Começo,desde já, por referir que se trata de uma cena verdadeira, mas de um "post" politicamente incorrecto!...
O Presidente da República inicia hoje a sua visita à Índia. Acompanhado por seis dezenas de empresários, que têm que pagar a sua deslocação.
Este facto altera radicalmente o que acontecia com anteriores Presidentes, nomeadamente Soares, que sempre se fazia acompanhar de gratuitas e luzidias comitivas.
Em 1990, se bem me recordo, integrei a comitiva da viagem de Mário Soares a Itália, na minha qualidade de Administrador de uma das empresas convidadas. Para a preparação do passeio, os empresários e gestores foram convidados a deslocar-se a Belém, dois ou três dias antes. Na sessão, foi evidenciado o programa e foi entregue a cada qual um envelope, que um dos presentes, mais apressado, logo abriu. Deparou com documentação vária e…pasme-se, com umas dezenas de contos de dinheiro de bolso!...Tendo, de imediato, expressado o seu espanto, logo lhe foi explicado que essa era uma prática inaugurada pela “Presidência”, já que o Presidente convidava um grande número de pessoas e nem todas, nomeadamente jornalistas convidados a título pessoal, e artistas possuíam os meios que os empresários possuíam para uma deslocação condigna!... Deste modo, e para não haver discriminações, o dinheiro de bolso para despesas ocasionais era entregue a todos!...
Passado o episódio, alguém questionou a Presidência sobre alguns “pormenores” da visita. Foi então respondido que a “Presidência” pensava que a integração de empresários nas viagens à Europa não envolvia nem atenção nem contactos especiais, sendo apenas desejável que estivessem presentes na Sessão com a Cofindustria e nas cerimónias protocolares!…Isto, porque os empresários conheciam bem os seus clientes europeus e a Europa estava mesmo aqui ao lado. Para viagens a continentes distantes, então sim, talvez se justificasse algum apuro!...
E assim, lá fui eu e tantos outros, que encheram um grande avião, como mero objecto de adorno da comitiva!...Foi uma visita de estadão, com escritores, escultores, arquitectos, artistas, jornalistas aos molhos, políticos, empresários, gestores, dirigentes associativos, eu sei lá!...
Só faltou mesmo o elefante de embaixadas anteriores ao Papa e a Roma…mas Soares era agnóstico e o elefante já tinha morrido!...
Este facto altera radicalmente o que acontecia com anteriores Presidentes, nomeadamente Soares, que sempre se fazia acompanhar de gratuitas e luzidias comitivas.
Em 1990, se bem me recordo, integrei a comitiva da viagem de Mário Soares a Itália, na minha qualidade de Administrador de uma das empresas convidadas. Para a preparação do passeio, os empresários e gestores foram convidados a deslocar-se a Belém, dois ou três dias antes. Na sessão, foi evidenciado o programa e foi entregue a cada qual um envelope, que um dos presentes, mais apressado, logo abriu. Deparou com documentação vária e…pasme-se, com umas dezenas de contos de dinheiro de bolso!...Tendo, de imediato, expressado o seu espanto, logo lhe foi explicado que essa era uma prática inaugurada pela “Presidência”, já que o Presidente convidava um grande número de pessoas e nem todas, nomeadamente jornalistas convidados a título pessoal, e artistas possuíam os meios que os empresários possuíam para uma deslocação condigna!... Deste modo, e para não haver discriminações, o dinheiro de bolso para despesas ocasionais era entregue a todos!...
Passado o episódio, alguém questionou a Presidência sobre alguns “pormenores” da visita. Foi então respondido que a “Presidência” pensava que a integração de empresários nas viagens à Europa não envolvia nem atenção nem contactos especiais, sendo apenas desejável que estivessem presentes na Sessão com a Cofindustria e nas cerimónias protocolares!…Isto, porque os empresários conheciam bem os seus clientes europeus e a Europa estava mesmo aqui ao lado. Para viagens a continentes distantes, então sim, talvez se justificasse algum apuro!...
E assim, lá fui eu e tantos outros, que encheram um grande avião, como mero objecto de adorno da comitiva!...Foi uma visita de estadão, com escritores, escultores, arquitectos, artistas, jornalistas aos molhos, políticos, empresários, gestores, dirigentes associativos, eu sei lá!...
Só faltou mesmo o elefante de embaixadas anteriores ao Papa e a Roma…mas Soares era agnóstico e o elefante já tinha morrido!...
(A continuar)
5 comentários:
bem. a minha alma está parva.leio isto ( de boca aberta..) e penso no despudor de certas pessoas em desbaratar o dinheiro dos contribuintes.
Espalhar envelopes com notas , para comprar a simpatia , o afecto, a cumplicidade de uma comitiva, é de um mau gosto atroz e ainda por cima num pais pobre e sem recursos para esbanjar.
E o exemplo vem do mais alto magistrado da nação , pessoa que gosta de espalhar moral sobre os "pobrezinhos"...enfim..siga a festa!
Sem dúvida, um dos episódios que explica a enorme subserviência que os jornalistas sempre tiveram pela personagem.
É triste ficar na história como " anfitrião" de casos como este, casos que levantam sérias reservas morais e que revelam um gritante despudor pelos dinheiros públicos.
Para alguns, é a felicidade terrena!
Mesmo que efémera.
É o que se chama uma viagem com cachê....
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