Mais um ano, e mais uma vez se cumpriu a comemoração do 25 de Abril. Trinta e seis anos passados, o aniversário pouco ou nada diz a grande parte da população portuguesa, já que só cidadãos acima dos quarenta e cinco anos têm memória vivida do período anterior.
Admito que quem tem menos do que essa idade se interrogue agora, como eu, antes do 25 de Abril, me interrogava sobre as comemorações do 28 de Maio de 1926, dia da chamada Revolução Nacional.
Para quem nasceu depois das revoluções, e dentro do regime instalado, pouco diz o que aconteceu no passado. Até porque ele é normalmente apresentado com grande controvérsia e na exclusiva versão dos vencedores. Interessa-lhes sobretudo o presente e o futuro.
Admito que quem tem menos do que essa idade se interrogue agora, como eu, antes do 25 de Abril, me interrogava sobre as comemorações do 28 de Maio de 1926, dia da chamada Revolução Nacional.
Para quem nasceu depois das revoluções, e dentro do regime instalado, pouco diz o que aconteceu no passado. Até porque ele é normalmente apresentado com grande controvérsia e na exclusiva versão dos vencedores. Interessa-lhes sobretudo o presente e o futuro.
Mas é próprio dos regimes justificar a sua existência e os rituais, agora como sempre, são as melhores formas da sua consagração. Poderão nada significar, mas os dirigentes sentem, porventura com razão, que os povos ainda não sabem viver sem rituais.
Comemorou-se pois o 25 de Abril na Assembleia da República. Mas onde eu esperava o enaltecimento da data, nomeadamente por quem dela pretendeu ter a exclusividade, só ouvi críticas e desilusão. Para o PC e para o Bloco, o regime saído do 25 de Abril só trouxe desgraça e desespero. Se algum não iniciado ouvisse os discursos, ficaria perplexo, ao ver a contradição de participar no ritual jubiloso de uma comemoração e nada encontrar para exaltar e tudo ver para criticar e demolir.
Também para eles, as comemorações são totalmente vazias de sentido. Constituem um mero ritual.
Comemorou-se pois o 25 de Abril na Assembleia da República. Mas onde eu esperava o enaltecimento da data, nomeadamente por quem dela pretendeu ter a exclusividade, só ouvi críticas e desilusão. Para o PC e para o Bloco, o regime saído do 25 de Abril só trouxe desgraça e desespero. Se algum não iniciado ouvisse os discursos, ficaria perplexo, ao ver a contradição de participar no ritual jubiloso de uma comemoração e nada encontrar para exaltar e tudo ver para criticar e demolir.
Também para eles, as comemorações são totalmente vazias de sentido. Constituem um mero ritual.
5 comentários:
Caro Dr.Pinho Cardão
O problema é estarmos a "comemorar" e não a "viver" o 25 de Abril...
Milagre, dos milagres, o PSD conseguiu fazer o primeiro discurso de jeito sobre o 25 de Abril de toda a história das comemorações. Duvido que tenha saído todo da cabeça de Aguiar Branco e que coincida com o real sentir do PSD enquanto partido, mas foi muito bom e deveria estar escrito nos monitores do hemiciclo.
O resto, incluindo o PR, não valeu o dinheiro que se gastou em cravos.
Sim, o discurso do psd, pela voz de aguir branco, foi algo de inovador e tenho a certeza que fez engolir em seco muita gente incluindo o PR.
Sobre o discuros do PR não há nada de novo, é sempre o mesmo género, como se acabasse de chegar agora ao poder e o que está para trás não lhe diga respeito!. Simplesmente paupérrimo.
Cara Fénix:
É isso mesmo. Brilhante síntese.
Caro Tonibler e Caro Zé do Telhado:
De facto, sou ouvi os primeiros discursos, do PC e do Bloco. E foram eles que me levaram, horas depois, a escever o texto.
Nada ouvi dos restantes, só sei o que vi(pouco) nas notícias.
E aí sai com boa cotação a intervenção de Aguiar Branco. Não me admira, porque Aguiar Branco tem valor.
E das notícias também recolhi uma boa apreciação do discurso do Presidente. De admirar seria o contrário...
Foi o discurso sobre a liberdade e sublinhando várias vezes que o estado não é o povo.
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