As perspectivas para a economia portuguesa em 2008 e 2009, hoje divulgadas pelo Banco de Portugal vieram, infelizmente, confirmar o que já se suspeitava: o crescimento será raquítico (1.2% este ano, 1.3% em 2009) e abaixo quer da média da Zona Euro, quer da União Europeia.
Vítor Constâncio referiu que se deve essencialmente à conjuntura externa o abrandamento que se verificará: taxas de juro mais elevadas, forte aumento do preço do barril de petróleo, desaceleração das exportações…
Ora, o problema é que todos os países têm enfrentado (e continuarão a enfrentar) esta conjuntura – mas, no entanto, o abrandamento da nossa economia será maior do que para a generalidade da Europa. E esta é que é a grande questão… é que continuam sem estar reunidas as condições que nos façam crescer acima da Europa de forma sustentada. Ao sabor dos ciclos económicos, sim, mas acima. E não ao sabor dos ciclos económicos, mas abaixo, como desde o início desta década vem consecutivamente acontecendo.
Mas sobre isto, infelizmente, não ouvi uma palavra ao Governador do Banco de Portugal…
Mais uma vez o refiro: as nossas dificuldades são estruturais, continuam por resolver e residem na falta de competitividade e atractividade da nossa economia. O que é espelhado pela evolução assustadora do défice externo projectada para 2008 e 2009: 10.6% e 11.1% do PIB, ao nível do que de pior alguma vez tivemos!... Ou seja: mais de 10% do que gastamos anualmente em Portugal terá que vir do estrangeiro – agravando a média de quase 9% registada entre 2000 e 2007!... Ora este é que é o verdadeiro défice que enfrentamos (muito mais do que o “famoso” défice das contas públicas) e que reflecte a nossa falta de competitividade. Enquanto esta situação não for alterada, a desgraça económica em que temos vindo a viver irá perpetuar-se – e Portugal continuará todos os anos a perder terreno para a Europa e o (elevado) desemprego não descerá.
Quando tomará a (falta de) competitividade da economia portuguesa o lugar cimeiro nas nossas prioridades – que há já tantos anos lhe devia ter sido atribuído?!...
Nota: Duas perguntas de algibeira: onde andam (i) o crescimento de 3% em 2009 e (ii) a criação de 150 mil postos de trabalho líquidos, ambos prometidos por José Sócrates em Fevereiro de 2005 (e que já então se sabia serem impossível de cumprir)?...
2 comentários:
Pois, só que na Europa acontece isto:
Le PIB de la zone euro et celui de l’UE27 en hausse de 0,7%
+2,1% et +2,3% respectivement par rapport au premier trimestre 2007
Au cours du premier trimestre 2008, le PIB de la zone euro (ZE15) et celui de l’UE27 ont augmenté de 0,7% par rapport au trimestre précédent, selon les deuxièmes estimations publiées par Eurostat, l'Office Statistique des Communautés européennes. Au cours du quatrième trimestre 2007, les taux de croissance avaient été de +0,4% dans la zone euro et de +0,5% dans l'UE27.
Afinal como é? Todos os países?
"as nossas dificuldades s�o estruturais"
Estamos todos de acordo.
O que prop�e?
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