Ontem, e mais uma vez, pelo menos uma estação de televisão entendeu voltar a transmitir, pela centésima vez, as imagens “clandestinas” da execução de Sadam. Mais uma vez mudei de canal, pelo que só conheço o início da cena, quando há dias fui apanhado desprevenido. E, mais uma vez, ouvi jornalista e comentadores em grandiloquentes manifestações de crítica à gravação das imagens e de condenação do sujeito que fez. Com o que, aliás, concordo em absoluto.
Mas tenho que registar a hipocrisia, falta de ética e recusa de princípios deontológicos mínimos, para além da falta de gosto, que levam os jornalistas, editores, subdirectores, directores adjuntos e directores de informação a considerar como boas para emissão imagens cuja recolha dizem reprovar.
Atitude indigna esta, que faz regredir ao tempo em que se dava ao povo o “espectáculo” das execuções públicas. Nessa altura, para “exemplo”, e sem preconceitos. Agora, por razão de preconceituosos “critérios jornalísticos” ou, então, por razão de outros não menos reprováveis conceitos, voltados para um “voyeurismo” e comercialismo sem limites. Mas não venham então falar da superioridade moral dos critérios informativos!...
Mas tenho que registar a hipocrisia, falta de ética e recusa de princípios deontológicos mínimos, para além da falta de gosto, que levam os jornalistas, editores, subdirectores, directores adjuntos e directores de informação a considerar como boas para emissão imagens cuja recolha dizem reprovar.
Atitude indigna esta, que faz regredir ao tempo em que se dava ao povo o “espectáculo” das execuções públicas. Nessa altura, para “exemplo”, e sem preconceitos. Agora, por razão de preconceituosos “critérios jornalísticos” ou, então, por razão de outros não menos reprováveis conceitos, voltados para um “voyeurismo” e comercialismo sem limites. Mas não venham então falar da superioridade moral dos critérios informativos!...
10 comentários:
Caro Dr. Pinho Cardão,
Não posso estar mais de acordo.
Já em outras ocasiões manifestei o que penso sobre a pena de morte. Sou contra a pena de morte.
Não há justiça que pague os horrores de desumanidade praticados por Sadam. Não há pena que Sadam não merecesse pelos terríveis e chocantes crimes que praticou. A corda ao pescoço foi a solução mais brutal e impiedosa que a justiça iraquiana encontrou para castigar Sadam pelas selvajarias que praticou.
Mas na hora da morte de um ser humano há um silêncio de respeito que nos é exigido a todos pela dignidade da vida e pelo respeito pela morte.
Por isso é vergonhoso e condenável que as televisões continuem por aí a massacrar as pessoas com imagens da execução capital de Sadam.
Assino por baixo, Pinho Cardão.
Haja quem se indigne!
Completamente de acordo. Tanta indignição por as imagens terem sido tiradas e afinal não se inibem de as divulgar!
Subscrevo em absoluto!
E vou mais longe que Suzana Toscano: os "comentadores" que criticam a emissão das imagens, (decidida por qualquer direcção) mantêm-se ali sentados nos seus painés semanais, para garantirem os "cachezinho" e o seu tempo de antena! Levantem-se e saiam! Indignem-se com coerencia!
Caro Pinho Cardão,
Não posso estar mais em desacordo. O mensageiro não tem culpa... Não foi ele que enforcou ou humilhou naquele momento. Talvez as imagens passem tantas vezes, porque nunca é demais recordar a infâmia de uma guerra cujo culminar foi este. E cerca de quase duas centenas de mortos por dia. Baseada numa mentira...
De que estávamos todos à espera?
CaroCMonteiro:
O meu amigo desacerta deliberadamente. O que está em causa é a contradição e a hipocrisia suprema de, ao mesmo tempo, se criticar a recolha das imagens e exibi-las.
E como queria o meu caro que nós tivéssemos percepção do objecto da crítica?...
Pedoem-me imiscuir-me, caros PC e CM, mas para "percepcionar o objecto" é necessário repeti-lo dezenas de vezes, revê-lo em diferentes canais, durante uma semana? Para alem das fotos na Imprensa e dos videos na Net! Vá lá...caro CM, como diz PC, você adora "desacertar deliberadamente". Mas a gente tb adora ler as suas entrelinhas!
Vivemos numa sociedade onde a cultura da morte está presente.
A condenação de Saddam foi uma farsa a sua morte serviu para aumentar audiências.
Quem vai julgar Bush pelos mortos causados pela invasão do Iraque?
Oh camarada Rui Vasco, a informação anda por aí, e nos dias que correm podemos ve-la tantas vezes quantas as que nos apetece. É que o nosso caro Pinho Cardão faz, ao mudar de canal, quando não quer ver. Já viu.
Mas de vez em quando tem uma certa tendência de atirar ao mensageiro...
:P
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