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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006
Água na fervura
Não percebo o que pretende quem vem estranhar a ausência de uma posição clara do Primeiro Ministro sobre as extraordinárias declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros. Digo-o sem ironia nenhuma, porque me parece que grave que, nesta circunstância, se dê mais importância ao escândalo em si do que a defender o País de mais sequelas que daqui possam vir. De facto, ou o Primeiro Ministro vinha dizer exactamente o contrário e demitia o Ministro em seguida, ou tentava por tudo que os ditos passassem com o mínimo de estrilho para, em momento mais discreto, resolver o problema de fundo. Em plena “crise de caricaturas”, demitir o ministro parece-me delicado. Dar cobertura ao que foi dito, é impensável. Resta-lhe, como fez, tentar disfarçar o que foi dito, apelar à razoabilidade das reacções e lembrar a delicadeza política do momento que se vive. Não vejo como pudesse fazer diferente sem se tornar ele próprio parte do problema, sem que qualquer outro ficasse resolvido.
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2 comentários:
Pois... pois..., pena é que enquanto que a conversa das caricaturas mereceu destaque e comentários do MNE nos Jornais Nacionais de televisão e rádio, já as reacções aos comentários de gosto duvidoso e perfeitamente absurdos do embaixador do Irão em Lisboa, sobre o holocausto (que note-se até tem o direito de os proferir, pois até que se enquadra na liberdade de expressão que eles tantocriticam enão é por isso que os judeus andam já por a í nas ruas a fazer manifestações), mereceram um veemente... comunicado do Ministério...
Que bom... já me sinto mais seguro assim.
Desde que a autoridade referida veio explicar a minha condição de agressor secular, estou acabrunhado. Como não sei jogar futebol, ainda não sei como vou sair desta...
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