Agora é o "conservador" economista e Prémio Nobel Joseph Stiglitz que chama a atenção para a vulnerabilidade das finanças públicas e da economia portuguesa, dizendo mesmo que correm o risco de falência.
De facto, face à crítica situação em que nos encontramos, torna-se agora fácil dar este tipo de alertas. Basta olhar para os dados fundamentais das finanças públicas e as conclusões são óbvias, independentemente do maior ou menor alarmismo.
Também muitos "pensadores" e muitos dos "grandes economistas" portugueses, que sempre defenderam e sustentaram a bondade das políticas governamentais, começam a tomar lugar na primeira linha daqueles, poucos, que sempre as contestaram.
Se, na altura oportuna, em vez de suportar os erros e as asneiras do governo, tivessem erguido a voz que agora exibem, por certo as coisas não teriam chegado a este estado.
Piaram tarde e a más horas!...
E não é bonito que, tendo ajudado a arrombar a casa, queiram ser agora ser vistos como os primeiros a meter trancas à porta!...
5 comentários:
É um clássico, Pinho Cardão. Até porque é fácil bater no ceguinho. Mais dificil é prevenir a cegueira.
Parece-me, porém, que nalguns sectores se acordou para a situação de emergência e se começa a tomar consciência que há que, responsavelmente, dar os passos certos para evitar o que estes pios agoirentos prenunciam.
Completamente de acordo, já não se aguenta tantos profetas da desgraça depois de o mal estar à vista. De resto, há uma coisa que não percebo, ainda há bem poucos meses a Europa dizia a uma só voz que era preciso fazer tudo para enfrentar a crise, paciência para os defices,deu cobertura e aplaudiu todas as medidas que, alegadamente, conduziram a esta ruína, e afinal agora está tudo de mãos na cabeça? E escolhem precisamente os mais débeis ficnanceiramente para falar grosso? Porque é que não falaram antes, estes visionários? Teria sido muito mais útil...
Accepto damno januam claudere...
Depois da casa arrombada
por desleixo e teimosia,
esta política nimbada
rescende a hipocrisia.
Foram tantos os tropeções
e discursos tão rosados,
nesta hora de delações
surgem brados enfezados…
100% de acordo. Alguns deles são exactamente os mesmos que defendiam "o estado como o grande motor da economia"
Sim sim, caiamos nos braços uns dos outros e, de olhos embaciados e voz embargada pela comoção, gritemos em uníssono: Vamos salvar Portugal!
Eu também quero que o País se salve desta embrulhada - mas só se o preço não for uma amálgama em que, por sermos todos culpados, ninguém tem culpa de nada. A adesão ao Euro e a ausência de disciplina que essa adesão implicava meteram-nos neste buraco. Sucessivas eleições ratificaram estas escolhas porque os meus concidadãos preferiram acreditar em quem lhes prometia mais dinheiro com menos trabalho e não em profetas da desgraça. Os eleitores vão ser - já estão a ser - castigados; convinha que os líderes (políticos, economistas, magistrados de influência) também fossem. Porque, se não for assim, o valor pedagógico da crise ter-se-á perdido.
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