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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Zona Euro sobreviverá em 2012? Sim; Intacta? Ainda não se sabe...

1.As respostas às questões colocadas em título, sobre as quais muita gente viveu durante 2011 em razoável dúvida ou mesmo angústia, é explicada nos pontos seguintes.
2.Os compromissos dos líderes europeus e do Banco Central Europeu em especial, no sentido de manter a zona Euro no seu formato actual parecem suficientemente fortes para a manter em funcionamento por mais um ano certamente...
3.Os governos dos países que se encontram em situação mais vulnerável deverão prosseguir a aplicação de programas de austeridade, cujo impacto estará escorado por programas ajustados com o FMI bem como pelo crescente apoio dispensado pelo BCE aos bancos em dificuldades...sendo tb de esperar novas reduções das taxas de juro do BCE face à perspectiva de um crescimento mais anémico na zona Euro...
4.Mas esta estratégia fundada na adopção de políticas restritivas não poderá persistir indefinidamente, tornando-se necessário, mais cedo ou mais tarde, um regresso a um cenário de crescimento, possivelmente aceitando níveis de inflação mais elevados no grupo de países “core” (...) para facilitar os ajustamentos na competitividade nos países de economias mais vulneráveis...
5.Por favor, não me chamem optimista: esta opinião sobre o futuro da zona Euro em 2012, que acabei de sintetizar nas breves linhas anteriores, não é minha: é de Martin Wolf, famoso articulista do F. Times, e foi divulgada na última edição de 2011 deste jornal ...
6.Mas não fujo a emitir a minha opinião/aposta: penso que a zona Euro vai chegar ao fim de 2012 e que Portugal continuará a fazer parte da mesma...só não estou certo de que chegará intacta, podendo acontecer que chegue sem um dos seus membros actuais e ainda em tratamento intensivo forçado por essa amputação traumática mas não fatal...
7....não nos esqueçamos que a Grécia deverá realizar eleições gerais em Fevereiro e o que se irá passar depois disso talvez nem mesmo os deuses do Olimpo tenham ainda por claro...

12 comentários:

Bartolomeu disse...

Aqui está um bom mote para uma nova aposta, caro Dr. Tavares Moreira.
Eu, aposto já, sem ver o jogo, que o euro irá sucumbir em 2012, sob o peso da gula bancária.
E estou disposto a pagar um almoço ou jantar, como prémio de aposta... desde que não seja no Saraiva, que, ao que parece, não cataliza...
;)))

Tonibler disse...

Caro Bartolomeu,

Há que ser duro nesta questão. Há comida em jogo!!!

Caro Tavares Moreira,

A Libra vai estar a quebrar porque os ingleses não estarão muito melhor, os Suíços fizeram o favor de fixar o máximo do CHF/EUR que tão cedo não vai mexer, os americanos já falam em imprimir mais umas folhas de dólar.... A solução encontrada para a zona euro foi brilhante, nem os discursos da Merkel têm estragado. Claro que quem se lixa na história é quem trabalha...chineses, alemães, operários das plataformas petrolíferas,... mas quando deram por ela e se derem por ela...

Tavares Moreira disse...

Caro Bartolomeu,

Se o nosso próximo almoço tiver de ficar dependente da verificação do evento que o meu Amigo sugere - colapso do Euro - receio bem que nunca mais nos encontremos, pelo menos até 31.12.2012...
Não o sabio tão pouco interessado num próximo convívio...
Se estiver de acordo, vamos limitar as nossas apostas até ao Carnaval, por agora, convocando o almoço para essa época, custo a suportar por quem perder a aposta nesse prazo!
De acordo?

Caro Tonibler,

Tem a ousadia de afirmar que a solução encontrada para a zona Euro foi brilahnte? Onde para essa sensibilidade social?

Bartolomeu disse...

Caros Dr. Tavares Moreira e Tonibler.
A honra que é para mim, a companhia dos meus Caríssimos Amigos, nunca se deixará ensombrar por qualquer falência monetária.
Pena é, que outros igualmente queridos amigos, não tenham tido ainda oportunidade de se nos juntarem, nas experiências gastronómicas.

Tonibler disse...

Pelo contrário, caro Tavares Moreira,

depois da comunicação de ontem da figura mais destacada da oposição, na tradicional mensagem de ano novo, ter reclamado por medidas em prol da economia em conjunto com as medidas de austeridade (versão "tecnocrática" de "há vida para lá do défice") em perfeita sintonia com as exigências da 2ª figura do estado, o Cardeal, a minha sensibilidade social está "bullish".

Tavares Moreira disse...

Caro Bartolomeu,

Está a fugir à questão que lhe coloquei...verifico que sua confiança no colapso do Euro está a esmorecer...

Caro Tonibler,

Ah, ah, ah...essa é de "cabo de esquadra", humor do mais negro e requintado que já encontrei!
O nosso ilustre comentador Tonibler entra 2012 na máxima forma das suas faculdades mentais e humorísticas!

Fartinho da Silva disse...

Não sei se é de esquerda ou de direita, mas vale a pena ouvir:

http://www.youtube.com/watch?v=vpJZibGXN1A

Joao Jardine disse...

Caro Tavares Moreira

Os anglos apostam a 50/50 na saída de um dos membros mais pequenos do euro. Os anglos acham que este ano sai um e no próximo outro, a diferença entre os anglos de cá e os do outro lado do atlantico é no nome do segundo pais; para os de cá somos nós, para os de lá é a Itália.
Por isso, para os de cá o euro não termina em 2012 mas, algures entre 2013 e 2020, para os de lá acaba em 2013.

