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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

Os exames do 12.º ano e o regresso do facilitismo

Terá passado ao lado da maioria dos interessados algumas das alterações ao regime de exames dos cursos de nível secundário. A polémica centrou-se muito sobre a eliminação dos exames a Português e Filosofia o que deu para distrair de outras alterações aparentemente menos polémicas.
Uma delas cria uma situação muito simples de descrever: enquanto um aluno dos cursos científico-humanísticos (antigos cursos gerais) terá de efectuar quatro exames para concluir o ensino secundário e assim poder candidatar-se ao ensino superior, a um qualquer aluno dos restantes cursos (tecnológicos, profissionais, artísticos especializados, ensino recorrente) bastará realizar um (no máximo dois) exames para concorrer a um mesmo curso superior.
Já estou a imaginar as transferências aos magotes para cursos do ensino recorrente e outros de forma a elevar as classificações de acesso e a reduzir o número de provas a realizar.
O Ministério da Educação parece não ter aprendido nada com o passado escândalo do ensino recorrente. Dá mesmo para pensar que é de propósito e o que se deseja é descredibilizar as avaliações com base em exames.

3 comentários:

Tonibler disse...

Desculpe lá, djustino, que não sei de também se passou no seu tempo ou não, mas isto é a história da função social do estado português. Onde era preciso mais atenção, tira-se exigência. Sempre foi assim, em todas as áreas e não me lembro de um único caso ao contrário.

M disse...

O facilitismo começa logo no 1ºciclo, algum dia tinha de chegar ao Secundário. Quando os alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória até ao 12ºano começarem a chegar ao secundário é que vai ser bonito...

Fernando Reis disse...

Caro Dr. Justino
concordo plenamente consigo. É lamentável que mais uma vez se tomem decisões políticas sem antever as suas implicações.
COmo professor com larga experiência no ensino recorrente nocturno, já antevejo a transferência de alunos do dia para o recorente nocturno, para fugirem a exames.
Nós, os professores, já estamos habituados a decisões deste tipo, infelizmente.