O Ministro das Obras Públicas tem-se desmultiplicado em entrevistas e discursos desde o Congresso do PSD. Tónicas comuns da suas intervenções, a crítica à posição que a Dr.a Manuela Ferreira Leite vem assumindo quanto ao programa de investimentos públicos em obras, e o desafio para que a líder da oposição debata o assunto com ele.
Mário Lino não percebeu, e creio que o Primeiro-Ministro também ainda não, que as coisas mudaram mesmo.
Manuela Ferreira Leite tem experiência e sagacidade política de sobra para saber que, como lider da oposição e no actual contexto, o seu interlocutor será sempre e só o Engº Sócrates.
Desde logo porque a questão do programa de obras públicas não é sectorial, é de política geral e tem que ver com as opções do Governo para fazer face à conjuntura, mas também aos nossos crónicos problemas estruturais, um dos quais é a tendência realizar obra pública (em ciclo ou em contra-ciclo, é indiferente) sem se olhar para as concretas necessidades (actuais e futuras) do País.
Além de que responder a Mário Lino seria ajudar a recuperar a credibilidade de um governante que há muito a perdeu, à custa de quem a tem. E nesse erro - que aliás se cometeu no passado - a oposição (o PSD, mas não só) não cairá.
Uma coisa é certa: a irritação e o nervosismo de Mário Lino não só não passam despercebidos como são sintomáticos.
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