O que os anglos de ambos os lados se esqueçem (com dolo ou sem ele) é que, no lado continental da europa, estão um conjunto de senhores de meia idade com poucos filhos que desejam usufruir da reforma para a qual, ( na maioria dos casos, financiaram a 100%). Com a meia idade veio a sagesa e saber de experiência feita, sabem que os casamentos de interesse, desde que o interesse se mantenha, são os mais duradouros e os mais pacíficos.
Não vão ser uns desmancha prazeres sem tino e muito emotivos que irão colocar em perigo este arranjinho.
Pelo exposto acompanho-o, em quase tudo do seu post.
Cumprimentos
joão

Tavares Moreira disse...

Caro João Jardine,

Que os anglos, "br" ou "am2 têm essa visão, parece facilmente constatável. Se vão ou não acertar já é bem diferente, como bem se depreende das suas palavras...
Tenho a noção de que eles fazem um diagnóstico correcto mas um prognóstico errado...
E prognóstico errado, curiosamente, porque, em lugar de preverem em função do diagnóstico objectivo que se mostram capazes de elaborar, interrompem o raciocínio e transformam um desejo em previsão...
Estes anglos, como lhes chama, são umas criaturas muito curiosas, de facto...
Curiosa d

Bartolomeu disse...

Caro Dr. Tavares Moreira,
Com efeito, evito até ao limite do possível, entrar muito dentro destas matérias da finança, pelo simples facto de não possuir "bagagem" suficiente para tanto.
Tenho a perfeita noção de que, a minha maior qualidade neste assunto, é saber aprender com o meu Estimado Amigo, e mais um bom naipe de comentadores.
Não pretendo dizer com isto, que não sinta "obrigação" de acompanhar os comentários aqui expressos, mais não seja, para demonstrar gratidão e admiração pelo vosso empenho.
As opiniões que expresso, assentam totalmente no princípio empírico da sensibilidade. Um "fenómeno" que coloco mais ou menos, ao nível da sensibilidade ao frio e ao calor, ou seja, formo as minhas opiniões, a partir do "eu acho que".
Nessa perspectiva e atendendo ao post em apreço, devo dizer que, relativamente ao seu ponto 2, "acho que" a observação do Sr. Martins Lobo está correctíssima e enquadra-se inteiramente na filosofia que deu lugar à criação da União dos Estados Europeus. Já quanto à materiam que compõe o ponto 4, "acho que" restringe o que é dito no ponto 3, na medida em que, a dureza dos programas de austeridade impostos pelos governo, por obrigatoriedade da Troica, não permitem que se possa esperar um desarrolhamento da economia, sobretudo naquilo que seria desejável e esperável no sector das pequenas e médias empresas.
"acho que" neste momento, a "inclinação" da banca, pende para o aumento do capital, através dos depósitos de privados, que aliás se encontra em franco progresso. Mas, eu pergunto; em que vai a banca investir esse capital? Certamente que o senhor Lobo me responderia, que, no apoio às PME's. Mas... e como é que essas PME's faríam rentabilizar esse capital? Produzindo e exportando. Mas... produzindo o quê, vendendo a quem, se estamos a baixo dos níveis europeus de capacidade de competir?
Só vejo uma solução; Com o apoio do governo, a cumplicidade dos sindicatose o aumento progressivo do desemprego, os pequenos e médios empresários, pagando ordenados de valor igual ao das pensões de sobrevivência, consigam produzir ao preço de custo.
Solução aliás, que "acho" bem mais fácil de adoptar pelo governo, que a de criar “uma agenda orientada para o crescimento da economia e para o emprego”, preconizada pelo Sr. Presidente da República.
Todos estes "acho que", levam-me a sentir que o euro, porque o conceito que deu origem ao seu estabelecimento se esgotou, se encontra frágil e aqueles que poderiam tomar medidas para o fortalecer, não estão certos de querer toma-las... acho.

Joao Jardine disse...

Caro Tavares Moreira

Completamente de acordo, estes anglos começam sempre bem e, a meio, cortam o raciocínio.
Sabe, os anglos de cá andam, há mais de 250 anos a impedir que, na europa, dita continental, exista uma potência hegemónica. Os velhos hábitos (e as estratégias) demoram muito tempo a mudarem-se.
Os de lá, nesta coisa, à falta de uma narrativa, fazem eco dos anglos de cá, sempre falam a mesma língua e são, vagamente, primos.
Cumprimentos
joão

Tavares Moreira disse...

Caro Bartolomeu,

Pois fique sabendo que o seu "feeling" - sua principal arma na análise destes temas segundo o seu sincero depoimento - vale bem mais, na minha opinião, do que os doutos pronunciamentos de muitos economistas encartados que pululam por essa comunicação social, tanto escrita como falada/vista...
A sabedoria do bom senso, de que o Bartolomeu faz uso, é bem mais poderosa e rigorosa do que a sabedoria de pacotilha, sintética, que a generalidade dos comentadores por aí exibe!
Daí não estar muito distante das suas conclusões, espelhadas neste último comentário...
E já agora atenção aos primeiros sinais de muito nervosismo, em versão 2012, que vêm da Grécia...

Caro João Jardine,

A mesma língua falam certamente, os sotaques e as expressões idiomáticas é que diferem...
Daí que por vezes as conclusões a que chegam não sejam totalmente coincidentes, a não ser no erro que partilham e que militantemente prosseguem...