Nos tempos que correm, temos que fazer das fraquezas forças e explorar o lado mais favorável de todas as coisas. Por exemplo, os Ministros são maus, mas dizem coisas divertidíssimas. Temos que as aproveitar!... A primeira Grande Entrevista do Ministro da Cultura, na circunstância, ao Expresso, não é uma pérola, mas uma verdadeira constelação de pérolas humorísticas. Cada qual mais brilhante que as outras.
Já me referi ao seu lúcido propósito de substituir a actual rede subsidiodependentes pela contratualização da subsidiodependência. De facto, um contrato bem elaborado resolve liminarmente a questão e dá estabilidade aos dependentes...
Ao mesmo tempo, o Ministro propõe-se o nobre projecto de requalificar o património. Como? Facílimo, “angariando junto das empresas de obras públicas 1% do valor de cada empreitada que lhes for adjudicada…”!...
Genial forma esta de criar e multiplicar dinheiro, através da intermediação empresarial!... Claro que as empresas nem pensarão nunca em onerar as empreitadas com mais 1%, e jamais lhes passará pela cabeça apresentar umas simbolicazitas revisões de preços, a bem da requalificação…O Orçamento paga e o valor desembocará, pujante e viçoso, directamente na acção cultural. Claro que só quando as empresas se lembrarem, o que não se afigura matéria fácil…De qualquer forma, procedimento limpo, expedito e verdadeiramente multiplicador!...
Mais genial ainda é a forma como a massa vai desaguar no mar da requalificação: “ o valor é doado sob a forma de trabalho de requalificação no terreno”!... Regresso inovador aos tempos da pré-moeda, sob a forma de troca directa!...
Palpita-me que esse vai ser o trabalho mais caro do mundo. Um dia, mesmo sem horas extraordinárias, e lá se vai o 1%!...
Mas talvez não seja assim. Talvez o Ministro se precate. Criando uma Empresa Pública para andar de olho vivo sobre os 1% e fiscalizar as requalificações. Claro que nada vai sobrar para estas, mas o Ministro deixa obra fina e faz um vistaço!...
Assim se governa, em bom português!...
Já me referi ao seu lúcido propósito de substituir a actual rede subsidiodependentes pela contratualização da subsidiodependência. De facto, um contrato bem elaborado resolve liminarmente a questão e dá estabilidade aos dependentes...
Ao mesmo tempo, o Ministro propõe-se o nobre projecto de requalificar o património. Como? Facílimo, “angariando junto das empresas de obras públicas 1% do valor de cada empreitada que lhes for adjudicada…”!...
Genial forma esta de criar e multiplicar dinheiro, através da intermediação empresarial!... Claro que as empresas nem pensarão nunca em onerar as empreitadas com mais 1%, e jamais lhes passará pela cabeça apresentar umas simbolicazitas revisões de preços, a bem da requalificação…O Orçamento paga e o valor desembocará, pujante e viçoso, directamente na acção cultural. Claro que só quando as empresas se lembrarem, o que não se afigura matéria fácil…De qualquer forma, procedimento limpo, expedito e verdadeiramente multiplicador!...
Mais genial ainda é a forma como a massa vai desaguar no mar da requalificação: “ o valor é doado sob a forma de trabalho de requalificação no terreno”!... Regresso inovador aos tempos da pré-moeda, sob a forma de troca directa!...
Palpita-me que esse vai ser o trabalho mais caro do mundo. Um dia, mesmo sem horas extraordinárias, e lá se vai o 1%!...
Mas talvez não seja assim. Talvez o Ministro se precate. Criando uma Empresa Pública para andar de olho vivo sobre os 1% e fiscalizar as requalificações. Claro que nada vai sobrar para estas, mas o Ministro deixa obra fina e faz um vistaço!...
Assim se governa, em bom português!...
6 comentários:
querem inovação....
lá vem a imagem do homem dentro do poço a escavar cada vez mais fundo, sem conseguir ver o que se passa cá fora e cada vez com mais dificuldade em sair
Lá está o meu amigo a desanimar as hostes, assim o homem nunca mais dá uma entrevista!
Caro Paulo:
Ou o meu amigo usa de subtilezas que não atinjo, ou brinca!...
Claro que é o mercado que faz o preço. E se as empresas, no mercado real, sabem que têm que doar 1%, adaptam os preços à doação, aumentando-os no valor inicial ou nas revisões de preços, ou nas obras a mais, que há sempre!...
Ou acha que vão ganhar menos 1% na obra ou perder mais 1%, pelos bonitos olhos do Ministro?
E, mesmo que não se importassem, qual o custo do controle?
Quanto ao pagamento em espécie, para além de dificultar mais o controle, é uma prática das sociedades antes da criação da moeda, primitiva. é uma aberração, que permite as maiores "trafulhices"...
Cara Suzana:
Quem disse o que disse é capaz de dizer muito mais!...
Lembro-me de uma obra pública em que fui Director de Obra. Nós, o Empreiteiro, tínhamos de disponibilizar uma viatura de todo o terreno à Fiscalização para acesso aos locais de obra. No decorrer da obra percebi que a viatura ficaria para a Fiscalização mesmo depois da obra terminar. Lá está um pagamento em género mas muito mal explicado.
É preciso conhecer a realidade, para sentir os problemas e então propor soluções. Um governo voluntarista sem quadros à altura é uma desgraça. Mais vale não fazer nada.
SOLUÇÃO Nº 1 – limitar os cargos públicos a 8 anos.
Isso é que seria uma excelente agitação!...
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