde está a fronteira entre brancos e pretos e o que é a mestiçagem. Quanto à diversidade genética, tudo aponta para que a variação intra “cor” seja maior do que a variação inter “cor”. Este é um breve resumo do seu pensamento demolidor. Em termos biológicos não podemos deixar de lhe dar razão, mas em termos sociais as coisas são muito mais complicadas.
O que é aconteceria se o tal professor de antropologia tivesse que se socorrer de um banco de gâmetas? Aceitaria o que lhe “dessem”, sem mais nem menos, um gâmeta qualquer, incluindo um oriundo de África, ou pedia o “catálogo” para ter a probabilidade de que o produto final fosse semelhante em termos fisionómicos aos seus? Não sei responder, mas considero como pouco provável que escolhesse gâmetas africanos!
O exercício prático duma circunstância supera, e muito, as considerações teóricas sobre o tema. Entretanto, e “como não quer a coisa”, o melhor é dar umas olhadelas às mulatas e ver até que ponto são mesmo atraentes. É um exercício fácil de fazer, rápido e muito barato. São ou não atraentes? São! Mas as outras também são, desde as mais leitosas de cabelo doirado até às morenas de olhos negros...
1 comentário:
Ainda bem que o caro Prof. incluiu o grupo a que eu pertenço! De contrário, a minha auto-estima teria ficado muito fragilizada. : )
O termo “etnia” muito usado em países multiraciais ou multiculturais não é aceite por algumas comunidades imigrantes desses países porque, na sua opinião, é um termo discriminatório. No caso de Inglaterra, podemos referirmo-nos aos ingleses como pertencentes à etnia inglesa? Se os portugueses pertencem ao grupo étnico português, os libaneses ao grupo étnico libanês, assim os ingleses deverão ser considerados como fazendo parte do grupo étnico inglês. Não estou a ver os ingleses a concordarem....
O politicamente correcto causa muitas discussões e polémicas e dificilmente, por vezes, se chega a um consenso que agrade a “gregos e troianos”.
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