Delhi tem um cheiro diferente, é logo a primeira coisa que se nota ao descer do avião.
Um cheiro adocicado, um perfume indefinido que se apodera de nós e nos integra na distância.
Vêem-se hordas de gente, magotes de homens todos iguais no aspecto pobre, nos gestos lentos, no olhar distraído de quem acha que nada o pode afectar. São centenas a fazer ou desfazer passeios e ruas, num labor interminável e impotente. Veio-me à memória Sto António a tentar levar o mar numa concha para uma covinha na areia…
Ali a confusão fervilhante não parece ter fim nem objectivo, as ruas nunca são largas demais, os jardins extensos parece que se vão sumir porque não podem impor-se ao caos que tudo invade e domina.
O trânsito é uma amálgama de carros, autocarros apinhados que parecem ter saído da sucata, bicicletas, animais e pessoas transportando fardos impossíveis. Os riquexós pretos e amarelos, com as suas três rodas bamboleantes, são um verdadeiro prodígio de imaginação e destreza. Parecem abelhas depois de um combate de boxe, saem de todos os lados e em todas as direcções, com uns trapos imundos a esvoaçar à laia de cortinas. Mas as suas buzinas estridentes, que apitam sem tréguas, emprestam-lhes o arcaboiço de um carro de combate.
Buzinar é um desporto nacional. A barulheira faz o trânsito parecer ainda pior, mas se não se morrer de medo habituamo-nos depressa àquela estridência constante.
As pessoas são muito simpáticas e gentis e as mulheres correspondem sempre saudando levemente, numa cumplicidade feminina que deve ser universal.
Os comerciantes são temíveis, com aquele tom melífluo que nos acolhe como se fossemos o primeiro cliente da sua vida e é virtualmente impossível sair de uma loja, ou o que lhe queiram chamar, sem ter comprado nada. Ao mínimo sinal de fraqueza estendem a mão, dizendo o seu nome e tratando-nos por “friend”, desarmando qualquer tentativa de prolongar a negociação.
Os edifícios oficiais são todos coloniais, grandiosos e austeros, em pedra rosa, com linhas amplas e espaços frescos. Nas salas nobres há pinturas nos tectos, com profusão de dourado e coloridos quentes.
Há cães e macacos à solta e esquilinhos às riscas a subir os troncos das árvores imensas.
A diversidade é surpreendente, nos edifícios, nos monumentos, nas avenidas e nas ruelas, nos trajes e nas lojas. Tive muita pena de não ir a Old Delhi mas muitas mais coisas ficaram por ver. Será para a próxima.
Um cheiro adocicado, um perfume indefinido que se apodera de nós e nos integra na distância.
Vêem-se hordas de gente, magotes de homens todos iguais no aspecto pobre, nos gestos lentos, no olhar distraído de quem acha que nada o pode afectar. São centenas a fazer ou desfazer passeios e ruas, num labor interminável e impotente. Veio-me à memória Sto António a tentar levar o mar numa concha para uma covinha na areia…
Ali a confusão fervilhante não parece ter fim nem objectivo, as ruas nunca são largas demais, os jardins extensos parece que se vão sumir porque não podem impor-se ao caos que tudo invade e domina.
O trânsito é uma amálgama de carros, autocarros apinhados que parecem ter saído da sucata, bicicletas, animais e pessoas transportando fardos impossíveis. Os riquexós pretos e amarelos, com as suas três rodas bamboleantes, são um verdadeiro prodígio de imaginação e destreza. Parecem abelhas depois de um combate de boxe, saem de todos os lados e em todas as direcções, com uns trapos imundos a esvoaçar à laia de cortinas. Mas as suas buzinas estridentes, que apitam sem tréguas, emprestam-lhes o arcaboiço de um carro de combate.
Buzinar é um desporto nacional. A barulheira faz o trânsito parecer ainda pior, mas se não se morrer de medo habituamo-nos depressa àquela estridência constante.
As pessoas são muito simpáticas e gentis e as mulheres correspondem sempre saudando levemente, numa cumplicidade feminina que deve ser universal.
Os comerciantes são temíveis, com aquele tom melífluo que nos acolhe como se fossemos o primeiro cliente da sua vida e é virtualmente impossível sair de uma loja, ou o que lhe queiram chamar, sem ter comprado nada. Ao mínimo sinal de fraqueza estendem a mão, dizendo o seu nome e tratando-nos por “friend”, desarmando qualquer tentativa de prolongar a negociação.
Os edifícios oficiais são todos coloniais, grandiosos e austeros, em pedra rosa, com linhas amplas e espaços frescos. Nas salas nobres há pinturas nos tectos, com profusão de dourado e coloridos quentes.
Há cães e macacos à solta e esquilinhos às riscas a subir os troncos das árvores imensas.
A diversidade é surpreendente, nos edifícios, nos monumentos, nas avenidas e nas ruelas, nos trajes e nas lojas. Tive muita pena de não ir a Old Delhi mas muitas mais coisas ficaram por ver. Será para a próxima.
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