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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Obrigado Grécia

Nenhum governo fez tanto pelo futuro de Portugal como o que foi liderado pelo primeiro-ministro Konstantinos Karamanlis, na Grécia, desde Março de 2004 até Outubro último.

De facto, não fora a total irresponsabilidade do seu executivo na condução e reporte da política orçamental, nunca as finanças públicas gregas teriam chegado ao estado calamitoso em que estão. Sem esse desvario, os mercados internacionais não teriam “provocado” uma crise financeira na Grécia.

Mas em que é que isso contribui para o futuro de Portugal?

É que sem a crise grega, o governo português teria certamente prosseguido a política de incremento do peso do estado na economia, de agravamento dos défices orçamentais e de aumento exponencial da dívida pública. Com a crise grega, porém, o sentido da política orçamental portuguesa sofreu uma significativa inversão, o que constitui a nossa melhor possibilidade de evitar um colapso da economia.

Considerando eu, que a intervenção excessiva do estado na economia constitui o principal constrangimento ao desenvolvimento de Portugal, estou em crer que a necessidade imperiosa de consolidação orçamental e o consequente recuo do estado acabará por estimular a economia de forma muito substancial e relativamente célere.
O contributo da Grécia para o bem-estar futuro dos portugueses não deve ser minorado; só é pena ter sido tardio.

5 comentários:

Tonibler disse...

Ah! Até que enfim que alguém partilha comigo esse sentimento de gratidão pela barreira grega...

Pinho Cardão disse...

Caro Brandão de Brito:
Concordo plenamente!...Konstantinos Karamanlis devia mesmo ser condecorado no 10 de Junho.
Mas parece que a lição ainda não foi lá muito bem apreendida...

José Baldomero Pinto Vacondeus disse...

Convido as ver o meu blogue

jvacondeus.blogspot.com

Eduardo Freitas disse...

É uma maneira de olhar a coisa! Suspeito é que ainda tenhamos de assistir a um agravamento dos sintomas até que a terapia, na dose adequada, seja aplicada em toda a sua extensão.

Carlos Monteiro disse...

Caro Brandão de Brito,

Ficamos então contentes por constatar que o governo português, graças à inconsciência grega, o governo português está a reduzir a intervenção na economia a prosseguir uma política de consolidação orçamental e a seu tempo, estimulará a economia de forma substancial e relativamente célere.

Estou mortinho por saber o que pensa o Dr. Tavares Moreira sobre tal lição que estamos a aprender e a colocar em prática...